O Incêndio

O Incêndio Alexandre Staut




Resenhas - O Incêndio


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Mion 05/05/2024

Um livro que parece reunir contos feitos dentro de uma mesma vida, dentro de um mesmo espaco em diferentes tempos.
Uma prosa poética de frases que a gente saboreia ao ler e que quer guardar (é um livro pra se ler com um caderno ao lado pra guardar frases mas também imagens, ideias, pensamentos e memórias de uma epoca diferente dessa atual).
Um livro que conta de diferentes momentos da fase da vida mas de uma vida onde descobrir-se é resultado de contato com livros também. Um prazer pra gente que os ama e que tambem tivemos nossa historia pessoal entrelaçada à dos livros, com uma separação incerteza de quem é quem.
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ricardo_22 15/08/2018

Resenha para o jorna Pinhal News (Ed. 578 - 11 de ago. 2018)
A biblioteca de Pinhal é uma das principais referências culturais da cidade, há mais de setenta anos, e também cenário do novo livro do pinhalense Alexandre Staut. Depois de ser finalista do Jabuti 2017, com as memórias gastronômicas de Paris-Brest, o escritor acaba de lançar O Incêndio (Folhas de Relva Edições, 2018), obra capaz de fazer todo conterrâneo se sentir parte da história.
O romance é narrado por Antônio, bibliotecário convivendo com o fantasma da desativação da biblioteca municipal, que não mais representa nada de bom ao poder público. Apesar dos livros estarem sendo devorados por cupins, o telhado sofrendo infiltrações e a população não visitar o local, isso abala a personagem a ponto de levá-la a resgatar suas antigas memórias.
Embora em nenhum momento locais sejam identificados, todo pinhalense é capaz de reconhecer as referências à cidade e ao tombado prédio da Praça da Independência. Isso acontece em diversos momentos, entre eles quando é citado o lendário piano — supostamente tocado por Dom Pedro II, em 1878 — ou o quadro de Di Cavalcanti — por muito tempo exposto nas salas do grandioso prédio.
Essas são algumas das referências de O Incêndio, que desperta outras sensações à medida que apresenta um panorama geral do cotidiano da Rainha das Serras. O mesmo ocorre com as lembranças, especialmente dos anos 80, que influenciaram a formação pessoal e intelectual da personagem — e certamente do próprio autor.
Staut trata ainda a paixão pelos livros, citando incansavelmente escritores de relevância mundial lidos por tantas pessoas que percorreram as estantes da nossa biblioteca. E também a própria mudança no interior do protagonista, quando esse passa por um incêndio metafórico ao se descobrir homossexual, ainda na adolescência, e os sentimentos reacendidos na vida adulta — ao mesmo tempo que lida com o possível fechamento da biblioteca.
As memórias de Antônio se confundem com as de Alexandre Staut. Em alguns momentos isso quebra o ritmo da leitura, em especial nos capítulos que retratam as aulas na escola — Cardeal Leme, diga-se de passagem. Contudo, o ritmo é recuperado nos capítulos em nossa biblioteca, sendo esses um prato cheio para todo pinhalense amante dos livros. Tudo isso para mostrar como bibliotecas e sentimentos estão interligados, ideia reforçada no desfecho da história e quando o autor diz que “uma biblioteca é uma forma de se organizar o pensamento, e como o pensamento, ela muda”.
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Caio 16/07/2018

Prateleiras de Experiências
Narrado por Antônio, um bibliotecário que descobriu seu amor por livros em sua juventude, ele vagueia em suas memórias passadas, sonhos, idealizações e sua atual vida, enquanto em seu cotiano vê o local que tanto lhe trouxe paz ser deixado paras as traças e cupins.

Entre passado e presente o livro conta a passagem de um garoto se construindo como pessoa, descobrindo gostos, sensações, prazeres, sua sexualidade, suas projeções futuras e principalmente o mundo que se esconde por trás de um homem que já teve diversos adjetivos e que sempre foi subestimado.

Contudo, assim como dentro de uma biblioteca cheia de universos a serem descobertos, ele, tinha o seu próprio escondido dos olhos de quem só observa a aparência. Sua vida vai se desvendando como livros em prateleiras, achados e perdidos, e enquanto tenta organiza-los sabe que no dia seguinte estes, assim como seus pensamentos, terão mudanças sutis. A biblioteca de sua vida, cheia de prateleiras de experiências, podem conter mais do que ele um dia notou e que deixou de perceber o que tinha a sua volta.

Este é um romance muito belo e cheio de nostalgia, com toques ácidos de humor e uma leitura apaixonante do começo ao fim!
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