Se Numa Noite de Inverno Um Viajante

Se Numa Noite de Inverno Um Viajante Italo Calvino




Resenhas - Se um Viajante numa Noite de Inverno


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Leti 26/02/2023

O autor é um geniozinho
Não tem como uma pessoa escrever esse livro e nao ser lelé da cuca e um gênio ao mesmo tempo. todas as historias criadas despretenciosamente com um propósito oculto, as relações com a história principal, o simbolismo por tras das personagens? só pesa muito ser um livro entediante. tem que ter muita paciência pra conseguir chegar no fim.
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Mc Brendinha Carvalhão 21/01/2023

Aos leitores
Como o próprio Calvino descreve "trata-se de um romance
sobre o prazer de ler romances; o protagonista é o Leitor, que por dez vezes
recomeça a ler um livro que, em razão de vicissitudes alheias a sua vontade, ele
não consegue terminar". Ao meu ver um livro que todo leitor deveria dar uma chance e se deleitar com essa leitura
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Alessandro232 31/12/2022

Um romance sobre a relação íntima do livro com o leitor
"Se viajante numa noite de inverno" é um dos livros mais diferentes que li na vida.
O aspecto mais interessante dessa obra é o metalinguístico. O protagonista deste romance de Calvino é chamado de leitor ou leitora. É interessante que em muitos trechos, o narrador onisciente - que dá a entender é o próprio Calvino- se dirige não só ao protagonista. Ele também quer "falar" com a pessoa, ou seja, o leitor que está lendo "Se viajante numa noite de inverno", lhe dar conselhos como apreciar melhor sua leitura.
Sobre a trama do livro, ela se desenvolve de forma labiríntica e metalinguística. O protagonista, o "leitor" vai uma livraria para compra o último livro de Calvino que tem o título enigmático: "Se viajante em uma noite de inverno". No entanto, após ler algumas páginas, ele percebe que o livro tem um defeito. Está faltando páginas. A partir daí ele inicia uma verdadeira jornada para continuar lendo a história, e para isso ele recorre ajuda de outra protagonista, a leitora. Ocorre que sempre que ambos encontraram o livro chamado "Se viajante numa noite de inverno", quando iniciam a leitura descobrem que é outro, o que desencadeia a descoberta de uma série de obras que apesar do mesmo título, tem desdobramentos diferentes, e interrompem-se de forma abrupta, sem um desfecho.
Assim, o mote de "Se viajante de uma noite de inverno" revela-se um pretexto para que Calvino em seu romance faça a cada novo início de cada livro um pastiche de outros gêneros romanescos. Ou seja, ele brinca o tempo com os artifícios da escrita literária. Além disso, nas entrelinhas de seu romance, Calvino faz críticas ao meio acadêmico, mais especificamente, as abordagens crítico teóricas, enfatizando-se o feminismo. O autor também dá "alfinetadas" no mercado editorial, criticando o processo de tradução e publicação de livros, que ganha em seu romance aspectos kafkanianos.
Dessa forma, a trama principal ganha contornos insólitos e satíricos, que demonstram com muito humor como o livro pode ser compreendido em diferentes aspectos: como um mero produto comercial ou então um objeto de culto, a ponto que a figura do autor seja mistificada.
Engraçado, irônico e cheio de referências aos mais diversos estilos literários e obras, "Se viajante em uma noite de inverno" é um grande passeio no mundo da literatura. É também uma reflexão de Calvino sobre a criação literária, assim como da relação do livro com o leitor que em algumas passagens ganha uma conotação erótica de tão íntima.
É uma obra muito peculiar que revela as limitações de compreender o que é um livro de forma mais ampla, principalmente no que se refere a algo que vem pronto para leitor, sem que seja necessário vê-lo como uma "cebola", com várias camadas de entendimento.
"Se viajante numa noite de inverno" demonstra a genialidade de Calvino como ficcionista, assim como crítico do fazer literário. Leitura altamente recomendada para quem quer conhecer a produção deste autor, um dos mais interessantes e instigantes da literatura moderna.
Sobre a edição: É em formato brochura, com boa diagramação.


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Gabriel 23/12/2022

Resenha – Se um viajante numa noite de Inverno, por Ítalo Calvino.
Esse é um dos livros mais experimentais que já li, e olha que gosto muito desse nicho literário ‘fora da casinha’’.
O livro é construído partindo da premissa de um protagonista Leitor, tal como nós, que entra numa loja pra reclamar de ter comprado um livro em que só havia o primeiro capitulo – sendo este livro de um único capitulo o próprio que dá nome ao livro que lemos ‘’Se um viajante numa...’’.
A partir de então, é costurado pelo Ítalo uma narrativa de aventura deste Leitor em busca do restante do livro que estava lendo – sendo este capitulo ‘’único’’ algo que nós, leitores, tambem lemos. Porem, a busca deste protagonista só nos leva a mais livros interrompidos, de somente um capitulo, intercalado com a própria busca do protagonista no meio desse emaranhado.
Ficou confuso, então dou exemplos.
O protagonista busca terminar o livro que estava lendo, porem na própria livraria já lhe é dado outro livro, que tambem tem somente um capitulo – mas disso o Leitor-protagonista não sabe, sendo este outro ‘’livro inacabado’’ algo que tambem lemos. Ao terminar esse capitulo, por sua vez, sentindo-se frustrado, o leitor parte em busca da continuação deste último livro que lia, pra se meter em outra enrascada que o levara novamente a outro ‘’livro inacabado’’, de um único capitulo, que tambem nós lemos.
Toda estrutura é contada desta forma: uma história com apenas um capitulo – as aventuras do protagonista/leitor em busca da continuação deste – uma nova história de um único capitulo (encontrada pelo protagonista/leitor). E isso se repete por 10 vezes, em 10 ‘’romances de apenas um capítulo’’, sendo que cada um destes apresenta com um estilo narrativo e de gênero diferentes entre si.
Eu digo história com apenas um capitulo porque dizer que é ‘’inacabado’’ seria um erro – um que eu cometi a alguns parágrafos, mas minha resenha ainda não acabou, logo, posso subverter o significado do erro porque ainda possuo palavras pra tal enquanto transcorre a narrativa dessa resenha.
Inacabado, retomando, seria incorreto porque muitas das histórias ‘’de capitulo único’’ que costuram a história do protagonista, se apresentam como pontos narrativos fechados – na minha interpretação, ainda que esta seja extremamente subjetiva.
Claro que em algumas destas histórias de capítulos únicos pode haver uma frustração da ‘’necessidade de saber mais’’, porem, na grande maioria delas, apenas um único capitulo foi o suficiente pra que eu pudesse aprecia-las, de forma individual.
Eu poderia dizer, portanto, que esse livro não passa de uma coletânea de contos, que se passam por livros ‘’interrompidos’’, amarradas pela busca desenfreada de um protagonista/leitor pela continuação destes. Porém, se eu afirmasse tal, eu tambem estaria errado. E a culpa é de Ludmilla.
Ludmilla é uma das personagens principais desse livro. E ela é a força motriz dele. Uma das. A outra força é um vilão. E há um vilão maior, por traz de todos os livros interrompidos, porém não me demoro nisso, pra instigar a curiosidade.
Ludmilla é o par romântico do protagonista/leitor, ele conhece ela na mesma livraria inicial que se dispõe a ir reclamar sobre o livro interrompido por ter apenas um capitulo e, a partir daí, ela tambem se vê presa nesse emaranhado de histórias interrompidas que acompanhamos no desenrolar do livro.

‘’ -Prefiro os romances - acrescenta ela - que logo me fazem entrar num mundo onde tudo é exato, concreto, bem especificado. Sinto uma satisfação pessoal em saber que as coisas são feitas de determinado modo e não de outro, mesmo as coisas pouco importantes que na vida me são indiferentes.

- Uma fala de Ludmilla’’.

Eu digo que está mais incrível leitora, Ludmilla, é força motriz do enredo tanto por ser um pilar de razão ao protagonista quanto por representar o que há espalhado por todo livro – um jogo de espelhos. Ludmilla se apresenta como uma personagem que consome livros de forma desenfreada, pra fugir de si mesmo, pra fugir dos outros e pra fugir da realidade. Ela é uma leitora avida, sempre perdida nos livros, porém não se demora na reflexão após o fim destes.
É o contrario de sua irmã, Lotaria. Que consome livros e se dispõe a destrinchar cada aspecto destes, de pontos de vista acadêmico/filosófico/literal.
Ao longo do livro podemos notar, tanto na história principal quanto inserida em algumas das histórias de capítulos únicos, diversos personagens que se apresentam tanto como espelhos opostos como facetas diversas de um mesmo contexto. Os espelhos estão em tudo.
Por fim, esqueça tudo que eu disse.
Basta deixar aqui explicitado que o Ítalo nesse livro se dispõe tanto a uma ode quanto a subversão do que é um livro, do que é ler, do que é uma história e da paixão pela literatura.
Tudo isso é construído com extrema maestria, em passagens que nos fazem refletir e apreciar diversas perspectivas relacionas ao ato de ler. Ítalo faz isso hora contando uma história, hora contando uma história dentro da história, hora inserindo a gente como leitor dentro da história e hora nos fazendo sentir coniventes com toda sequencia de acontecimentos, que não conseguimos deixar de acompanhar.
Não há mais nada que eu possa dizer. E qualquer coisa que eu vá escrever aqui será falsa, e é só na falsidade das minhas palavras, nessa resenha, que vai se encontrar a verdade - que é a mistificação da minha opinião sobre um livro.
Amei, nota máxima.
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Bia 23/12/2022

Único e genial
O primeiro parágrafo do livro por si só já é incrível, o autor se dirige diretamente ao personagem principal, o leitor! É um livro onde você é o protagonista.

A história começa na busca da continuação de um romance, nessa busca entramos em inúmeros outros romances que nunca terminam e sempre deixam uma vontade de mais. Me impressionei com a genialidade e criatividade desse livro, a escrita é cativante e tudo parece verosímil.

Me faltam palavras para falar mais desse livro mas recomendo muito! Foi para mim um convite a permanecer na escrita mas deixa-la livre, pois ela se dá no encontro de histórias que jamais irão terminar. Estamos presas uma a outra num encontro matrimonial.

?Apenas quando me for natural utilizar o verbo ?escrever? no impessoal poderei esperar que através de mim se exprima algo menos limitado que a individualidade de uma única pessoa.l
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Joy 21/12/2022

Com uma narrativa envolvente, na qual o narrador dirige-se diretamente ao leitor, como em uma conversa, Ítalo Calvino nos apresenta personagens profundos, complicados, reais.
Esse livro foi o primeiro contato que tive com a escrita do autor e a forma que ele conduz a narrativa, algumas vezes de maneira intensa, outras em um ritmo mais calmo, é simplesmente encantadora.
Uma ótima leitura.
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Guilherme.Eisfeld 07/12/2022

Um romance dentro de um romance, dentro de um romance...
Dez romances, dez incipts e um chamado ao leitor e à leitora para conectar todos numa estrutura muito bem planejada e desenvolvida. A metatextualidade e a fluidez tornam a leitura muito agradável. 4.5 ⭐
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Bibi 17/11/2022

Me decepcionei
O livro começa muito bem, e até a metade continua incrível na sua proposta única. Mas depois de um tempo a gente percebe que a Leitora, uma das personagens, é uma fantasia masculina só. Ela não tem desenvolvimento, nem profundidade. Ela tá lá só pra ser a a musa, o gatilho da história. Além do self insert horroroso do autor na própria história, um capítulo ?japonês? é tão estereotipado e terrível, que eu não consegui mais ler. Dá para perceber que o autor nunca leu muita literatura japonesa.
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thexanny 08/10/2022

Se um viajante numa noite de Inverno
interessante pra passar o tempo. É uma ideia legal, mas não sei se gostei da execução. Teve poucas "contos" que eu gostei.
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Gabrielle 07/09/2022

Diferente de qualquer outro livro
O livro mostra a saga de você, Leitor, para tentar encontrar a continuação de um romance que leva a outro, e a outro, e a outro...

Sim, o livro é escrito em segunda pessoa. Há um personagem principal e o livro é direcionado a ele (você) e você começará a ler diversos livros dentro deste.

Acho que nunca mais vou ler nada parecido, a criatividade de Ítalo Calvino me surpreendeu. Ótima primeira impressão com o autor!
Gabi1568 07/09/2022minha estante
Nossa, só pela sua resenha eu acabei de adicionar este livro à minha lista


Gabrielle 07/09/2022minha estante
Que legal ? é muito interessante, vale demais a leitura




Lívia 04/09/2022

Genial
"Renunciar às coisas é menos difícil que se pensa: basta começar. Uma vez que você consegue prescindir de algo que julgava essencial, percebe que pode dispensar também outras coisas e, mais tarde, tantas coisas mais."
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Ve Domingues 09/08/2022

História interessantíssima, que prende bastante a atenção. Italo criou um livro único, super original e intrigante.
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paulina 25/07/2022

Talvez seja o livro mais excêntrico que já li (Calvino não decepciona...). É um hiperromance, ou seja, é um romance em que outros dez estão contidos e acabados com uma interrupção. É um romance narrado, predominantemente, em segunda pessoa, o que gera um pouco de desconforto e nos leva a refletir sobre a riqueza de uma obra literária ? ela não se reduz apenas ao enredo, mas tem uma questão de linguagem, autor (enquanto função literária), escritor, leitor (enquanto função literária), leitor (enquanto indivíduo), tipos de leitores, enredos, edição, tradução, cultura... Enfim, esse livro é uma bela metalinguagem de como uma obra literária é um outro universo.

A leitura deve ser feita com calma se você quiser abstrair alguma coisa. Apenas me arrependo de tê-lo lido em uma época agitada do semestre. Deixarei abaixo algumas citações:

"a dimensão do tempo foi estilhaçada, não conseguimos viver nem pensar senão em fragmentos de tempo que se afastam"

"que todos os lugares se comunicam uns com os outros instantaneamente, que a idéia de isolamento só pode ser experimentada durante o trajeto de um lugar a outro, isto é, quando não se está em lugar nenhum"

"toda conversa é a continuação de outra mais antiga"

"Para ler bem, é preciso registrar tanto o efeito 'burburinho' quanto o efeito 'intenção secreta'"

"o fato é que encontro na luz do dia, nessa luminosidade difusa, pálida, quase sem sombras, uma escuridão ainda mais densa que a da noite."

"O senhor acredita que toda história precisa ter princípio e fim? Antigamente, a narrativa tinha só dois jeitos de acabar: superadas todas as provações, o herói e a heroína se casavam ou morriam. O sentido último ao qual remetiam todos os relatos tinha duas faces: a continuidade da vida, a inevitabilidade da morte."

"A única verdade que posso escrever é a do instante que vivo."

"Você é depressiva ou eufórica? A casa, sabiamente, parece ter se aproveitado dos momentos de euforia pelos quais você passou para preparar-se a acolhê-la nos momentos de depressão."

"Ler é ir ao encontro de algo que está para ser e ninguém sabe ainda o que será..."
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Araujo20 10/05/2022

Difícil e prazeroso
Este é um daqueles livros que nos confundem pelo fato de serem uma dificuldade e um deleite ao mesmo tempo. Um livro que fala sobre leitura e apresenta lindas reflexões sobre o ato de ler, mas, ao mesmo tempo, embaralha as vistas do(a) leitor/leitora do início ao fim.
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