O livro de Daniel

O livro de Daniel E. L. Doctorow




Resenhas - O livro de Daniel


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Lee 22/12/2022

Mais um livro chato
É um livro chato, não é viciante, porém é um ótimo livro, diferente de tudo o que eu já lê, é um livro que te faz pensar, a forma como ele foi escrito é única.
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none 27/01/2021

Família, traições, política e mentiras
Antes da resenha, uma pequena história desse livro: Não pretendia comprar O livro de Daniel, ele me encontrou num espaço de troca de livros perto de casa, vi o nome do autor, E.L. Doctorow, minha colega e amiga de faculdade me emprestou Ragtime e recordo que foi uma bela leitura (que pede releitura), o título remete a um texto bíblico, trata-se do nome do personagem, de família hebraica. A teologia acaba por aí, bem, mais ou menos isso. O profeta com o mesmo nome perpassa todo o livro, mas o livro não trata de religião, entende?
Vou tentar explicar: Curioso que o primeiro livro que li em 2021 de Paul Auster, a personagem chamava-se Paul e tinha o filho Daniel, neste é o inverso, Daniel tem um recém nascido chamado Paul, trata-se de um romance biográfico porém a narrativa deste aqui é ficcional inspirada num fato histórico, a recriação do caso Rosemberg.
Os pais de Daniel são acusados, pelo dentista amigo da família, de conspiração e entrega de segredos de Estado para a URSS e as crianças, Daniel e Susan são entregues à pais adotivos. Daniel conta sua versão dos fatos e o narrador nos oferece percepções históricas sobre a época (anos 40-60), os Estados Unidos, as delações, o tratamento psiquiátrico, prisional, as chantagens, os enredos orwellianos colocados na prática por estados em guerra fria. Menção para o paralelo que Doctorow traça nos últimos capítulos da Disneylândia e a noção de realidade nos EUA.
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leuu_lima 01/09/2020

Atenção: Você nunca lerá nada parecido!
Posso garantir que este é um livro único e que nunca li nada nem de perto parecido. O Livro de Daniel é uma reconstrução ficcional do caso Rosenberg, famoso nos Estados Unidos, e é narrado com uso extraordinário do fluxo de consciência (técnica literária que no texto se observa o processo de pensamento do personagem). A história se passa em dois tempos diferentes da memória de Daniel, mas apresentados simultaneamente: ele criança nos anos 1950 vendo seus pais judeus anti-fascistas serem condenados à cadeira elétrica por crimes de espionagem (que não se sabe se foram de fato cometidos); e ele já adulto nos anos 1960/70 tendo que lidar com uma tentativa de suicídio da irmã. Para entender melhor o contexto da época e a influência desta na construção dos personagens, o autor introduz na própria narrativa ficcional conceitos teóricos sobre comunismo, funcionamento mecânico da corrente elétrica, papel de Deus no antigo testamento, lógica do pensamento radical, entre muitos outros. Todas essas contextualizações são detalhadas e apresentadas de forma integrada à história, mesmo sem aparente relação direta com a narrativa. O desenvolvimento dos personagens históricos-fictícios também é muito bem feito, consegue-se perceber todas as correlações entre o passado e o presente daquela família e também daquela sociedade. A escrita pode ser difícil para quem não estiver no gás da leitura, mas garanto que é muito bem feita e instigante, principalmente para quem se deixar envolver na complexidade da trama. Estou profundamente impactado com este livro e sei que o lerei novamente no futuro, usando outras lentes sociais e ideológicas, e tenho certeza que me impressionarei com sua qualidade mais uma vez. É definitivamente um livro extraordinário e difícil de descrever que mudou a forma como percebo o mundo e suas infinitas relações. Muito obrigado por tudo, Doctorow!
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Reader1 22/03/2017

Doctorow em sua melhor forma
Minha primeira (até o momento) experiência lendo Doctorow, apesar de ter feito tentativas com Ragtime e World's Fair - pra mim, obras quase inacessíveis devido à quantidade de eventos relatados e o modo como ele apresenta tais situações. O que atrai em suas obras é o fator realidade, aquele lado do autor em buscar fatos reais e transformar em literatura sem focar excessivamente em fazer uma biografia. Aqui, ele faz dois paralelos: uma parte da história tem a atenção voltada à um casal executado de espionagem pelo governo americano - o paralelo é evidente, Doctorow analisa a história do casal Rosenberg nos anos 50. O outro paralelo é focado em Daniel, o filho do casal, já na década de 70, um revolucionário de ideologia socialista e completamente anti-establishment, e que carrrega como trauma além da morte dos pais, o suícidio de sua irmã. Daniel simplesmente não acredita na culpa dos pais em quaisquer atos de espionagem e tenta relembrar eventos sobre o passado. O livro foca nestes dois tempos e Doctorow faz uma grande e memorável narrativa, que mesmo não sendo totalmente factual ao caso Rosenberg, deixando seus leitores pensarem nisso como uma válida teoria de eventos. Sidney Lumet fez uma grande adaptação deste livro em 1983, em "Daniel" com Timothy Hutton no papel principal. Altamente recomendável...livro e filme.
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