Lina DC 31/08/2018Muito bom!"Amar tá osso" é um romance irresistível narrado em primeira pessoa por Cléo. Cléo é uma veterinária de 31 anos de idade que já passou por dificuldades quando o assunto é o coração. Por conta disso, Cléo prefere dedicar-se ao trabalho e ao amor por seus dois pets: Loki e Osho, mas sua irmã Agatha acredita que Cléo terá uma grande reviravolta no coração.
Conforme a sinopse explica, o destino entra em ação em uma situação perigosa, quando Cléo presencia uma cena trágica: um tiroteio que fere um cão que estava protegendo o dono. Acontece que o dono é Danton Lamartine, um homem de 44 anos de idade que depende totalmente de Vida, a sua cachorrinha. A partir desse momento, os caminhos de Danton e Cléo se entrelaçam e os dois não fazem ideia que o amor é capaz de ultrapassar qualquer barreira...
"A parte mais difícil na vida de um veterinário são momentos como este, em que o controle está em nossas mãos e, ao mesmo tempo, escapa delas." (p. 30)
Cléo é aquela personagem que o leitor consegue se conectar de imediato. Ela é divertida, um pouco dramática, inteligente, ama animais e tem um coração gigantesco. É super engraçado observar sua interação com Loki e Osho, a forma como ela cria diálogos com eles, o cuidado que tem com os dois e o amor incondicional entre eles. Além disso, Cléo tem um dom especial que a ajuda em inúmeros momentos, mas que também a coloca em situações inusitadas. Danton tem uma personalidade mais séria, mas não menos intrigante. É um homem iluminado, que parece observar as situações de uma perspectiva mais madura, mas que também traz uma alegria de viver.
"- Quero uma conexão verdadeira, cara a cara. Quero encontrar uma pessoa do jeito antigo, numa trombada, em um supermercado, talvez até em uma viagem. Depois disso, quero viver a troca de olhares, o frio na barriga, os subsequentes sorrisos idiotas, aquela gagueira apaixonada..." (p. 69)
O que falar da Agatha? Ela é fofa, inteligente, tem um amor imensurável pela Cléo e está sempre ao seu lado. Além disso, Agatha faz alguns comentários mais esotéricos que levam a irmã a loucura. Temos também o Kléber, o terceiro sócio da Franciscão, um cara legal que é constantemente zoado por conta de seu status amoroso.
O enredo é muito bem escrito e a autora trabalho com o humor e criou personagens apaixonantes (inclusive os de quatro patas) para encantar os leitores. A história fala sobre o amor, sobre encontrar a pessoa certa e aprender com os nossos erros.
Em relação à capa, diagramação e layout a Astral Cultural realizou um trabalho excepcional. A capa é cheia de elementos que encontramos na história, tem uma delicadeza ímpar e se destaca. No início de cada capítulo há frases em destaque relacionadas com o texto que permitem que o leitor reflita sobre vários assuntos como relacionamentos, amor e crescimento pessoal.
"Na coleira da direita, está o estabanado golden retriever, o gigante peludo conhecido por todo o bairro como Loki. Não se trata do vilão da Marvel, vou apenas afirmar que esse cachorro é muito doido." (p. 17)