Resenhas - Travessuras da Menina Má

Marina 12/09/2022

Apaixonante
A escrita fez com que eu pudesse sentir todas as dores, amores e prazeres que Ricardo sentiu e ao mesmo tempo assim como ele entender (ou não) todas as façanhas da menina má.

Que livro incrível, estou simplesmente apaixonada.

Ray Cunha 22/08/2022

• Que enredo está tão batido que você espera encontrar um fracasso mas se surpreende? •
Não sei se estou nostálgica ou só organizando algumas leituras antigas, mas sei que nessa análise tenho encontrado ótimas leituras que me agradaram e que, por diversas razões, não foram resenhadas e nem nunca comentadas aqui.

Anos atrás peguei esse livro na biblioteca da faculdade para ler e foi uma enorme surpresa. Uma feliz surpresa.

O enredo tem tudo para dar errado mas é escrito de forma primorosa e envolvente, além de muito bem ambientado.

Conhecemos Ricardo ainda na adolescência. Ele é um jovem sonhador e encantador, gosta do simples. E se apaixona por Lily.

A história gira em torno de encontros e desencontros de ambos, passando por Lima, Paris, Londres, Tóquio e Madri, e também por quatro décadas e diversas revoluções.

Apesar do plano de fundo ter muito da história dos locais, é o romance que rege a narrativa.

Repararam que não falei nada sobre Lily? Pois é, ela é uma incógnita por quase toda a leitura. A reencontramos sempre com nomes, nacionalidades e maridos ricos diferentes. Seu nome verdadeiro desconhecemos e seu paradeiro depois de cada encontro também. Ela simplesmente some de forma abrupta.

Não é fácil simpatizar com a menina má, e acredito que nem é esse o objetivo. Ainda assim, torcemos por novos encontros e para que desta vez dê certo.

Como falei lá no início, tinha tudo para dar errado. No geral, quando não me conecto com os protagonistas tenho dificuldade em me envolver na leitura, mas Vargas Llosa tem um talento digno do Prêmio Nobel da Literatura, recebido em 2010.

site: https://www.instagram.com/p/Cf1tGu_qmlG/

Marcos Nandi 17/07/2022

"Ela nunca amou você, só desprezou"
Esse livro me lembrou o amor nos tempos do cólera do Gabo, livro que não gosto, mas esse livro é bem bom. Além de toda a história, eu amo o plano de fundo da revolução e do golpe de estado que se passou no Peru, mostrando mais uma vez como a democracia da América Latina é frágil.

O texto começa no verão de 1950,onde um evento marcaria pra sempre a vida do órfão Ricardo, que morava com sua tia conservadora Alberta: chegada do Chile de duas irmãs. Lily e Lucy.

Ricardo se apaixona perdidamente por Lily.

Apesar de nunca assumir essa paixão, ele mantinha-se enamorado da misteriosa Lily.

Dez anos se passa e Ricardo realiza seu grande sonho de infância (por causa dos livros que lia) de morar em Paris. Uma Paris que estava excitada com a revolta de Cuba e com o sonho da revolução no Peru. Passando maus bocados por questões financeiras, Ricardo, reencontra Lily sua antiga paixão na figura de uma guerrilheira.

O autor retrata muito bem as mudanças nos comportamentos e as questões culturais, a liberdade sexual, a homossexualidade, a AIDS, o vegetarianismo, o mundo hippie, racismo, os skinheads, etc.

(Me lembrei do livro "A civilização do espetáculo" do mesmo autor quando ele fala sobre a perseguição dos refugiados na França)

Além da história desse amor platônico, as histórias secundárias que surgem como um elo entre os protagonistas são muito interessantes.

Mas me irritou o execesso de repetição da palavra "anódino" e o excessos de "inhos" que o protagonista usa com a menina má, corpinho, amorzinho, etc. hahahaha

Conclusão: ele é um dos personagens mais trouxa da literatura KKKK

Jeane Esquivel 07/07/2022

Livro Maravilhoso!
Em Travessuras da Menina Má, vemos o desenrolar da vida de Ricardito, o bom menino ou o coisinha à toa, como preferir e o romance(?) construído com a sua chilenita, peruanita, Lucy ou simplesmente menina má.

A obra inicia em Miraflores, no Peru, onde presenciamos um pouco da juventude de Ricardo Somocurcio, no momento exato em que conheceu Lucy e o relato da paixão imediata que passou a nutrir por ela.

Rapidamente, somos transportados para a Paris da década de 60, vendo Ricardito realizar o sonho de sua vida (morar em Paris) e o reencontro com Lucy - nesse momento, sua guerrilheira.

Nosso protagonista, atuando como tradutor e intérprete da Unesco, viaja constantemente para congressos e eventos e nos leva na bagagem, com destaque para Londres, Tóquio e Madri.

Com muitos fatos históricos como pano de fundo, acompanhamos os encontros, desencontros e reencontros de Ricardo e Lucy.

Vemos, assim, o amor devotado de Ricardito, a suposta indiferença afetiva da chilenita, as amizades construídas, tudo amarradinho num vaivém de cotidiano misturado com coincidência e acaso.

Excelente obra para conhecer o inconfundível estilo de Mario Vargas Llosa, último latino-americano a vencer o Nobel de literatura.

Joao Ricardo 07/07/2022

A verborragia do Llosa me cansou em muitos capítulos. Parece que há um excesso que poderia ser cortado. No mais, é um texto que ficaria muito bem adaptado a uma série ou filme.

Paô 10/06/2022

eu senti tantas emoções diferentes lendo esse livro, que viagem doida! me prendi muito nessa história, o vargas llosa conseguiu me cativar muito com a sua forma de escrever?sempre que eu achava que a história ía ficar um pouco tediosa, ele ía lá e largava uma bomba. coisa boa poder ler livros assim!

Rick Muniz 25/05/2022

O amor só é bom quando doí?
Que baita livro meus amigos, que baita livro. Mario Vargas Llosa escreve com maestria, há tempos não lia nada tão bom.
O enredo prende a atenção do leitor do início ao fim, ora sentimos pena do narrador, ora temos vontade de esbofetear a cara dele e mandarmos criar vergonha na cara. Mas no fundo, todas as pessoas que já tiveram um relacionamento atribulado vão entender suas atitudes.
Ricardo, o protagonista, vive uma paixão avassaladora pela “chilenita” da história ou “menina má”, que ao longo da história dá razão à acunha que recebe. Ela usa o cotado de joguete o tempo todo, manipulando, seduzindo, reduzindo-o a um joguete nas mãos de uma hábil jogadora.
Os extremos tanto de dor, como nos momentos de prazer, fazem com que Ricardo fique preso nessa teia de aranha da qual não consegue escapar . Mas ele parece não se importa, se resigna a ser um brinquedo nas mãos da menina má.
O livro é ao mesmo tempo um lembrete para se evitar os extremos da paixão romântica como uma aviso de que existem pessoas mau caráter em ambos os sexos e que as mulheres podem e são (muitas vezes) tão perversas em seus atos quanto os homens.

Linara.Chaves 21/05/2022

Um romance fora dos padrões
Esse livro fugiu totalmente dos romances que estava acostumada a ler, me tirando da minha zona de conforto. Ao mesmo tempo que traz uma história de amor que tem mais tristezas, do que alegrias, nos faz se encantar pelo amor que Ricardo nutre pela menina má, um amor que rompe as barreiras do tempo, que sobrevive mesmo após tantas decepções e que é capaz de perdoar. Ricardo realmente se prova um "Bom menino" ao longo do livro, e se torna aquele para quem a menina má sempre recorre quando algo dá errado, uma espécie de Porto seguro em meio a uma vida de incertezas comandada apenas pelo dinheiro. Não posso negar que senti raiva dela em diversos momentos e julgava o Ricardo por sempre voltar atrás naquilo que dizia, mas... O que seria dela, sem ele?

Willian 18/05/2022

Vargas Llosa no seu auge
Mario Vargas Llosa escreve aqui um romance quase autobiográfico de sua vida adulta (os anos de juventude no Peru serão melhor romanceados em "Tia Julia e o Escrevinhador). E aqui tudo funciona quase à perfeição. temos um romance magnificamente bem escrito, um enredo cativante e, como pano de fundo, as mudanças políticas, sociais e comportamentais que marcaram a segunda metade do século passado.

Acho que é inegável o talento que MVL tem para a escrita. Ninguém recebe um Nobel de Literatura se não tiver muitos méritos. Mas o que me chama a atenção em "Travessuras" é a transparência da escrita. Por muito tempo, e em várias de suas obras, o autor tentou imitar o estilo de alguns de seus escritores favoritos (notadamente Faulkner). O resultado foi que livros como "A Casa Verde" e "Conversa no Catedral", por exemplo, têm uma estrutura complicada apenas pelo prazer de parecer complicado, sem que isso agregue valor ao texto.

Felizmente, nesse livro, Vargas Llosa resolveu escrever de forma mais simples, sem firulas estilísticas, e o resultado foi espetacular. Tal como em seus melhores ensaios críticos ("A Orgía Perpétua", sobre Madame Bovary e " A tentação do impossível", sobre Os Miseráveis, por exemplo), o brilhantismo da prosa do peruano salta aos olhos em "Travessuras".

Vinder 08/04/2022

Mais um excelente livro do Vargas Llosa. Dessa vez, uma história de ?amor torto? passando por Lima, Paris, Londres, Tóquio, Madri?

Mari 04/03/2022

Uma das mais maravilhosas histórias de amor
Ricardo (também conhecido como Ricardito, bom menino e coisinha à toa) narra a história de sua vida e de seu amor pela "menina má", cujo verdadeiro nome só descobrimos no fim. Eles se conhecem no bairro de classe média, Miraflores, em Lima quando eram adolescentes e Ricardo se apaixona à primeira vista por ela, que se apresenta como a chilena Lily. Ele se declara inúmeras vezes mas nunca consegue arrancar um mero sentimento dela, até que descobrem que a garota não passava de uma farsa e ele não a vê mais até alguns anos, em Paris. Ricardo é um jovem romântico que sonha em passar a vida na cidade do amor e, assim, acaba se tornando intérprete, uma profissão pouco ambiciosa mas que lhe proporciona o suficiente para sobreviver e para ele a vida vai muito bem assim, até o dia que reencontra a menina má, agora uma guerrilheira a caminho de Cuba para ajudar na revolução (pelo menos é o que ela diz aos outros, pois não tem o menor interesse em lutar por nenhuma causa que não seja ela mesma e a entrada na guerrilha não passou de um pretexto para deixar o Peru, do qual tem lembranças dolorosas). Mais uma vez ele se declara e recebe em retorno uma extrema frieza, mas também a ilusão de que, um dia, pode ser que consiga algo. E assim, o bom menino e a menina má vão se reencontrando e se separando ao longo dos anos (sempre por fugas abruptas dela com um homem de posses), ele a amando e ela o desprezando, mas ao mesmo tempo o iludindo.

Se essa história tivesse sido escrita por um autor menos talentoso, ela poderia ter sido um completo fracasso, mas nas mãos de Vargas Llosa é um verdadeiro tesouro. É maravilhoso acompanhar essa história de amor torta e imperfeita, mas que foi perfeitamente escrita. É impossível gostar da menina má, embora às vezes, é possível compreendê-la, mas é impossível também não torcer para aquele relacionamento finalmente dar certo, pois é o melhor para ambos. O pior de tudo é que até certo ponto ela o ama, mas não consegue ficar com ele. Mas, quando se trata da menina má, não dá para se ter certeza de nada.

O romance também tem outro encanto, que são os contextos históricos, já que a história percorre desde a década de 50 até a de 90, em inúmeros países, como Peru, França, Inglaterra e Japão. Mas isso não chega nem perto do romance entre niño bueno e niña mala.

Heley 01/03/2022

Perfeito!
Desde que voltei ao hábito da leitura (cerca de um ano e meio), esse foi o primeiro livro com história de amor do início ao fim. Tava com saudades de ler algo assim.
A leitura é leve e a história lhe prende do início ao fim. Traz a história de Ricardo, um menino peruano de 15 anos, e Lily, uma adolescente deslumbrante que afirma ser chilena. A partir desse primeiro encontro Ricardo se apaixona perdidamente por Lily, e assim começa essa incomum história de amor.
A história traz os encontros e desencontros dos dois. Lily, que durantes os anos possui muitos nomes, maridos, casas e nacionalidades, sempre volta para a vida de Ricardo, e depois some de forma bruta e dolorosa. A "menina má" sempre vai em busca de dinheiro e luxo, mas é no "menino à toa" que encontra amor e segurança.
Nada que eu escreva vai ser a altura da perfeição que é este livro. Você se encanta é sente raiva ao mesmo tempo, pois é difícil compreender a devoção de Ricardo pela menina má, a única que ele amou em sua vida.
Uma história maravilhosa! Não é a toa que ganhou o Nobel da Literatura.
O amor deles "está solto no ar, na vida, e sujeito aos imponderáveis do destino".

mardelivross 23/02/2022

Gostei muito deste livro!

Além de trazer a história de uma paixão arrebatadora e complexa, o livro traça um panorama das transformações sociais européias e a política da América Latina.

Bruna 21/02/2022

Leitura até interessante, mas um tanto arrastada e óbvia. Não me envolveu o quanto imaginei. Também achei a lógica dos capítulos muito repetitiva: sempre algum amigo ligado a algum contexto político/social da época que no fim acabava morrendo ou mudando de cidade. E em paralelo a menina má o decepcionando repetidamente. Toda vez o mesmo formato, acaba ficando previsível.

Mas pra mim as piores partes foram as claras demonstrações de machismo do autor: quando ela está traumatizada e ele diz que voltaria a amá-la se ?ficasse bonita de novo?; ou então que ?ela estava bem conservada, mas já tinha mais de 50 anos?; e ainda terminar a história a matando com um câncer na vagina e sem os seios. No mínimo simbólico.

Por ser um livro de 2006, me pareceu bastante retrógrado. Teria valido mais a pena ler uma autora mulher.

Juli 05/02/2022

A vida do menino bom
Ricardito, o menino bom, passa a vida com amor travado na menina má. A começar pela dicotomia do bom versus mau e se tom machista (me lembra muito a escrita de Hemingway), o livro é uma narrativa em primeira pessoa que acontece em várias cidades no mundo e perpassa várias décadas da vida desse ?menino bom?. A qualidade da escrita de Vargas Llosa com descrições bem feitas, personagens precisamente construídos e fluidez na leitura, disfarçam esse machismo (às vezes intencional, às vezes estrutural) e prendem o leitor com viradas importantes no decorrer da história. Um livro com princípio, meio e fim, de qualidade ímpar.