Coisas de Mineira 18/10/2018
“- Richard suspirou profundamente. - Eu realmente me sinto abençoado com o Cruzeiro do Sul lá em cima brilhando sobre nós, mas me sinto mais abençoado com você ao meu lado. É o destino, Tami. Eu velejei metade do mundo para te encontrar.”
A resenha de hoje é de um livro que ganhei da editora em uma sessão exclusiva da adaptação do mesmo para o cinema: “Vidas à Deriva”. A história, que é real, conta como Tami Oldham sobreviveu depois de passar mais de quarenta dias à deriva em um barco, após a embarcação ser atingida pelo furacão Raymond, quando ela e seu namorado Richard Sharp estavam velejando do Taiti para a Califórnia. Tenho que dizer que ter visto o filme antes de ler o livro foi uma das melhores coisas para mim, porque consegui sentir a emoção dos acontecimentos quando vi na telona, e depois, lendo a história, consegui encaixar muitos fios soltos que foram ficando para trás.
Como geralmente acontece em adaptações literárias, não espere que o filme seja fiel ao livro, na verdade, ele revela muitas coisas nas primeiras páginas que o filme só mostra no final. Além de que no livro, podemos ver como o tempo que Richard e Tami passaram juntos antes do acidente foi maior. Até a forma como os dois se conheceram e o que fizeram juntos teve certa divergência. Não estou dizendo que o filme é ruim, apenas que existem divergências, em que no livro, tudo fez mais sentido.
Uma coisa que posso dizer que é bem similar nas duas obras é a forma como ela foi colocada para o leitor/espectador, mesclando o presente, a viagem no Hazana e o acidente com o furacão, com as lembranças do que aconteceu antes na vida dos dois: como se conheceram, se apaixonaram, o que fizeram e conquistaram juntos, e os fatos que levaram com que eles estivessem no barco e fazendo aquela viagem até a Califórnia.
Enquanto ia passando as páginas, lembrava de algumas coisas que tinha visto no filme e isso foi muito bom. Mas, uma coisa que ficava me incomodando durante a leitura, eram os termos técnicos de navegação e os nomes das coisas que compunham a embarcação, na primeira vez que olhei, busquei uma nota de rodapé com o significado, mas não achei. Apenas no fim da publicação, pude ver um glossário com as explicações do que significava cada coisa. Entendo que esteticamente ficaria difícil colocar essas explicações em nota de rodapé.
Apesar disso, acompanhar Tami na jornada para sobreviver foi bem emocionante. Com a evolução da leitura podemos perceber como ela cresceu como pessoa e como sua força foi aumentando com o passar dos dias, apesar de ela mesma não ter percebido isso na hora. Humana, como qualquer outra pessoa, Tami teve medo e até momentos de desespero em que não acreditava mais que seria possível sobreviver ao que estava passando, e é isso que sentimos enquanto a leitura vai evoluindo.
Acho bem legal, quando um livro consegue transmitir sentimentos, talvez isso tenha acontecido com “Vidas à Deriva” porque é uma história real e a própria pessoa que vivenciou tudo aquilo escreveu sobre ela, não um terceiro. Outra coisa que me impactou na leitura foi que eu consigo entender bem melhor a Tami durante a leitura do que assistindo ao filme. Em algumas páginas da publicação existem fotos da época que me ajudaram a formar imagens de várias das cenas, como uma foto do casal Tami e Richard, e outra em que mostrava o estado em que a embarcação Hazana chegou ao Havaí.
Agora vamos falar sobre capas? Gente do céu, a capa do livro é a mesma do banner promocional do filme e tenho que dizer que é uma cena que eu elogiei bastante por causa da composição, onde mostra o mar em um azul tão profundo e bonito e o Hazana destruído, e na contracapa eles apenas utilizaram a extensão do mar. Se não houvesse a lombada e colocássemos a capa e a contracapa juntas, daria apenas uma imagem bem bonita com o barco destruído no meio daquele mar. Como utilizaram o pôster do filme, além dessa imagem há também os rostos dos dois protagonistas, Shailene Woodley e Sam Claflin.
“Durante quarenta e um dias no oceano, tentei entender o que tinha acontecido com você - conosco. A única coisa que consegui descobrir é que estávamos apaixonados. Simples assim. Nada aconteceu conosco, exceto um amor louco e apaixonado.”
Por: Ana Elisa Monteiro
Site: http://www.coisasdemineira.com/2018/10/resenha-vidas-deriva-tami-oldham.html