spoiler visualizartaiz 09/06/2022
Um final feliz não tão emocionante
CONTÉM SPOILER
Gosto de livros com a temática LGBT e o que geralmente me deixa indignada é o fato de não haver final feliz na grande maioria deles. Esse, pelo contrário, teve o tão esperado casal com final feliz, mas não me proporcionou a emoção que eu esperava, por exemplo, para Elio e Oliver, em Me Chame pelo seu Nome.
A construção da personagem não foi interessante. Therese é extremamente egoísta em grande parte do livro, principalmente com Richard. Embora tivesse inseguranças quanto a arriscar, ela sempre soube o que queria, mas levou um relacionamento durante anos com alguém que ela nitidamente desprezava. E Therese não desprezava só a ele, mas a todos que julgava "inferiores" a ela, como a sra. Robichek.
O surgimento de Carol em sua vida acendeu a faísca de coragem que ela precisava para se libertar, mas sua idolatria por ela era quase obsessiva e isso acabou tornando o romance entediante e chato para mim. Não consegui me conectar a elas no individual nem como casal. Em suma, Carol é esnobe e mandona; e Therese é insuportável por diversos motivos (no final, houve um amadurecimento, mas foi só isso). Eu queria ter torcido mais pelas duas, mas a Therese foi o maior obstáculo. Gostaria de ver o ponto de vista de Carol, acho que a história seria bem mais interessante.
Ressalva para a ousadia de Patricia Highsmith, ao escrever sobre um tema delicado em sua época e pela representatividade que o livro trouxe para pessoas privadas da liberdade pelo conservadorismo, como conta a autora no pós-escrito. São pontos que fazem a leitura valer a pena.