Meir 14/01/2022"Glória é sacrifício, glória é exaustão, glória é ter nada sobrando para dar. Quase. É morrer de tanto viver".
Ler N. D. Wilson não é para todos. Ele tem uma escrita peculiar e fortemente "estadunidense" (por vezes me lembrando um pouco de Rick Riordan, autor da minha pré adolescência, no humor e nos trocadilhos). Talvez isso não seja do agrado de todos.
Mas N. D. Wilson é incrível. E o tema que ele aborda nesse livro que foi publicado após "Notas da Xícara Maluca" é incrível. Diferente de "Notas", esse livro tem um raciocínio muito bem pensado, não sendo uma mera coletânea de crônicas. Existe uma ordem intencional dos textos e uma alternação entre os cenários do livro.
Wilson nos lembra que somos personagens de uma história incrível escrita pelo grande Autor. Ele nos convida a viver essa história de forma intencional, nos maravilhando com as "impossibilhões" de bençãos que temos e nos doando intencionalmente pelos outros. Viver é morrer intencionalmente. Viver bem é morrer pelos outros. É não se poupar.
Nos intervalinhos, Wilson nos traz cenários de sua vida cotidiana, de seu passado e da história de sua família. São relatos de deixar lágrimas caírem dos olhos. Pessoalmente, a história do avô de Nathan Wilson me marcou muito. São coisas para nos inspirar a olhar ao redor e pensar na nossa própria história e em como Deus está moldando tudo para a Sua própria glória e para o bem daqueles que O amam.
"Viver significa errar e saber que, de alguma forma, todas as suas burrices ainda contribuirão, que o Deus criativo apenas se entregou a um desafio maior - obter glória de nossos desajeitados remendos do passado. (...) Há espaço para mais ossos secos nesse vale? Porque eu poderia dar uma deitada."