FLemos 26/04/2020
Ed Shaw escreve um livro muito sincero e esperançoso sobre o tema
O autor, já no primeiro capítulo, deixa claro sua condição pessoal e sua posição teológica: ele sente atração por pessoas do mesmo sexo e, diante disso e da falta de perspectivas em sentir atração pelo sexo oposto, resolveu buscar uma vida em celibato e serviço à igreja de Deus. Lutando contra seus sentimentos e desejos, está disposto a provar que é plausível, diante das escrituras e da sociedade do século XXI, viver uma vida como cristão em busca de santidade, mesmo diante das suas tentações.
O livro se desenvolve buscando confrontar alguns equívocos que ele elencou quanto ao tema, que ofuscaram nos tempos atuais a plausibilidade que ele busca provar. Busca dar mais respostas do que o simples “Diga não!” que normalmente aconselhamos, dar um caminho plausível para buscar uma vida em Cristo para quem possui atração pelo mesmo sexo, mesmo diante da mais intensas e atraentes alternativas dos nossos dias, que facilitam e incentivam a vida homoessexual.
Ed Shaw toca, na minha visão limitada como alguém casado e sem histórico homossexual, nos temas mais determinantes que podem deixar em dúvida e aflição irmãos que passam por situações semelhantes às que ele passa. Para elencar algumas: busca por identidade, “nascer gay”, busca por felicidade, vida sem sexo, diferenças de gênero, santidade e celibato.
Há capítulos que, isoladamente, já valeriam serem lidos, como o Equívoco nº 3: “Se você nasceu gay, não pode estar errado ser gay”, onde ele faz uma bela explanação sobre o pecado original, e também o Equívoco nº 4: “Se faz você feliz, deve estar certo!”, onde ele desmistifica os conceitos de busca por felicidade que rondam a maioria dos pecados que somos tentados a cair.
O leitor há de notar que o livro possui um segundo grande foco que, algumas vezes, até parece ser o foco principal do livro: o Celibato. Ed Shaw defende com unhas e dentes a opção pela vida de solteiro, para quem a gostaria de perseguir. Orienta, para quem fizer essa opção, a ter uma vida sobretudo ativa em prol do serviço da igreja, a qual seria, então, a família espiritual do cristão, suprindo suas possíveis carências e dando vazão a uma vida inteira de serviço a Deus. É um bom material, mas não esgota o assunto. Há uma seção para leituras recomendadas no final do livro, onde ele indica outros materiais.
Quanto ao tratamento das passagens bíblicas sobre o tema, ele preferiu não misturar e reservar um Apêndice, o que, a meu ver, foi acertado, pois a dinâmica do livro teria sido afetada se fosse de outra forma. Estas explicações são achadas facilmente em outros livros e até blogs, não precisando ser o diferencial do livro.
Também há um Apêndice que analisa as novas interpretações das Escrituras que buscam modificar o conceito ortodoxo de encarar o tema. Ed Shaw, na minha opinião, é certeiro ao mostrar as incoerências e o que está por trás disso tudo: motivações erradas e muito apelo para as emoções e sofrimentos.
Recomendo fortemente o livro, principalmente para irmãos que estão desestabilizados por possuírem atração pelo mesmo sexo. Encontrará um olhar escriturístico e uma porta aberta, uma luz, mostrando que você não precisa trocar de igreja ou de fé, mas que a resposta continua sendo Jesus Cristo.
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