Fabricio268 09/09/2023
Ladrão, estuprador, covarde, preguiçoso e racista.
Entrei nessa leitura apenas com a leve lembrança de uma antiga série para TV que assisti na minha infância. Embarquei no livro totalmente cru. Saí com um bom conhecimento sobre os cangaceiros, seus costumes, a vida difícil no sertão e, principalmente, sobre como agia e pensava Lampião e seu bando.
O autor narra a vida de Lampião desde o primeiro crime, movido por questões pessoais, até a sua morte. Após esse primeiro crime, Virgulino virou alvo da polícia. Entrou em um bando de cangaceiros, começou ganhar dinheiro aterrorizando cidades, roubando e matando e tempo depois tornou-se o líder do bando. O resto é história.
É fato que Lampião era um exímio estrategista e sabia como poucos impor o medo. Essas características o ajudaram em manter seu título de rei do cangaço.
Outra de sua característica era a falta total de piedade. Ele gostava de mostrar seu poder a base de torturas e assassinatos covardes e cruéis.
Lampião ainda era racista. Não escondia seu ódio pelos negros. Falava abertamente que negros não eram gente. Ele inclusive costumava se referir aos policiais chamando-os de macacos, devido ao fato de também os detestarem.
Lampião, fez história e sempre será lembrado por alguns poucos como bonzinho. Ele tinha o hábito de vez ou outra pedir acampamento em casas humildes e na saída deixar dinheiro e comida para os moradores. Outras vezes, em cidades mais pobres, para conseguir o apoio da população, distribuía simpatia e dinheiro. Mas o fato é que Lampião foi um bárbaro, bandido, assassino e terrorista. Esse será seus maior legado.
Foi criado por ele o saque elegante. Seu bando entrava em uma cidade e cobrava dinheiro para proteger o comércio local de possíveis assaltantes. Outra manobra também era ameaçar os coronéis (fazendeiros ricos) pedindo dinheiro ou guarida, com ameaça de matar seus familiares se não fosse atendido.
Algo interessante que ele gostava de dizer era que roubava porque o governo não permitia que ele trabalhasse. Soa até engraçado.
O livro de Wagner Barreira tem uma escrita agradável, detalhista e rica de conhecimentos. Uma excelente porta de entrada para conhecermos Lampião, Maria Bonita e seus cangaceiros.