O movimento de 1932

O movimento de 1932 Maria Helena Capelato




Resenhas - O movimento de 1932


2 encontrados | exibindo 1 a 2


Marcel.Trocado 18/04/2024

ELITE PAULISTA X GOVERNO PROVISÓRIO

As "Classes conservadoras de São Paulo" se colocaram contra o Governo Provisório (Getúlio Vargas) que representava uma outra fração da classe dominante brasileira, interessada no fortalecimento do Estado, na sua intervenção na esfera da política e da produção.

Havia divergências de interesses no campo econômico, mas o conflito não se resume nisso. Numa perspectiva mais ampla, podemos dizer que estavam em jogo projetos políticos não coincidentes. A classe dominante paulista se insurgia contra o rumo que ia tomando a política do Governo Federal.

Durante os meses da luta armada os jornais deram cobertura total ao Movimento. Em suas páginas havia notícias sobre o número de voluntários que se alistavam, a formação dos batalhões, a relação dos donativos, das instituições que auxiliavam o Movimento. Anunciava-se o resultado das batalhas vitoriosas - a autocensura dos jornais impedia a publicação de informações sobre as derrotas. Por esta razão, Menotti Del Picchia (poeta e jornalista) enalteceu a atuação dos repórteres: "souberam eles ocultar notícias que longinquamente podiam prejudicar a causa" (publicação A revolução Paulista). Até mesmo nas propagandas comerciais explorou-se o tema da Revolução; como exemplo pode-se mencionar o desenho de dois soldados constitucionalistas empunhando uma lata de Leite Moça, com a frase "Vigor e Resistência".

A classe dominante paulista, adepta do liberalismo, se insurgiu contra o processo de centralização do poder, contra o impedimento da livre circulação de mercadorias, contra a interferência do Estado nas relações entre as classes.

Em 1933 já eram visíveis os sinais de aproximação. Muitos dos exilados (divergentes paulistas) voltavam ao país preconizando moderação. Em 1934 foi votada a Constituição; a bancada paulista através da Chapa Única propusera emendas ao anteprojeto; nem todas foram aprovadas, mas a corrente centralizadora foi contida nos trabalhos da Constituinte. O princípio da autonomia dos Estados "estava salvo". Em 16 de julho de 1934 a nova Constituição foi apresentada ao País, e no dia seguinte Getúlio Vargas foi eleito Presidente Constitucional do Brasil por sufrágio indireto.

Em 1935, diante do "perigo comunista", todas as discordâncias foram posta de lado. A classe dominante paulista, em perfeita unidade de pensamento com o Governo Central, apoiou integralmente a Lei de Segurança Nacional, considerando até mesmo que, se a destruição total do "perigo comunista" requisitasse a concentração cada vez maior de poderes nas mãos do Governo Central, isso deveria ser feito sem hesitação.
comentários(0)comente



yuri29 25/01/2016

Informativo
Acabei de ler o Livro de Maria Helena Capelato e me senti..., como posso dizer, bem informado. é... acho que essa era a expressão que procurava. O livro, para que não possui muito conhecimento no advento revolucionário paulista de 1932, constitui-se em uma boa pedida. Possui uma escrita bem clara e não muito rebuscada, com exceção de algumas palavras, que em minha opinião, poderiam ter sido trocadas por outras. Mas como um todo, eu recomendo o livro.
Uma das coisas que mais chama a atenção é como a autora trabalha com a propaganda que rolava na época do conflito, assim como o destaque oferecido pela mesma às relações entre os revolucionários e estas empresas.
Volto a falar que para quem não tem certo conhecimento na área este livro é uma boa pedida, além do leitor, exatamente pelo fato mencionado acima, não possuir nenhuma dificuldade na leitura deste livro. Em suma, Maria Helena Capelato fora sucinta e objetiva com esta obra. Recomendo também aos usuários do Skoob que procurem outros exemplares desta coleção da editora Brasiliense. Os livros são bem fininhos e para que procura uma leitura pontual acerca de vários adventos históricos, a aquisição desta coleção, mesmo que não completa, torna-se altamente recomendável. Concluindo, acho que a leitura deste livro é bem vinda, assim como a presença deste em qualquer estante.
comentários(0)comente



2 encontrados | exibindo 1 a 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR