spoiler visualizarisabelhias 25/05/2024
Impressionante.
O prefácio e o posfácio da edição já falam muito melhor e mais substancialmente do que qualquer tentativa de resenha.
Além da relação claustrofóbica de Anna e Vronski, a confusão mental e todo o peso da desilusão amorosa e com a própria vida que ela experimenta, e que a leva a tomar a atitude que tomou, o que mais me cativou e me emocionou, várias vezes, foi o processo de pensamento e construção do personagem Lióvin.
Na verdade, cada um dos principais personagens é tão bem descrito que imagino que cada leitor vai achar o seu correspondente, sem nenhuma dificuldade ou centrismo na figura da própria Anna.
Nas páginas finais, o descobrimento de Lióvin pelo sentimento da fé e sua inédita sensação de pertença ao mundo foram emocionantes, pra mim, e destaco um trecho:
"Busquei a resposta a minha pergunta. Mas a resposta a minha pergunta não podia ser dada pelo pensamento - ele e a pergunta são incomensuráveis. A resposta me foi dada pela própria vida, por meu conhecimento do que é bom e do que é mau. E esse conhecimento eu não adquiri de nenhuma maneira, ele me foi dado, junto com tudo, dado, pois eu não poderia obtê-lo de lugar nenhum. De onde o obtive? Por acaso foi pela razão que cheguei à conclusão de que é preciso amar o próximo e não oprimi-lo? Disseram-me isso na infância, e acreditei com alegria, porque me disseram o que estava na minha alma. E quem descobriu isso? Não foi a razão. (?)?