LER ETERNO PRAZER 29/08/2021
Venho fazendo a leitura da série escrita por Patrícia Cornwell.
Na série acompanhamos os casos investigativos da Médica legista Kay Sacarpetta e o detetive Pete Marino. Esse já é o terceiro livro da série, eles podem ser lidos fora de ordem, mas preferi fazer a leitura cronologicamente para melhor acompanhar melhor o desenvolvimento dos seus personagens.
Esse é o terceiro que leio da série e seu desenvolvimento vem me agradando.
Restos Mortais, como falei, terceiro livro da série, começou até que bem. O serial killer da vez tem como alvo casais, que somem do mapa sem deixar rastros e somente alguns meses depois os seus restos mortais são encontrados em um local afastado na mata. O fato dos corpos serem encontramos somente meses depois dos assassinatos acaba por atrapalhar bastante o trabalho de Kay para poder afirmar categoricamente a causa da morte dos casais e essa dificuldade de dar um parecer rápido sobre os assassinatos vem deixando sua carreira em risco. Os casos vem acontecendo e nada de uma definição por parte da investigação, os modos operantes são os mesmos, assim como as dificuldades em encontrar, as motivações e o perfil do serial killer. É quando surge um novo caso, e o que muda nesse caso é que a mãe da menina do último casal a desaparecer é uma figura conhecida da mídia e trabalha com os altos escalões do governo. Aí vem o típico clichê dos pais poderosos que não têm limites e exigem respostas sobre o que aconteceu com seus filhos e que, eventualmente, acabam atrapalhando toda operação da polícia.( Isso foi o ponto em que o enredo perdeu uma estrelinha rsrsrs).
Tirando esse pequeno clichê o que mais me agradou em seu enredo foi o cuidado que a autora teve com os detalhes do caso. São vários detalhes que acabam moldando o assassino, cuja identidade a gente só vai descobrir lá nas páginas finais da trama, o que instiga o leitor a devorar as páginas da história e ler cuidadosamente e com bastante atenção todos os diálogos da doutora Scarpetta com o detetive Pete Marino. É muito interessante também ver como a relação de amizade entre os dois vai aumentando a cada história. Apesar dos casos não terem ligação entre eles (até agora) é legal ler os livros na ordem cronológica para não perder nenhum detalhe da evolução da vida pessoal dos personagens( como comentei no início). Em Restos Mortais, por exemplo, temos uma personagem que aparece no primeiro livro de volta: a jornalista investigativa Abby, que está de volta em Virgínia para escrever um livro sobre ocaso em investigação. Claro que ela conduz a sua própria investigação e isso acaba atrapalhando a polícia, colocando até mesmo sua amizade com Kay em risco.
Decido uma das vítimas ser filha de uma importante membro do governo o FBI acaba por se envolver no caso e com isso Kay e Marino são ?sutilmente? colocados de lado. Detalhes dos casos não são completamente compartilhados, deixando a investigação truncada e gerando atrito entre os envolvidos no caso, criando reviravoltas e desconfianças. Gostei da forma como Kay e Marino conseguiram achar um fio para seguir na investigação quando todas as possibilidades pareciam esgotadas e que não levariam a lugar nenhum. Kay e Marino vão juntando as peças e acabem, bem nas últimas páginas,desvendando todo o mistério, o desfecho e bem interessante, pois (não é spoiler) por um detalhe médico, com com todos o conhecimento de Kay, esse detalhe não passa desapercebido e se conseguir provar quem é o grande serial killer.
Para um livro policial posso dizer que Restos humanos e um bom livro, trama bem escrita, desenvolvimento de personagens perceptivo e com um desfecho bem coerente!