Morte em Veneza

Morte em Veneza Thomas Mann




Resenhas - Morte em Veneza


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Carlos Nunes 24/01/2018

Um livro enganador
Escolhi conhecer Thomas Mann por um livro pequeno e fácil, escolhi A Morte em Veneza e... fui enganado! Como pode um livro tão pequeno ser tão profundo e conter tanta beleza em sua escrita? A história, em si, é quase inexistente. Mas a narrativa é tão bela e envolvente que em nenhum momento me senti entediado na leitura. Mas é um livro verdadeiramente enganador: praticamente em cada parágrafo existem diferentes interpretações e sentimentos, dependendo de quem lê. Uma leitura maravilhosa e surpreendente. Livro fantástico!
Ana 09/07/2018minha estante
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Marli.Ramires 16/08/2019minha estante
Não são todos que entendem!!!! Já entendo antes de ler pois acompanhei uma resenha ótima da professora Carmen Lúcia no YouTube. Agora quero ler.


Carlos Nunes 16/08/2019minha estante
Pura verdade, Marli! Te convido para assistir meu video a respeito (logicamente nem próximo da profundidade da profª Carmen - claro): https://youtu.be/Og8YrJ4tO6E


Marli.Ramires 19/08/2019minha estante
Com prazer Carlos!


Marcos Nandi 18/09/2019minha estante
O final me surpreendeu




Katia Rodrigues 13/02/2021

Quem consegue decifrar a essência de uma alma de artista!
Essa é uma história complexa e profunda que nos deixa ao término da leitura com a incômoda sensação de que algo ainda permanece oculto, fora do alcance até da leitura mais atenta.
Em um ensaio, Mario Vargas Llosa, na minha opinião, resume bem a questão principal do livro: "(...) como ocorre com ele, essa vontade de restituição da total soberania destruída no indivíduo, em benefício da coexistência social, renasce periodicamente para exigir que a vida não seja semente razão, paz, disciplina, mas também loucura, violência e caos ".
Guilherme.Maia 15/02/2021minha estante
Uaaal


Katia Rodrigues 15/02/2021minha estante
Pois é Guilherme, esse é daqueles livros que vale várias releituras.


Guilherme.Maia 15/02/2021minha estante
Já coloquei na minha lista, muito obrigado.


Katia Rodrigues 15/02/2021minha estante
De nada ?




Helo 14/05/2020

amor, devoção e platonismo
Apesar de ter uma narrativa prolixa que beira o lirismo, o autor conseguiu passar a complexidade e a verdade do Gustav nessa obra e sentimos suas emoções a cada pagina. O livro é caracterizado por dicotomias como belo/feio e jovem/velho, porem, o que mais me chamou atenção foi a obsessão e personificação do Belo na figura do Tadzio e a paixão platônica do Gustav em um jovem polonês. Uma obra inteligente e com pequenos detalhes escondidos.
@riggifabio 14/05/2020minha estante
Só vi o filme, achei incrível


Helo 14/05/2020minha estante
Ainda não vi o filme, mas ja está na lista


@riggifabio 14/05/2020minha estante
A trilha sonora é maravilhosa tb




Douglas Finger 15/02/2022

Morte em Veneza
Eu e minha estranha mania de não ler a sinopse antes de iniciar os livros que leio, estava despreparado para a história que estava por vir. Claramente fui influenciado apenas pelo título da obra e, claro, pelo excepcional autor, mas não sabia que esta pequena novela escrita em 1912 traria um caso de amor platônico entre dois homens.
Embora de enredo simples, este livro demonstra a capacidade do autor de descrever e detalhar cada momento de um maneira única. Escrito em um alemão formal e recheado de adjetivos e advérbios, não se trata de uma leitura leve e fluida, mas sim, exige atenção do leitor. Em cada episódio do livro Mann parece dizer sempre muita coisa!
Gostei de ter entrado em contato com a escrita de Thomas Mann atraves desse livro pois foi uma leitura breve e ao mesmo tempo impactante. Ouso compará-la á novela de Tolstoi ?A morte de Ivan Ilitch?, no sentido de ser um opúsculo aparentemente inocente mas que traz em seu cerne um verdadeiro bálsamo de profundidade e erudição. Recomendo a todos!
Carolina.Gomes 23/02/2022minha estante
Recomendam que se inicie Mann por essa novela. Eu gostei muito, mas n recomendaria para um primeiro contato com o autor. Interessante essa sua analogia com a morte de Ivan Ilitch.


anicca 01/03/2022minha estante
qual você recomendaria, carolina?


Carolina.Gomes 01/03/2022minha estante
Os Buddenbrook




Bruno.Rafael 01/08/2016

A beleza e o "belo"
Thomas Mann nos traz uma ideia bem diferente do que vemos na maioria dos livros. O autor trata sobre um assunto polêmico e que é muito discutido nos tempos modernos, (de uma forma contrária, e o leitor que acabara de lê-lo não vai ter dúvida sobre a que me refiro), mas que certamente poucos escritores ousariam perscrutar da mesma forma como Mann fez, principalmente em uma época em que o pudor e a censura atingiam patamares maiores que os de hoje. Imagina qual grande deve ter sido o rebuliço que o livro provocou, lançado àquela época. A admiração exacerbada que o personagem principal sente pelo personagem Tadzio, ou simplesmente o “belo”, está presente na obra, desde o momento em que os dois se conhecem e trocam os primeiros olhares. Longe de situar uma relação de domínio e subjugação, tal como senhor e escravo, Mann retrata a relação entre Aschenbach e Tadzio de uma maneira bem poética. E isso está ligado diretamente à profissão de Aschenbach, pois este é um poeta que está à procura de um algo a mais, está à procura daquele tempero que faz com que a vida se torne quente e vibrante, e que para um artista de longa viagem, jaz melancólica e cansativa. Então decide se livrar de suas angústias e aflições viajando para Veneza.
Várias passagens no livro chegam a mostrar exageradamente o fascínio que a beleza de Tadzio exerce sobre Aschenbach. O narcisismo do poeta se revela no corpo do seu amado, e a entrega da alma do poeta àquela condição inebriante o tira de seu estado original e vai-lhe guiando, passo-a-passo, propositalmente ensaiado pelo escritor, a um êxtase sem igual. O “belo” é um grande responsável pela mudança no poeta, não apenas por causa de sua beleza, mas também por decifrar e compartilhar os desejos íntimos que possui seu admirador. Assim o faz respondendo às trocas de olhares, por exemplo. O ápice dessa relação assusta até mesmo o leitor que já começa a acreditar no possível-impossível entre os dois personagens. As 3 palavras pronunciadas há tempos remotos, onde a conjunção delas reflete resumidamente e poderosamente a relação mais verdadeira e íntima entre os enamorados é dita de tal forma no final do capítulo 4, que tanto o orador da frase quanto o leitor são pegos de surpresa e ficam assustados.
Dessa parte do livro em diante, a situação para Aschenbach vai tomando contornos melodramáticos e a iminência de uma calamidade se aproximando, faz com que surja uma pergunta ao leitor. Se o título do livro é “Morte em Veneza”, qual dos dois morrerá? Embora outras perguntas vão se criando na mente do leitor, essa de fato, é a mais interrogativa.
Entre pensamentos filosóficos e as obsessões do poeta, que não chegou a trocar nenhuma palavra e nem sequer tocar o seu amado, o final vai se formando. A resposta para a pergunta anterior só está escrita nas últimas linhas do livro. O final carece de algo “explosivo”, já que a “bomba” vai se acumulando devagar ao longo da narração, essa é a impressão do caro leitor, embora Thomas Mann tenha escrito uma grande obra que merece a atenção e uma leitura reflexiva.
O livro lembra alguns aspectos do livro de Mário de Sá-Carneiro intitulado “A confissão de Lúcio”, onde os personagens principais passam por uma relação bem parecida, mas com algumas diferenças cruciais entre as duas histórias. Thomas Mann destila suavemente a sua ideia principal ao longo do livro enquanto Mário dá algumas dicas ao longo do seu texto, mas a ideia principal só é revelada, e de maneira bem surpreendente, apenas no final. Na verdade, a relação entre os personagens de ambos os livros, à vista de muitos leitores, pode ser a única semelhança entre as duas histórias, pois enquanto “Morte em Veneza” foca sobre o assunto do fascínio pela beleza, “A confissão de Lúcio” foca no surrealismo idealizado por Mário. Enfim, para terminar, os dois livros são impactantes e vale dar uma lida. Thomas Mann não ganhou o nobel por acaso.
fran 17/10/2016minha estante
Bom dia,gostaria de saber sobre esse filme está implicita a busca do belo. É possivel atngir a beleza?


Bruno.Rafael 14/11/2016minha estante
Olá Fran! Por ser um filme da década de 70, não é fácil encontrá-lo. Eu ainda não assisti, apenas vi um trailer no youtube, mas pretendo vê-lo futuramente. Se é possível atingir a beleza? Essa pergunta daria um livro filosófico bem interessante. Particularmente, acho q a beleza se complementa com outros adjetivos para alcançar seu auge, mas talvez nunca alcance sua totalidade, pelo menos para a mente humana, pois ela não tem limites, sempre está a procura da perfeição da perfeição da perfeição nas coisas.




VanessadeOliveira 29/03/2017

sofrível
ai odeio não gostar de um livro porque sempre me sinto meio injusta, mas este com certeza não me proporcionou uma experiência agradável...tirando algumas célebres frases que guardei( e que me deixaram um pouco menos insatisfeita com o livro) ele é muito prolixo, na minha opinião. poderia ter enxugado ainda mais o texto e transformado talvez num conto. mas enfim. não me agradou de todo.
Marli.Ramires 16/08/2019minha estante
Leia de novo em outro momento da vida. Talvez ele te dê respostas sobre a vida de dúvidas que você ainda não tenha!


VanessadeOliveira 21/08/2019minha estante
interessante seu comentário. me fez pensar! obrigada




DIRCE 30/04/2015

Apocalíptica
Existem vários autores que me atemorizam e Tomaz Mann figura( ou devo dizer figurava entre eles?), entretanto, fui tentada ler “ A Morte em Veneza” ao saber que essa obra havia sido escolhida para discussão no Clube do Livro “ A sociedade literária”.
Apesar de ser um livro de apenas 128 páginas (no caso do meu exemplar) e de proporcionar uma leitura fluida, não posso dizer que achei de fácil entendimento, portanto... Portanto, já deu para sentir o drama: não vai prestar.
Disse Mário Quintana em seu poema seiscentos e sessenta e seis:

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente…
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

Não houve meios de eu deixar de associar esse poema ao meu entendimento do livro. Um poema tão, mas tão existencial. E não é possível falar sobre a existência sem falar sobre ele : O TEMPO. Ah! O tempo. Esse algoz tão fugaz . Quando se vê, já é 6 ª feira...Esse algoz que sente prazer em ser repetitivo - tal qual nosso dia a dia, tal qual nossos erros. Vivemos nossos dias de acordo com as convenções estabelecidas presos a coisas supérfluas e quando nos damos por conta...
Aschenbach também teve uma vida presa às convenções. Levava uma vida sistemática, dedicada à escrita e tão ocupada (conforme suas palavras) com as tarefas que lhe empunham seu EU e a alma européia; demasiadamente sobrecarregado pelo dever da produção (pag. 23), porém, ainda assim ou quem sabe por culpa dessa vida tão comedida, se viu desprovido da sua capacidade criativa. Em uma tarde infrutífera ele sai em busca de novos ares , ocasião em que depara com um viajante de aparência, no mínimo, estranha. A figura do estranho causa desconforto em Aschenbach e ele atribui esse desconforto ao desejo de viajar. Ansioso por liberdade, deixa a rotina de lado e se deixa levar pela aventura. Após momentos de incertezas, ruma à Veneza, e o cúpido, que devia estar inclinado para brincadeira, prega-lhe uma peça. Tudo parece indicar que Aschenbach foi tomado por uma paixão avassaladora pelo belo jovem Tadzio , mas, euzinha, entendi que Aschenbach se apaixonou pela juventude e beleza do “deuso” . Juventude que lhe esvaíra pelos dedos face o tique-taque implacável do relógio. Beleza - uma “virtude” que lhe foi negada.
Mas, entretanto, todavia, contudo, o relógio ( o tempo) é o inimigo mor do homem. Ele é impiedoso com quem o trata com indiferença. Novas oportunidades? Nem pensar. Ele não só não as concede como parece ficar à espreita para se vingar. A vingança do “relógio” é cruel : chega o dia em que ele simplesmente PARA. .
Sinto-me tentada a dizer que narrativas muito minuciosas possuem o mérito de me enfastiar, porém um dos pontos altos da obra é a sua narrativa. Feita na terceira pessoa ( o que muito me agrada) ela é rica em detalhes e muitos deles se assemelham à alegorias que muito contribuíram para uma leitura prazerosa e para meu engrandecimento, e que também me permitem afirmar que “A Morte em Veneza” tal qual o poema de Quintana é Apocalíptica

PS: A Paulinha deixou um link no Grupo com uma advertência de spoiller. Agora, após tecer meus comentários, vou conferir. Deixo o link. Caso algum leitor tenha interesse...

https://www.youtube.com/watch?v=YACCGqpZZBQ
Tiago 30/04/2015minha estante
Morte em Veneza foi o primeiro livro que li de Mann, e o que me fez completamente apaixonado. A narrativa minunciosa dele foi o que me deixou encantado. Como uma melodia: em A Montanha Mágica, por exemplo, um livro-montanha de mais de mil páginas, o autor expõe as próprias opiniões sobre a sociedade e a artes através de diálogos entre seus personagens, como um ensaio dialogado, e embora eu não tenha concordado com tudo, me sentia encantado com a narrativa e o estilo de Mann. Recomendo Tonio Krogger.


DIRCE 30/04/2015minha estante
Mais de 1000 páginas? Que escalada! Vou aceitar a sugestão de Tonio Krogger.




Andre.Crespo 16/09/2009

As mazelas e tristezas de uma paixão
Li este livro por um conselho de um amigo meu que falou muito bem dele. Como não custava nada pegá-lo para ler, acabei lendo-o.

O livro conta a história de um escritor, que está passeando por Veneza. Lá, entre tantas pessoas, encontra um menino que lhe parece muito belo e que ele adora desde a primeira vez que o vê. Com o passar do tempo, percebe que ama este menino e que não pode deixar de ficar perto dele. Nada, nem mesmo a peste, que estavam tentando esconder e que ele soube por intermédio de um funcionário, poderiam separá-lo dele.

O final, abrupto demais, foi algo duro e ao mesmo tempo inesperado. Não vou contar, pois assim tira-se a graça do livro. Quem quiser saber, que leia! Mas que é um final forte, isso o é com certeza!

Indo agora mais para um lado pessoal, gostei muito da linguagem do autor, algo sofisticado. Mesmo assim, consegui entender tudo o que o autor queria passar.

Este é um livro onde os diálogos são raros. Tenho medo de livros assim, mas este me surpreendeu. Em algumas partes, os pensamentos do personagem deixaram-me um pouco sonolento, mas, com o passar do tempo, o livro foi ficando muito interessante e eu comecei de verdade a gostar da história. Acabei gostando do livro, mesmo com poucos diálogos.

O único ponto negativo fica pelo fato das partes em que achei um pouco cansativas. Demorou um pouco para que eu me interessasse pelo livro. Todavia, quando comecei a me interessar, não quis mais parar de ler.
Danielle 13/07/2010minha estante
hahahaha....gostei do desprezo...hahahaha!!!




@leitora.si 25/03/2022

Pior livro que já li na vidaa! Horrível!! ?
25/03/2022
O livro fala sobre um artista renomado Aschenbach de 50 anos, que resolve ir para Veneza para passar alguns dias e acaba se apaixonando por um menino de 14 anos Tadzio, que é polonês, e começa a persegui-lo por toda a cidade de Veneza. No dia que ele descobre que o garoto irá embora da cidade, ele resolve ir ver por uma última vez o garoto na praia e o artista acaba morrendo.
Com certeza não recomendo!
aline203 23/12/2023minha estante
Quanta deselegância da sua parte escrever uma resenha desta forma....infelizmente a rede não tem botão de comunicar spoiler ou denunciar isso..
Se não gostou do livro, tudo bem, mas também não precisa estragar a leitura dos outros....




Renato Medeiros 25/09/2010

O preço do deslumbramento

Publicado em meados do século XX, A Morte em Veneza, um dos mais conhecidos livros do alemão Thomas Mann, traz a trajetória de declínio de um aclamado escritor de Munique atormentado por amar um jovem que, para ele, era a personificação da beleza ideal.

Gustav von Aschenbach viveu toda a sua vida em função da construção de sua extensa obra literária. Desde muito cedo se dedicou inteiramente a esse propósito e privou-se dos mais comuns prazeres da juventude. Porém, na maturidade, tomado por um impulso desafiador, interrompeu o seu exaustivo trabalho e partiu em viagem pela Europa. Ele só não esperava encontrar em Veneza tudo aquilo que sempre procurou e sempre tentou expressar em sua arte: a forma perfeita e as proporções harmônicas do belo. Foi na figura de Tadzio, garoto polonês de apenas 14 anos, que Aschenbach, rendido à beleza do jovem, inicia um processo gradativo de decadência moral, levando-o a total anulação de alguns de seus mais preservados princípios.

Tadzio se encontrava de férias com a sua família em Veneza e estava hospedado no mesmo hotel que Aschenbach. A comunicação entre os dois é frágil ou praticamente inexistente, exceto por alguns olhares trocados. Porém, eles jamais chegam a se falar. Pouco a pouco, Tadzio vai, indiretamente, seduzindo o escritor que, perturbado, se sujeita às mais ridículas cenas.

A fixação de Aschenbach é o principal ponto de articulação da história, narrada apenas do ponto de vista do protagonista. Entretanto, embora se tenha indícios de que Tadzio também se sente atraído pelo escritor, o leitor não sabe o que se passa na mente do garoto, pois toda a agonia e todas as sensações apresentadas na novela são frutos apenas das observações de Aschenbach. Nada se sabe da natureza de Tadzio, a não ser aquilo que é apresentado pelo seu admirador. Por isso, o leitor pode se perguntar se não houve exagero em certas situações vividas no livro, se não há imaginações exacerbadas de um homem apaixonado.

Muito se fala sobre o caráter autobiográfico de A Morte em Veneza, já que aspectos da vida da personagem principal coincidem com os do autor, como o fato de ele também ter sido um escritor famoso, maduro e bem sucedido. Além disso, há boatos de que Tadzio - certamente um rapaz com outro nome, porém também polonês - teria realmente existido e que Thomas Mann o conhecera durante uma viagem feita à Veneza, em 1911, mais ou menos na mesma época em que se passa a história.

A linguagem de Thomas Mann é tradicional e aparentemente não traz grandes influências das correntes modernistas da época. O texto é cheio de pequenas cenas que, de princípio, parecem estar desvinculadas da história principal e apresentam certo ar profético, mas que no fim ganham sentido para o bom observador. Exemplo disso pode ser percebido quando o gondoleiro clandestino some sem receber o seu dinheiro e sustenta a expressão: "você pagará", porém sem mencionar em qual moeda se fará esse pagamento; ou quando o velho rejuvenescido sofre críticas de Aschenbach durante a viagem à Veneza.

A Morte em Veneza é uma obra curta, completa e fascinante. E mesmo que seu desfecho deixe a desejar, talvez por ter se tornado um pouco óbvio, é capaz de causar sensações, no mínimo, interessantes e curiosas no leitor, o que faz a sua leitura valer a pena.
Eduardo 23/11/2010minha estante
excelente resenha. essa sacada do velho rejuvenescido se choca com a cena de Aschenbach, feliz, sendo maquiado pelo barbeiro do hotel.
E essa do "você pagará", bem observado. terminei de ler hoje, e voltei a esta parte. ambíguo... de um lado é banal, de outro, profética. boa observação.




M. Scheibler 04/11/2010

Com um certo ar de pedofilia e homossexualismo, MORTE EM VENEZA é uma obra que exige um pouco do nosso casto vocabulário.

A trama não me envolveu, pois não apresentou uma sequência de ações que me prendessem na leitura.
Cristina.Pereira 13/03/2017minha estante
Engraçado, não enxerguei esse tom de pedofilia que você citou. Pra mim é mais um fascínio pela beleza e juventude em seu sentido puro, representada pelo menino, já que o personagem principal é um escritor, e como tal, tem uma relação muito específica com a beleza. Livros como esse não serão apreciados por todos, pois o foco está mais nas reflexões do personagem e não em enredo cheio de lances inesperados.




Amrlps 09/02/2020

Que raio de livro é esse?
De fato possuí uma ótima escrita. E é possível navegar por Veneza junto ao protagonista. Mas quanto ao protagonista : vocês entenderam o que eu entendi? O objeto de desejo dele? A sua angústia? O seu "amor"? Ainda bem que há uma morte em Veneza.
Bia 06/07/2020minha estante
Parei de ler por causa disso, credo.




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