outroelton 29/11/2018
Como criar produtos que as pessoas amem
A proposta de Inspired, de Marty Cagan, a julgar pelo subtítulo exposto na capa, é demonstrar aos leitores como criar produtos de tecnologia que os usuários amem. Para isso, o autor divide seus aprendizados acumulados nos últimos 30 anos em cinco partes: 1. Lições das melhores empresas de tecnologia; 2. As pessoas certas; 3. O produto certo; 4. O processo certo, e, por fim, 5. A cultura certa.
Na primeira parte, Cagan deixa claro que ele se dirige aos gerentes de produto (product managers), já que, para ele, a figura do PM possui grande relevância estratégica em empresas de tecnologia, sejam startups, empresas em estágio de crescimento ou corporações. É nesta seção que ele sintetiza alguns dos pontos que analisará mais a fundo nos tópicos seguintes, como suas restrições aos roadmaps e também os conceitos-chave trabalhados no livro, entre os quais o de Descoberta e Entrega Contínuas.
Na segunda parte, Cagan discorre sobre a importância das pessoas na composição de times multifuncionais, já que, como ele reforça, it's all about the product team. O autor ainda apresenta brevemente os profissionais que compõem esses times, juntamente com suas respectivas responsabilidades, mas o que mais se destaca nesse tópico é esta citação do investidor John Doerr: Precisamos de times de missionários, não de mercenários.
Na terceira parte, o autor enfoca os requisitos necessários para se criar os produtos certos, propondo qual seria a alternativa aos roadmaps, bem como reforçando o quão imprescindível é o estabelecimento da visão e da estratégia do produto. Por fim, propõe maneiras de medir os objetivos dos times por meio dos OKRs (Objectives and Key Results).
Na quarta parte são listados os processos e princípios mais adequados para a concepção e entrega de produtos de tecnologia. É nesse tópico, também, que ele aprofunda nas diversas técnicas de discovery para a validação dos riscos de valor, usabilidade, factibilidade e viabilidade relacionados às soluções concebidas. A propósito, essa é a seção que apresenta mais insights práticos, além de ser o tópico mais longo da obra.
Na última parte, por fim, Cagan discorre sobre como criar a cultura propícia para a inovação e o sucesso dos times, do produto e do negócio. O interessante é que, nesta seção, o autor retoma vários pontos abordados ao longo do livro, desta vez na forma de comparações objetivas entre as características de times de produtos bons e ruins. Essas dicas, por sinal, são aquele tipo de conteúdo que vale a pena ser retomado com frequência, para manter acesos na mente os ensinamentos valiosos propostos pelo autor.