Um buraco com meu nome

Um buraco com meu nome Jarid Arraes




Resenhas - Um buraco com meu nome


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Claudia.M 13/03/2020

Poesia para ler e reler
Com a marca da autora, Jarid Arraes tem seu estilo de escrita, que.noa envolve completamente e gera empatia e identificação. Mulheres principalmente vêem a si mesmas nas suas poesias e narrativas. Lindo e denso, swm perder a ternura, mas expondo a crueza da realidade. Poeticamente.
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Ariadne 09/03/2020

Um forte livro de poesia
Não tenho o hábito de ler poesias, mas como parte do desafio do Leia Mulheres de março, escolhi esse livro da Jarid Arraes.

Foi uma grata surpresa porque é um bom livro de poesia com poemas que falam sobre sexualidade, abuso sexual, cotidiano da mulher negra e outros assuntos relevantes para a autora. Achei um bom livro e fiquei interessada em ler outras coisas dela.
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Delirium Nerd 03/04/2019

As mulheres brasileiras que carregam a caligrafia da resistência
Sabemos o quanto a literatura possui a força de nos moldar e reconstruir o nosso olhar. Pensando nisso, queremos indicar um livro de poesia de uma autora nacional que mais pessoas deveriam conhecer. Um Buraco Com Meu Nome, da autora nordestina e cordelista Jarid Arraes, inaugurou o Selo Ferina – criado por Jarid em parceria com Lizandra Magon de Almeida. O selo possui uma curadoria voltada para a representatividade na literatura nacional, com intuito de viabilizar publicações de livros feitos por pessoas que não encontram o espaço e atenção merecidos no mercado editorial tradicional.

No livro “Um Buraco com Meu Nome” Jarid expõe, através das garras bem afiadas de suas palavras, em conjunto com as ilustrações que ela fez em carvão, as dores e os prazeres que uma mulher carrega dentro de si. As poesias de Jarid são costuradas pelo estado de selvageria da mulher que busca sua libertação, – de todas as amarras da sociedade – ao mesmo tempo em que a autora expõe o machismo e a intolerância presenciada nas regiões do nordeste do Brasil, onde viveu sua infância.

Filha e neta de cordelistas, Jarid Arraes relembra das memórias vividas e sentidas na região do Cariri, em Juazeiro do Norte (CE), e escreve poesias cortantes sobre mulheres que revelam a dualidade da força e da vulnerabilidade, trazendo ao mesmo tempo uma importante reflexão sobre o perigo de romantizarmos a força das mulheres – pensando em nossas mães, avós e mulheres fortes que nos inspiram – e ignorarmos suas agruras.

Jarid Arraes fala também sobre a coragem da desistência em um mundo onde somos programadas para a tentativa constante e o sucesso a qualquer custo – mesmo que isso comprometa a saúde mental da mulher. Fala sobre a “loucura feminina” e como ela é catalogada e usurpada pelos homens, seja dentro dos lares ou no poder institucional.

Fala sobre as mães e avós que dormiram, ou ainda dormem nos dias atuais, o sono da injustiça, devido aos corpos de seus filhos e netos que sofreram as injustiças praticadas pela violência discriminatória policial e cujos corpos foram enterrados em valas comuns, em uma homenagem forte e marcante para as mães de maio.

Jarid fala, sobretudo, do poder da união feminina e da resistência da caligrafia dessas mulheres que carregam dores profundas, pesos imensuráveis, como vimos na poesia dedicada à Amelinha Teles – uma sobrevivente da violência misógina praticada na época da ditadura militar no Brasil.

“Um Buraco com Meu Nome” é um livro sobre a força das mulheres, que expõe as dores e sequelas que essas mulheres carregam em suas jornadas, seja através do nordeste brasileiro ou em qualquer outro canto do país. A obra de Jarid é universal, uma vez que o corpo feminino manifestado através das palavras da autora é marcado por tanto por situações prazerosas como abusivas ao redor do mundo.

Que através de leituras como essa possamos refletir sobre os mais de 100 feminicídios ocorridos no Brasil em 2019. Que tenhamos força para continuar lutando contra toda a violência que as mulheres brasileiras são submetidas todos os anos, principalmente aquelas que são apagadas da história e dos noticiários devido aos fatores de raça e classe econômica. As mulheres negras, indígenas, nordestinas, as trabalhadoras que estão entre os maiores índices de violência e abuso em nosso país. Aquelas que não entram nas estatísticas da violência de gênero, mas que são expostas pelas poesias de Jarid Arraes.

Se pudéssemos resumir “Um Buraco com Meu Nome” com uma palavra, ela seria resistência. Permanecer viva é um privilégio e não um direito em nosso país. Devemos utilizar da nossa vida e resistência para continuarmos na luta por um país que reconheça a mulher como um sujeito e não como um corpo descartável, que reconheça sobretudo aquelas que estão mais vulneráveis à violência masculina. Que tenhamos força para reconstruirmos um país onde nenhuma de nós faça parte da estatística do feminicídio e dos abusos praticados pelo namorado, marido, familiar ou desconhecido. Como disse Audre Lorde: “Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas“.



site: https://deliriumnerd.com/2019/03/11/um-buraco-com-meu-nome-jarid-arraes-livro-resenha/
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Gisa 19/02/2019

Um buraco de tantos nomes
Li esse livro com as mãos travadas, a respiração presa e a boca seca. Me senti atravessando as veias de Jarid por seu sangue. Enxergando a morte, demaiando com morfina. Cada verso pesa e fere. Mistura os sangues. As palavras engasgam, descem secas, ásperas, cortantes. No pulso e na garganta.

A poesia de Jarid não é de suspiro. É de resistência.

site: https://medium.com/gisa-carvalho/um-buraco-de-tantos-nomes-7c4ef8667692
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Alessandra Reis 10/09/2018

Um abrigo dentro da escuridão
Jarid em seus versos nos dá voz e abrigo. Nos assegura um espaço onde nossos medos, dores, gritos, silencios...podem existir sem nos machucar. Em seus poemas vi sua história... tão nossas também. É vida pulsando em versos e palavras... Vejo força, busca, grito, choro, riso... vejo várias mulheres e também me vejo naqueles versos. Senti cada um profundamente. São versos para serem degustados sempre. Para ler e reler e se acolher nessas palavras quando precisarmos. Poemas que nos chamam, que convidam a nos ouvirmos e a falarmos. Lindo!! Poesia feminista pra chamar de nossa!
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bxrxu 29/08/2018

Não tenho costume de ler poesia, mas estava muito curiosa pra ler algo da Jarid, pois sempre ouvia falar muito bem dela pelo livro Heroínas Negras Brasileiras, então quando soube desse lançamento, resolvi conferir.
Minha dificuldade com poesia geralmente está ligada ao fato de que elas não me tocam, então quando pego pra ler, gosto de buscar aqueles que tem um viés mais político e social.
Esse foi o principal ponto que me fez gostar de Um Buraco Com Meu Nome, aqui vamos ter discussão sobre racismo, miscigenação, identidade racial, machismo e saúde mental, escrito de forma lírica, mas acessível e de fácil compreensão.
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MaurAcio.Braga 30/07/2018

Um dos livros mais fortes que já li.
Não sou muito bom com resenhas, mas senti a necessidade de me expressar, pois sou leitor de livros de poesia e me senti bastante impressionado por este. Muitos poemas são violentamente políticos, de forma tão sincera que vejo que não caberiam em um texto crítico do tipo mais convencional, como um ensaio. Por isso aprecio tanto a poesia. Além disso, como leitor do livro anterior da a outra, o Heroínas Negras Brasileiras, percebi suas influências do cordel em vários poemas, o que foi bastante enriquecedor e melodioso. Alguns poemas são pequenos, breves, mas me fizeram refletir. Senti que falavam comigo e que provocaram. Algumas referências não pude compreender de imediato, sobretudo a referência que ela faz a uma autora chamada Beatriz Nascimento, então me permiti ler este poema primeiro digerindo seu significado racial. Após isso, pesquisei um pouco sobre todos os elementos que me faltavam e então fechei essa etapa de forma satisfatória.

É um livro muito forte, com ilustrações igualmente fortes. Belíssimo projeto gráfico. Revisitarei.
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