O Milagre

O Milagre Emma Donoghue




Resenhas - O Milagre


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Suzana Linhares 17/06/2023

Uma grande surpresa
Primeira vez que leio uma livro desta escritora e posso dizer que foi uma grande surpresa. O modo como ela vai narrando a história, se uma maneira lenta e calma, te faz imergir na leitura de uma forma bem suave. E nos capítulos finais, ela te surpreende de tal forma, que fica impossível de largar o livro.
Sah Ollie 23/06/2023minha estante
É aquela do livro O quarto ne?


Suzana Linhares 25/06/2023minha estante
Sim!




Cássia 23/01/2021

Até que a fome mate
Lib Wright, enfermeira capacitada, é contratada por uma comissão de notáveis cidadãos de Althlone, cidade Irlandesa, para, em plantões alternados com uma freira, acompanhar e vigiar uma menina de onze anos de idade, que há quatro meses parara de se alimentar. Ao fim do trabalho, ambas teriam de apresentar um relatório que comprovasse que a garota realmente não se alimentava.
A menina já era considerada uma possível Santa, que sobrevivia sem alimentos.
Lib esforça-se para flagrar a garota recebendo alimento escondido pelos pais ou por Kitty, a empregada. Mas a frustração a intriga, ao passo que a determinação e a afeição pela menina doce e inteligente crescem. Será que Anna seria o embuste que ela vinha prevendo desde que começou o trabalho? Descobriria quem passava os alimentos ou onde os escondia? Mas onde, já que a vigilância não deixava um segundo sequer a menina sem olhos atentos?
Depois de "Quarto", um bom livro da autora, sabia que não iria me decepcionar com este.
Recomendo
Luiz.Antonio 23/01/2021minha estante
Era fácil descobrir se comia algo ou não... Bastava não ter banheiro para ela.
Vou já antecipar a crítica. Aí não haveria estória.


Cássia 23/01/2021minha estante
Tem todo um contexto cultural por trás, além do preconceito inglês-irlandês, uma parte descritiva muito boa.
E esse detalhe aí das necessidades fisiológicas da pequena, vou deixar pra você, quando for ler.
A curiosidade vai coçar os olhos e cutucar a cabeça.
Depois você me diz, pernambucano arretado!




Queria Estar Lendo 28/12/2018

Resenha: O Milagre
O Milagre é o mais recente título da autora Emma Donoghue - de O Quarto de Jack - publicado aqui no Brasil pela Editora Verus, que cedeu este exemplar para resenha. A trama se divide em monotonia e simplicidade para falar sobre a vida e religião.

Na história, acompanhamos uma jovem enfermeira chamada Lib que foi contratada para passar umas semanas na casa de uma família numa cidadezinha isolada da Irlanda. O motivo, ela descobre ao chegar lá, é a garotinha da qual deve cuidar; de acordo com o que é falado, Anne não come há meses. Parou de fazê-lo sem motivo nenhum, e o que alguns consideram um milagre - colocando Anne sobre um pedestal, louvando-a como uma prova do divino - Lib vê como farsa, e se determina a observar até encontrar alguma prova de que nada naquela história é real.

Como eu comentei, a trama de O Milagre se desenvolve através da monotonia e da simplicidade do plot; enquanto Lib representa a lógica e a ciência, outras personagens ao seu redor aparecem como a religião e a fé, batendo de frente com tudo em que ela acredita, levando-a a questionar e ser questionada sobre muito a respeito da vida.

Eu não gostei ou consegui me acostumar com a narrativa da autora, no entanto. Senti que os monólogos internos e mesmo os personagens destoavam demais, com palavras e pensamentos rebuscados que afastavam o crescimento da trama de uma visão mais simplista. Não atrapalha para quem conseguir se entender no estilo narrativo dela, no entanto, porque é um jeito bonito de contar a história - só não funcionou para mim.

Lib, apesar de não ser uma protagonista carismática, com certeza foi instigante. O fato de a narrativa ter falhado aos meus olhos foi um ponto falho para também me conectar à personagem principal, uma vez que são os monólogos dela e as ideias dela que guiam e causam conflito na trama.

Apesar disso, ela viveu bons momentos e foi bem desenvolvida dentro dos seus questionamentos e dúvidas, dentro das desconfianças que apresentou no decorrer da história. Sua relação com os coadjuvantes se construiu de maneira gradativa - em especial com Mr. Byrne, um jovem jornalista que divide as dúvidas e descrenças com Lib, apesar de estar ligado à religião.

A tensão em relação a Anne e o motivo de ainda estar viva mesmo na situação absurda em que se encontra foi o que me manteve vidrada na história. Emma Donoghue soube como trilhar seu livro em meio a essas dúvidas, entregando um final que cresce em direção à grande revelação - sem deixar a desejar quando o faz.

A diagramação e edição da Verus estão lindas e combinam muito com a capa escolhida pela editora.

Para quem gosta de um bom mistério e de personagens bem desenvolvidos, O Milagre é uma leitura rápida e eficaz na mensagem que quer passar. Coloca religião e ciência frente a frente e traz questionamentos que ficam com você por um bom tempo.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2018/12/resenha-o-milagre.html
Rebeca Silva de Souza 28/12/2018minha estante
Às vezes me perco quando um protagonista tem muitos monólogos, mas realmente deu vontade de ler esse livro...




Helder 20/01/2019

Você acredita em milagres?
Lib Wright é uma enfermeira de alto desempenho. Treinada pela equipe de Florence Nightingale, já esteve até em front de guerra. Ela é viúva, inglesa e acha o povo irlandês do final do seculo XIX extremamente atrasado.
Porém é justamente para a Irlanda que ela é enviada com uma missão: Fazer uma vigília para uma menina de 11 anos que diz estar há 4 meses sem comer e já vem sendo considerada um Milagre no pequeno vilarejo irlandês extremamente católico onde vive.
Ela é contratada por um grupo de pessoas influentes do vilarejo, dentre eles o velho médico do local, que vem acompanhando a menina e informa que ela vem se mantendo saudável nestes quatro meses de jejum e o padre da igreja católica local, que tem duvidas se está realmente presenciando um milagre ou uma fraude de uma família fanática.
A função de Lib é ficar de olho na menina para ter certeza de que realmente ela não está se alimentando. Além dela, o conselho do vilarejo também “contrata” uma freira.
Ambas deverão trabalhar em turnos e manter a vigília durante 15 dias, para comprovar o milagre ou a fraude. Religião X Ciência.
O Milagre é o segundo livro da autora Emma Donoghue lançado no Brasil, após o mega sucesso Quarto, que gerou o filme Quarto de Jack que ganhou prêmios no Oscar de 2016.
Enquanto em Quarto tínhamos um thriller eletrizante que não nos permitia parar de ler, aqui temos um livro muito mais lento, e no começo é difícil o leitor de afeiçoar a Lib, pois ela é extremamente pedante, tendo certeza absoluta de que ali existe uma fraude, mesmo sem encontrar nenhuma prova que aponte a isso. Ela simplesmente é cética e não acredita em milagres. Mas Anna é um milagre. Ela é fofa, gentil e como diz, se alimenta do mana dos céus.
Ao ler a sinopse do livro, penso que a intenção da autora era que o leitor ficasse na duvida entre Ciência X Religião. Fraude ou Milagre? Mas a autora se perde um pouco em nos trazer esta duvida. Até a metade do livro, Lib é tão chata que queremos que Anna seja um milagre.
No terço final, o livro fica bem mais interessante e aos poucos a autora vai mostrando as cartas que tinha na manga. Ela aproveita sua estória para expor até onde o fanatismo pode levar as pessoas, e para isso ela criou personagens que nos dão muita raiva.  A criança, a mãe, o pai, o padre, o médico, a prima, o barão. A maneira como cada um, com seu próprio objetivo ou crença, segue aceitando o que está acontecendo é extremamente cruel.  A maneira como as pessoas fecham os olhos e seguem acreditando em suas verdades criadas sobre preconceitos, é terrível. O que menos importa ali é a vida da pequena Anna. E que pena daquela menina!
Eu imagino que a autora não seja católica, pois o seu livro faz uma critica muito pesada à Igreja Católica e em como às vezes ela tem interesse em manter o fanatismo das pessoas sobre seus dogmas. Até onde a Igreja pode ir para salvar alguém? O que é pecado? O que absolvição?
Se você for ateu, ou católico não praticante, passará a ter ainda mais raiva da igreja. Se for católico praticante, talvez queira botar fogo neste livro e prega-lo numa cruz, por considerar muitas partes como extremamente blasfemas.
Eu, durante a leitura só pensava em uma música da Banda Depeche Mode chamada Blasphemous Rumours

I don´t want to start any blasphemous rumours

But I think that God, got´s a sick sense of humour

And when I die, I hope I´ll find Him laughing

O final arruma uma solução para o problema que traz um pouco de esperança, mas que a mim não me convenceu muito, pois o meu lado cético não me permite acreditar que a destruição causada pelo fanatismo possa ser resolvida tão facilmente.

E você, em que acredita? Que tal ler para tirar suas próprias conclusões?
Wania Cris 24/04/2021minha estante
Eu não vou mais resenhar livro algum, virei aqui e copiarei suas resenhas que são bem certeiras. Concordo com quase tudo, menos que Lib seja chata na início. Ela é chata do início ao fim!




Bianca 04/06/2019

Bem mais ou menos... Quase amador.
Quando li Quarto, tive a impressão de estar dentro do quarto com Jack e a Mãe. Pude crer naquilo como verdade, se em alguma página estivesse escrito que o fogo era frio eu acreditaria, tamanha a técnica que Emma demonstra no livro. Sabe aquele livro que te faz sair à procura de qualquer outra coisa da autora, que te deixa encantado e desesperado por mais? Foi com essa sensação que terminei de ler Quarto, a de querer ler qualquer coisa que Emma publicasse, até sua lista de supermercado!

Em O milagre isso não se repete. É difícil acreditar nas personagens, a história, até as 20 últimas páginas, é totalmente previsível. O que Emma faz de diferente é usar expressões estranhas para descrever situações da época, "Com que, então" aparece em diversas passagens, e em todas com a conotação errada comprometendo o sentido do texto. Como não consegui encontrar a versão em inglês para comparar, acredito que tenha sido uma falha na tradução, mas para uma expressão igualmente infeliz utilizada pela autora.
"Daguerreótipo"... Essa palavra soa extremamente pedante no livro, quando somada a tantas outras expressões cansativas e personagens que não se sustentam (Kitty, Irmã Michael e Megg Ryan são três bons exemplos).
O fato de ter se arriscado num romance de época pode ter sido um passo maior do que a autora estaria preparada no momento.
Bianca 04/06/2019minha estante
Vale dizer ainda que a narrativa é tão arrastada e morna que não dá pra chegar a sentir nem raiva das personagens. A gente meio que já espera o que elas vão fazer com preguiça.




Cíntia 26/11/2018

Fome e fé - os pilares de O Milagre
Uma enfermeira inglesa do século XVIII é contratada para cuidar de um paciente na Irlanda. Ao menos, esse é o tipo de trabalho que Lib Wright acredita ter conseguido.
No entanto, quando ela chega no longínquo vilarejo, se depara com uma situação no mínimo inimaginável:
Uma menina de 11 anos, de nome Anna O´Donnell, está aparentemente há 4 meses sem se alimentar, e diz estar sobrevivendo do chamado "alimento dos deuses".
Lib, a cética enfermeira, é contratada, então, para observar o caso, e atestar ou não a santidade da criança. Rapidamente ela desenvolve uma obsessão por provar que Anna está recendo alimento às escondidas.
Ao lado dela, uma freira carrancuda também é chamada.
As duas mulheres - que divergem em absolutamente tudo - têm como missão observar a pequena Anna, e chegar a um conclusão: será que a criança está mesmo vivendo de alimentos divinos, ou Anna faz parte de uma grande fraude, armada por seus pais - católicos extremistas - para santificar a criança, além ganhar dinheiro e fama?
No decorrer da historia, somos inseridos em um universo regido pela religião, e colocados face a face com o lado mais bonito e mais sombrio da fé. Vale cada página!
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Aione 29/01/2019

O que despertou minha atenção para a leitura de O Milagre, mais do que sua premissa, foi o fato de já ter me encantado com a escrita de Emma Donoghue em Quarto, livro que originou o filme Quarto de Jack. Agora, mesmo com uma experiência bastante diferente, já que as obras se estruturam de formas distintas, ainda assim me deparei com uma história sensível e impactante, que estabelece pontos de contato com a outra obra da autora.

No final da década de 1850, Lib, uma enfermeira inglesa, é contratada para fazer vigília à Anna, garotinha irlandesa de 11 anos que há 4 meses não se alimenta. Os rumores indicam que o fato é um milagre; Lib, porém, tem certeza de que há algum tipo de fraude na história e está decidida a desvendá-la.

Por ser essa uma ficção histórica, chama a atenção, desde o início de O Milagre, a maneira de como personagens e cenários são retratados. Emma Donoghue traz ao leitor uma narrativa que se constrói sobretudo pelo choque entre as culturas representadas — inglesa e irlandesa —, de forma a demonstrar muito dos conflitos da época em relação a ambas nações. O olhar cético de Lib em relação à Anna não se deve somente a ela desconfiar da situação, mas também ao preconceito inglês em relação ao irlandês. Ainda, especialmente ao se chegar ao fim da leitura, fica clara a importância da narrativa em terceira pessoa: mesmo que ela se aproxime da perspectiva de Lib, o distanciamento decorrente de uma voz externa e onisciente garante mais fidedignidade ao que está sendo narrado, o que não seria possível se a narrativa fosse construída em primeira pessoa, já que abriria-se margem para se duvidar daquilo retratado por Lib.

Embora eu tenha feito uma leitura mais lenta na maior parte do livro, principalmente por conta dos capítulos muito longos e pelo início da trama ser mais descritivo do que permeado por acontecimentos, foi impossível não notar o esmero da escrita da autora, muito bem percebido pelo trabalho de tradução de Vera Ribeiro. Ainda que a nota da tradutora indique o que se perdeu na passagem de um idioma para outro, é perceptível ao longo da leitura as exigências que a tradução demandou mesmo sem se ter acesso à versão original do texto. Como Lib é uma inglesa em um meio irlandês, as divergências entre o inglês falado em cada um dos países acabam por aparecer em diversas situações, e Vera foi habilidosa ao trazê-las para o português.

Sendo assim, por boa parte da leitura me vi mais encantada pela escrita e pela contextualização histórica do que pela trama de O Milagre em si. Contudo, bastou atingir a parte final do enredo para que eu passasse a fazer uma leitura muito mais voraz; conforme as peças do quebra-cabeça passam a se encaixar, nos vemos tanto ávidos por mais quanto completamente desolados pelo que as respostas indicam. A obra de Donoghue me despertou sobretudo revolta, já que me vi indignada com o posicionamento de diversas personagens e completamente destroçada pelos segredos da história.

Dessa maneira, O Milagre é uma leitura que começa lenta, mas que culmina em um final aterrador, indicando o esmero com que a autora construiu toda a trama até seu clímax. Essa é uma história que questiona muito do fervor religioso, bem como o significado de família, trazendo personagens complexas e marcadas por suas próprias cicatrizes. E, assim como em Quarto, Donoghue cria um efeito paradoxal no leitor ao colocar uma criança no centro da obra: se por um lado a voz de Anna suaviza o peso dos temas abordados, é justamente a sua inocência que faz de tudo ainda mais “desolador”, como definido pelo jornal The New York Times em nota presente na capa do livro.

site: https://www.minhavidaliteraria.com.br/2019/01/29/resenha-o-milagre-emma-donoghue/
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Renate 30/01/2019

Surpreendente
Comprei esse livro pela capa, não esperava muito dele e acabei por me surpreender. Nele você vive um lapso temporal de 15 dias, e em 300 páginas é surpreendente como a autora engloba você na vida, cultura e crendices dos personagens. Achei a primeira parte do livro um pouco amarrada e repetitiva, para mais tarde perceber que varias fagulhas passaram imperceptíveis para serem bem amarradas no climax. Recomendo a leitura.
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dleitores 23/02/2019

O MILAGRE
Lib Wright é uma jovem e cética enfermeira inglesa, que foi trazida em 1859 para a Irlanda para cuidar de uma nova paciente: Anna O'Donnell, onze anos de idade, cujos pais afirmam não come nada desde seu último aniversário, há quatro meses.Um milagre, dizem os habitantes do vilarejo profundamente enraizado na fé católica.

Mas, Lib e uma freira trabalharão vigiando a garota noite e dia, para tentar descobrir se e como ela está comendo algum alimento, ou se de alguma forma ela de fato está conseguindo sobreviver sem ele. Mas, os acontecimentos mudam e Anna começa a definhar, diante da passividade de todos e da impotência de Lib.

O que o mundo está testemunhando é uma fraude sofisticada, ou uma revelação do poder divino?

Eu gostei muito desse livro, fui completamente imersa neste enredo misterioso e embora eu tivesse minhas suspeitas sobre como a história se encerraria, ela não deixou de ser convincente do começo ao fim.

É uma história atmosférica, a autora transmite com sua escrita uma encantadora sensação de tempo e lugar. Há muitos atributos que atraem o leitor: o estilo de vida das pessoas, as paisagens Irlandesas, o fato das pessoas do campo serem governadas e temerem sua religião.

A autora relata com precisão, os costumes, a linguagem e as superstições da época e apesar de ser uma história inventada, ela inspirou-se em cerca de cinquenta casos reais e documentados, entre os séculos XVI e XVII na Europa e América, das chamadas Santas Jejuadoras.

A leitura foi um tanto perturbadora pra mim, pois senti dificuldades de compreender o tipo de devoção religiosa que impregnava os personagens. Seus atos por vezes eram muito insanos! Até o ceticismo de Lib, me incomodou um pouco. Em quem eu deveria acreditar? Na fé ou na ciência? Seria tudo uma fraude?

Uma mistura de sensações permeou a minha leitura, não é um livro que eu apenas li, é um livro que eu senti. O enredo é incrível, único, emocional, perturbador e muito instigante, eu estava desesperada para descobrir o que estava acontecendo e fiquei bastante satisfeita com a forma como tudo se encaixou no final. É um livro que merece ser lido por todos!
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Ana 13/05/2019


Quarto foi o primeiro livro que recebi em parceria com a editora Record e tenho várias boas lembranças de tal leitura, muitas delas bastante nostálgicas. Eu tenho certeza que decidi ler O Milagre porque é da mesma autora de uma obra que eu amei tanto, que mexeu tanto comigo, mas infelizmente não me afeiçoei nem um pouquinho à nova história de Emma Donoghue.

O Milagre é narrado em terceira pessoa sob o ponto de vista de Lib Wright, uma enfermeira inglesa que, no final de década de 1850, é contratada para vigiar Anna O'Donnell, uma garotinha de 11 anos que não come há meses, mas sobrevive sem muitas consequências físicas. Se é difícil para você, leitor, acreditar em um feito desses, imagina para uma enfermeira cética que quer provar a todo custo que toda essa história não passa de uma fraude?

Eu não consegui me conectar com esse livro por diversos motivos. Para início de conversa, a narrativa é monótona demais para o meu gosto, mas acredito que essa característica se dá por dois motivos: o fato de ser uma ficção histórica e os capítulos extremamente longos. Além disso, Lib tinha uma única obrigação, que era cuidar de uma garotinha religiosa que não fazia muito além de dormir e rezar. Em segundo lugar, a protagonista é insuportável, não tem um pingo de emoção. Lib é tão cética e ignorante que, no fundo, mesmo sem acreditar, a gente deseja que a Anna realmente esteja sem comer há quatro meses só para calar a boca da enfermeira.

Anna também não me agradou muito, muito menos os personagens secundários. Para mim, eles mostram o lado sombrio da religião, mostram até onde o fanatismo pode levar as pessoas. Todo mundo ao redor de Anna acha maravilhoso ela se alimentar com o "maná dos céus", mesmo com o corpo da menina mostrando que ela está, de fato, definhando. Os pais simplesmente não fazem nada! Nem ao menos reconhecem que a atitude da menina está acabando com ela! Assim, a raiva que a gente sente da situação e dos personagens impede que a gente sinta qualquer tipo de empatia por eles.

A única coisa que move a leitura é saber se é verdade que Anna está sem comer há tanto tempo e, se for realmente verdade, o porquê de permanecer viva. Há uma reviravolta que traz informações muito fortes e tristes, mas não foi suficiente para apagar as sensações ruins que tive com o restante da história. Além do mais, o final, apesar de esperançoso, me pareceu um tanto forçado, difícil de acreditar.

Talvez O Milagre seja mais que uma crítica à Igreja Católica. Talvez o verdadeiro milagre não seja a Anna propriamente dita, mas sim a mudança que, de uma forma ou de outra, ela causa em Lib com o passar do tempo. Pensando bem, até que essa perspectiva consegue salvar alguns pontos do livro, mas, sinceramente, é um pouco complicado gostar de verdade de uma obra com tantos personagens detestáveis e com tantos pontos que me desagradam em histórias no geral.
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Dilalilac 25/05/2019

Não procurem esse livro procurando "Quarto"
Pelo que eu vi, esse livro floppou. Pouquíssimas leituras aqui no skoob, mesmo já passados uns 6 meses da publicação. E eu vou dizer que eu gostei do livro, mas não serve de equiparação ao livro anterior da autora.
Minha primeira reação foi "Nossa, não parece ser escrito pela pessoa que escreveu Quarto"
E realmente... São livros muito diferentes! Escrita diferente, narrador em pessoas diferentes, épocas e contextos muito diferentes, personagens absolutamente diferente, ritmos diferentes.
É um livro ruim? Não, longe disso. Me marcou tanto quanto Quarto? Também não.
Eu gostei até bastante. O ritmo é bem mais lento, e a comparação no início quase me fez desistir. Mas aí eu falei "Esse livro não é ruim, pare de comparar com o outro livro da autora!!" e aí foi.
Ele me lembrou muito o A Cor do Leite.
E conseguiu me deixar aflita, com ódio e querendo socar um (no caso, ele conseguiu me atingir bem)
Resumindo: Se você quer esse livro porque é a autora de Quarto, esquece.
Mas se a história te chamou a atenção, compre com a mente de que é uma autora desconhecida. Não tente comparar as obras, não vai funcionar.
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Campa0 18/05/2024

Amei!
Eu amei absolutamente esse livro. Muitos podem ter achado arrastado, mas pra mim, eu devorei. Como enfermeira compreendi perfeitamente os dilemas éticos e morais da Lib, o apego com a Anna, o limite do envolvimento com a paciente, o fato de ter o olhar científico versus olhar religioso.É uma história de muitas camadas, achei tocante e sensível, saquei parte dos plot twists, mas mesmo assim foi uma leitura muito prazerosa!
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taizucoly 13/07/2019

Bom, mas esperava mais
O livro me despertou muito interesse no início da leitura, mas depois de tantos diálogos eu fui perdendo o interesse (confesso que fui pulando algumas partes).
A narrativa não me prendeu o suficiente, então a unica coisa que me fez levar a leitura até o fim foi o interesse em saber como ela terminaria, e posso afirmar que gostei do final.
Acredito que algumas partes desse livro poderiam ter sido facilmente descartadas, pois só colaboraram pra ser uma história arrastada de mais.
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Thamires 12/03/2020

Bom, mas poderia ser melhor...
A escrita de Emma Donoghue me conquistou quando li "Quarto", livro que inspirou o filme "O Quarto de Jack". Então quando me deparei com "O Milagre", me senti compelida a ler, porque achei o livro anterior incrível.

Nessa história, temos Anna, uma adorável garotinha que se mostra uma religiosa praticamente fanática, e temos Lib, uma enfermeira ateia contratada para vigiar a menina que há 4 meses alega não comer absolutamente nada, fazendo todos acreditarem que se trata de um milagre. O problema é que a partir da vigília estabelecida, Anna começa a definhar, mas ninguém, com exceção de Lib, parece perceber ou quer acreditar.

Ocorre que "O Milagre" tem um ritmo muito arrastado, apesar de uma premissa interessante, mas em nada se revelou o "poderoso thriller psicológico" anunciado em sua sinopse. Teve momentos em que quase deixei o livro de lado pra retomá-lo em outro momento, mas decidi encarar e finalizar a trama. O ceticismo de Lib me irritou, com ela a todo instante falando em "desmascarar o embuste" e todos os seus envolvidos. Da mesma forma o fanatismo religioso de Anna e de seus pais incomodaram. Não havia um único diálogo em que não houvesse citação bíblica/sacra.

Assim, "O milagre" é um bom livro, mas só me prendeu a cerca de 100 páginas do final, me fazendo arrastar nas primeiras 166 páginas.
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Patrícia 10/04/2020

Sobre crenças e convicções...
Gostei muito da leitura, um mistério que retrata como uma crença pode ser imensamente prejudicial.
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