Adnildo 24/07/2015
"A recordação de certa imagem não é senão saudade de certo instante"
Como um raio de sol de primavera que faz florescer os crisântemos, catléias, centáureas, amores-perfeitos, ninféias, palmas-de-santa-rita, pilriteiros, rosas e violetas, numa explosão de aromas e cores que permanecem no imaginário e na memória de nosso herói sem-nome e atravessam as águas calmas do Vivonne na fictícia Combray, na França do final do século XIX, é assim essa experiência deliciosa de leitura do primeiro volume de “Em Busca do Tempo Perdido”. É impressionante o sabor desta obra!
O casamento perfeito de inúmeras artes também é algo a se destacar. Somam-se à bela música de Beethoven, inúmeras outras sonatas, além de referencias a pinturas como as da Capela Sistina e de Botticelli, à bela arquitetura do período e principalmente, se desenhando ao fundo, a construção de um pequeno-grande autor literário. É indubitável que a riqueza cultural do leitor se expande após tão monumental desfile de tantas obras de artes – me fez consultá-las na esperança de adentrar um pouco mais no universo de Proust, e o resultado foi muito satisfatório.
“No caminho de Swann” também traz uma profunda psicologia de um homem ciumento, talvez a mais bela e detalhada da história da literatura, fazendo-nos contorcer ao extremo a favor e contra Charles Swann. Belíssima obra! Marcel Proust inaugura “Em Busca do Tempo Perdido” – obra composta de 07 volumes - em grande estilo. Aproveitem ao máximo as recordações deste herói que permanece, neste primeiro volume, sem nome.