Não me abandone jamais

Não me abandone jamais Kazuo Ishiguro




Resenhas - Não Me Abandone Jamais


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Jaíne 01/11/2017

Extremamente comovente
"Suas vidas já foram mapeadas. Vocês se tornarão adultos e, antes de ficarem velhos, antes mesmo de entrarem na meia-idade, começarão a doar órgãos vitais. Foi para isso que todos vocês foram criados. Vocês não são como os atores que veem nos vídeos, não são nem mesmo como eu. Vocês foram trazidos a este mundo com um fim, e o futuro de vocês, de todos vocês, já está decidido."

Não me Abandone Jamais, do autor Kazuo Ishiguro, publicado no Brasil pela Companhia das Letras, foi o ilustre ganhador do prêmio Nobel de literatura de 2017.

O romance/ficção aborda a história de Kathy H. , uma mulher adulta, de 31 anos, que desempenha o papel de "cuidadora".
Criada no colégio interno de Hailsham, cresceu cercada de outras crianças que assim como ela, já tinham seus papéis pré definidos no mundo.
E embora as crianças de Hailsham saibam desde muito novas, que algum dia, se tornarão "doadoras", há muitos mistérios e dúvidas em torno do tema.
Agora, após onze anos trabalhando como "cuidadora", Kathy está a um passo de passar para o outro lado, o lado designado desde sempre, o de "doadora" e isso despertará uma nostalgia que a levará de volta ao passado, de volta aos corredores de Hailsham, a sua infância e adolescência, as amizades, as dúvidas, as experiências marcantes e todos os sentimentos que o fato de já se ter um destino traçado pode causar em alguém.

Não me Abandone Jamais, é narrado em primeira pessoa, por Kathy H., e consiste em uma compilação das lembranças dela sobre o seu passado.
Não há uma ordem cronológica nas lembranças, então é comum uma determinada história ser parada abruptamente no meio, para dar início a uma outra, que acabou vindo a mente de Kathy no momento.
Há diversos personagens que ocupam o pano de fundo do romance de Kazuo, embora os principais, que ocupam boa parte das lembranças de Kathy, sejam Ruth, uma amiga, e Tommy, uma paixão.
(Deixo aqui meu desabafo de que odiei essa Ruth do início ao fim e quanto ao Tommy, meio desligado, porém fofo).
Devido a boa parte do livro tratar-se de coisas que já aconteceram efetivamente, tudo assume um ar extremamente nostálgico e no início, misterioso.
Afinal, quem são os alunos de Hailsham?
Por que eles se tornarão doadores de órgãos quando crescerem (mesmo que não queiram)?
De onde eles vem?
Por que eles sequer têm um sobrenome?
Ao longo da narração, as peças dadas a cada capítulo, vão formando o quebra cabeça principal e o que era misterioso, começa a vir à luz e se tornar triste. Bem triste. MUITO TRISTE.
Eu já falei que é triste?
E já próximo ao final, quando você estiver com todas as respostas, verá que a verdade sempre poderá ser mais dolorosa do que você imagina.

Se você está em busca de um romance, que fuja um pouco do habitual, leia. Mas quando você virar a última página do livro e estiver com os olhos marejados, não diga que eu não te avisei que era triste, hein? E ah, mais uma coisa... "Baby, baby, não me abandone jamais...."

Essa foi a resenha de hoje, para ler a outras resenhas, acessem:

site: mundodasresenhas.com.br
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Nathalia 27/01/2012

Não consigo nem descrever o que Kazuo Ishiguro me fez sentir ao ler este livro. Escritor talentosíssimo.
Apenas leia este livro. Saber demais sobre a história não vai te preparar para o turbilhão de sentimentos que "Não Me Abandone Jamais" provoca.
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Lucas 22/11/2017

Jamais te emprestarei
Devo ser honesto ao afirmar que assisti ao filme antes de iniciar o livro e deixo claro que ele me marcou profundamente e foi o que me induziu à leitura. Evidentemente, a subjetividade na abordagem entre um e outro é diferente, porém irei me ater ao livro, pois é a verdadeira razão dessa resenha e por possuir um conteúdo mais denso.
Primeiramente, um comentário que me marcou foi que o livro era lento, mas não consigo ver isso como um problema, pois, de fato, é um livro de memórias da personagem Kathy H., portanto se baseiam em recordações, divagações e percepções na primeira pessoa. Dessa maneira, cobrem a infância, adolescência e vida adulta da personagem que, no final das contas, não teve uma vida recheada de estupendas ações ou objetivos, mas sim uma narração da longa espera até que ela e "gente como nós" possam atingir o objetivo final de suas existências, que é "concluir". Porém, não deixa de incluir longos laços de amizade, uma interessante abordagem sobre como é vista as relações afetivas e sexuais, inclusive as homoafetivas, além de arrependimentos arrebatadores, pois muitas vezes é repetida a sensação de que “é tarde demais”, entre certas revelações. Porém, tal narrativa não deixa de ser carregada de uma particularidade emocional e de uma bela abordagem, como muitos já disseram, de uma ficção científica que poderia ser perfeitamente possível, portanto aborda uma interessante reflexão sobre os limites éticos da ciência e da importância da arte na formação do indivíduo.
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Sil 01/12/2017

ENTROU PRA LISTA DE MELHORES
Olá,
Recentemente tive o prazer de receber da Companhia das letras um exemplar do autor vencedor do prêmio Nobel Kazuo Ishiguro. Há tempos estava interessada em ler O gigante enterrado, então quando recebemos o Não me abandone jamais, decidi que era um bom livro para começar a conhecer a escrita do autor.
Na história, temos Kath, Ruth e Tommy. Se você não ler a sinopse antes de começar a ler, não vai entender muito bem o que está acontecendo com eles, nem onde exatamente eles estão. Mas caso você leia, saberá que nossos três personagens são clones. São pessoas clonadas e criadas com a finalidade de doação de órgãos para que os humanos doentes e convalescentes possam viver mais. Esses clones são chamados de doadores. Nossa narradora é Kath, e logo de início descobrimos que ela atualmente é cuidadora de outros doadores. Você não sabe o que a levou a ser cuidadora, não sabe o que aconteceu com seus amigos, mas descobre tudo quando ela conta sua história através de suas memórias.
As lembranças começam cedo, na escola Hailsham. Kath conta como foi que virou amiga de Ruth, a garota mais mandona do colégio. Fala também sobre Tommy, um garoto genioso que sempre foi hostilizado pelos outros alunos pelo fato de ter chiliques inexplicáveis. Você também logo percebe que essas são crianças sem pais, são crianças emocionalmente carentes, que secretamente lutam para ter a atenção do seu guardião (professor), para se sentirem especiais. Sobre esse assunto, elas crescem ouvindo que são especiais, que tem um propósito honroso á cumprir quando chegarem á vida adulta, porém o assunto nunca é deixado totalmente ás claras.
As crianças tem uma rotina bem organizada na escola: praticam esportes, tem aulas de arte onde são fortemente estimuladas á serem criativas, possuem aulas de sexo, de geografia e história. Mas elas também são muito vigiadas, as portas por exemplo, são fechadas somente na hora de dormir. Quando querem fofocar, falar de algum tema mais “proibido”, elas precisam se dirigir á um local mais escondido, do contrário, a escola inteira se reúne ao redor para ouvir o que está sendo conversado, descaradamente.
De tempos em tempos, é organizado um bazar. Esse bazar é motivo de grande euforia para os alunos, pois é onde eles tem a chance de trocar suas artes (poesias, pinturas), por outros objetos: fitas cassete, estojos de lápis, objetos que eventualmente tenham algum valor emocional para o aluno. Esses objetos, ao longo dos anos formam a coleção pessoal de cada aluno, e essa coleção é de grande estima para cada um. Kath pessoalmente, tem uma fita com uma capa um tanto quanto proibida, pois mostra uma mulher fumando (coisa que é altamente proibida na escola). Alias, qualquer tipo de droga ou vício, é totalmente proibido, pois os futuros doadores precisam ser saudáveis. Mas eu estava falando da fita da Kath: essa fita não possui um repertório muito interessante, mas existe uma faixa específica, muito ouvida por nossa protagonista. O nome da música que ela ouve sem parar é Não me abandone jamais, e existe toda uma cena que acontece encima dessa faixa musical.
Como mencionei acima, as crianças são altamente estimuladas á serem criativas, e suas criações são apresentadas a Madame. Essa mulher misteriosa, recolhe as melhores criações e as leva embora. Os alunos não sabem para qual finalidade as criações são recolhidas, mas começam á dizer que elas são levadas para a Galeria de Madame. Tommy tem seus chiliques constantes por não ser criativo: ele simplesmente não consegue criar nada bom ou interessante para ir para o Bazar, ou para a Galeria.
Então algum tempo passa, e você descobre que eles cresceram e não estão mais em Hailsham. Foram separados em grupos e levados para o Casario. Nossos três protagonistas foram enviados juntos para essa casa, onde acabam passando por algumas privações. Lá eles conhecem outros como eles, vindos de outras escolas como Hailsham, porém não exatamente como Hailsham. Conforme nos é narrado a convivência dessas pessoas dentro daquela casa, você percebe que nossos três amigos tiveram privilégios que os alunos de outras escolas não tiveram, e por esse motivo são vistos como diferentes, são vistos como muito especiais.
Paramos por aqui, tem muito pano pra manga ainda nessa história e vou me limitar a falar somente isso. A narrativa é feita pela Kath de uma forma totalmente normal, esperançosa até, como se ela não soubesse que dentro de alguns anos, ela irá doar seus órgãos vitais e morrer, para que outra pessoa possa viver, e acho que é isso que faz esse livro ter uma atmosfera tão triste. Você sente que a situação toda é muito injusta, pois afinal, são seres humanos sendo criados para morrerem precocemente e de formas não naturais. Por outro lado, nos faz pensar na seguinte situação: se essa solução nos fosse apresentada nos dias atuais? Se existisse a possibilidade de termos um clone nosso em algum lugar, onde os órgãos dele estariam disponíveis para utilizarmos quando necessário? Nós iríamos nos importar com esse clone? Nós iríamos pensar no fato de que aquele também é um ser humano (apesar de criado de forma não natural), com sentimentos e emoções?
Se isso de fato fosse colocado em prática, seria a solução para as doenças como o câncer, para aqueles órgãos perdidos em acidentes, mas a que custo? Conseguiríamos dormir, sabendo que alguém morreu, para podermos viver?
A narrativa é mais lenta, a escrita é bem elaborada e nós não temos ação alguma no livro. Se você está pensando que teremos a revolta dos clones contra o programa do governo, você está enganado. Porém é um livro maravilhoso mesmo assim, e entrou para a minha lista dos favoritos de 2017 com certeza. Cinco estrelas bem merecidas.
Abraços.

site: www.revelandosentimentos.com.br
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Naiara 14/06/2011

A mensagem é por sua conta.
'Não me abandone jamais' é uma boa leitura.
O livro é leve e a estória flui bem, mas cuidado para não esperar demais dele.

Basicamente, o livro conta a estória de Kathy H. e sua vida em Hailsham, sua antiga escola. E só.

Kazuo Ishiguro aguça nossa curiosidade à respeito da condição dos alunos de Hailsham, que é revelada aos poucos. Através de pequenos acontecimentos - como a conversa de Tommy com a professora Lucy na "hora morta", ou o porquê de Madame ter chorado ao ver Kathy aninhando um bebê imaginário ao som de Judy Bridgewater, ou o mistério da Galeria - consegue fazer com que o suspense cresça e a trama se desenrole a partir desses acontecimentos.

Mesmo na Parte 2, quando eles já saíram de Hailsham, a escola exerce grande influência na etapa que se seguirá na vida dos alunos.

Resolvi ler o livro após ter lido uma resenha do filme, que tem no elenco duas de minhas atrizes favoritas: Carey Mulligan e Keira Knightley. No final da resenha, ao ver o trailer, aquela estória já tinha me contagiado. No mesmo dia fui à livraria.

Me decepcionei um pouco com o livro, pois esperei demais. Você não encontrará nele um grande debate, mesmo suavemente abordado, à respeito do valor da vida, do nosso papel como humanos no mundo e modo de enxergar as pessoas. Não estou dizendo que não há no livro essa mensagem, ela só não está ali para ser lida.
'Não me abandone jamais' não traz respostas, traz questionamentos. E até mesmo esses questionamentos cabe a você formular, pelo que entendeu ao final do livro.

Geralmente, ao colocar de um lado da balança o filme e do outro o livro que o deu origem, o livro é mais significativo. Não nesse caso.
Ainda não vi o filme, então não posso ter absoluta certeza, mas já no trailer, o drama envolvendo os personagens e seus sentimentos é perceptível, e o debate à respeito da nossa humanidade está ali.

Se você quer drama, emoções comoventes, uma estória de amor, veja o filme.
Se você quer uma ficção-científica leve, leia o livro.

PS.: Acho que a resposta para todos os questionamentos que você fará a partir do livro está no último parágrafo. Ele é parte metafórico, com uma mensagem escondida nas entrelinhas para só quem realmente quiser ver. Não o deixe passar despercebido.






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Juliana.Calfa 04/12/2017

Esperava mais
História de ficção científica e muito humana ao mesmo tempo para falar de clones.
O enredo tinha tudo para te prender, mas apesar da leitura fácil e fluida, a história não tem um suspense ou "grude" que te faz querer ler mais e mais.
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Vanessa Vieira 07/12/2017

Não Me Abandone Jamais - Kazuo Ishiguro
O livro Não me Abandone Jamais, de Kazuo Ishiguro - vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2017 - nos traz uma distopia dilacerante e muito bem orquestrada. Com uma temática ousada e que delineia magistralmente toda a fragilidade e limitação da vida humana, personagens singulares e um romance memorável, o enredo de Kazuo Ishiguro é único e consegue nos fazer tramitar por um oceano de reflexões e indagações.

Kathy H. tem 31 anos e depois de exercer durante onze deles a profissão de "cuidadora", está prestes a se aposentar. Neste intervalo de tempo, ela relembra o período em que viveu no internato inglês Hailsham, onde passou a infância e a adolescência cercada pela mais pura e bela natureza, ao lado de Tommy - o grande amor de sua vida - e de Ruth, sua melhor amiga. Tal como qualquer criança, Kathy passou por muitos momentos de risos, lágrimas, felicidade e medo no internato, mas de certa forma, é possível notar que os internos de Hailsham tinham algo de especial e diferente. Para início de conversa, todas as crianças de Hailsham são "doadoras" e poucas dentre elas, são elegidas "cuidadoras". Às vésperas de se tornar uma "doadora", Kathy foi nomeada "cuidadora" e nos explica como galgou esse degrau em sua vida e tudo o que teve que passar até ali. Entretanto, o seu relato é um pouco complexo e intrigante e acaba gerando ainda mais dúvidas ante o clima de mistério que impera em Hailsham.

Nada é o que parece ser e por detrás da suposta utopia que paira sobre Hailsham, segredos obscuros vão sendo paulatinamente revelados. Por meio das memórias de Kathy, mergulhamos em um pântano sombrio e misterioso, que pouco a pouco vai nos aguçando a curiosidade e tornando o enredo intrigante. A ingenuidade, bem como a maldade humana, são contrastadas em suas mais diversas formas e à medida que as revelações vêm à tona, elas se mostram mais do que assustadoras; são simplesmente devastadoras, dolorosas.

Não me Abandone Jamais é um livro que toca fundo na sua alma e que te leva a uma série de profundas reflexões. Sou até suspeita em falar a respeito, pois ficção científica trata-se de um gênero no qual não sou expért, entretanto é praticamente impossível permanecer a mesma pessoa após a leitura deste livro. Mesmo se tratando de uma ficção distópica, as questões abordadas e levantadas por Kazuo Ishiguro em seu enredo machucam e comovem e nos levam a refletir acerca das limitações da vida, bem como sobre a perda e a solidão. Narrado em primeira pessoa por Kathy de forma intensa e um tanto indigesta, temos uma história forte, cáustica e incrivelmente chocante.

Kathy é uma personagem complexa e sua narrativa tem exatamente as mesmas características. Há pontos em que nos perguntamos se ela realmente está sendo sincera em seu relato ou se ela quer persuadir o leitor a ter uma visão estereotipada dos demais personagens da trama. O seu sofrimento, bem como suas frustrações e a morte de seus sonhos são dilacerantes e saber que ela acompanhou todos os fatos da história e que carrega essa bagagem em sua alma é assustador e devastador.

"É um momento gélido, esse, o da primeira vez em que você se vê através dos olhos de uma pessoa. É como passar diante de um espelho pelo qual passamos todos os dias de nossas vidas e de repente perceber que ele replete outra coisa, uma coisa estranha e perturbadora."

Tommy tem uma pureza e uma inocência tão grande que o sagram como uma espécie de ser angelical. E não, essa característica não ficou exacerbada na trama e sim serviu para elucidar a ambiguidade dos sentimentos conflitantes do enredo. Acompanhar o personagem se agarrar desesperadamente à migalhas de esperança mexeu demais com o meu interior e conseguiu me causar até mesmo emoção durante a leitura. Ruth também é uma vítima da situação, entretanto ela consegue manipular as pessoas e as coisas ao seu redor ao seu bel-prazer e tal senso de egoísmo não me fez nutrir apatia pela personagem. Talvez ela tenha sido retratada assim por Kathy propositalmente - afinal, a narrativa é um tanto complexa quanto tortuosa - mas o fato é que a personagem também pagou os seus pecados na história, mas não conseguiu me comover tanto quanto os demais.

Em síntese, Não Me Abandone Jamais é um livro excelente e memorável e sem sombra de dúvidas, uma das melhores distopias que eu já li na vida. Não se trata de uma leitura fácil, muito pelo contrário, a trama é norteada de angústia e nos deixa até mesmo com um certo vazio existencial após o seu término, entretanto se trata de uma obra essencial por dissecar a vida humana e suas limitações. Em 2010 foi feita uma adaptação cinematográfica do livro, que conta no elenco com Andrew Garfield, Keira Knightley e Carey Mulligan e que foi bem aclamada pela crítica por retratar com fidelidade a distopia de Kazuo Ishiguro. A capa do livro nos traz um robô em poses anatômicas e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Recomendo, com certeza!


site: http://www.newsnessa.com/2017/12/resenha-nao-me-abandone-jamais-kazuo.html
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Ileana Dafne 16/12/2017

Intrigante e triste...
Recebi a chance de ler o ganhador do prêmio Nobel de literatura em 2017, Não me Abandone Jamais, de Kazuo Ishiguro, lançado pela Companhia das Letras.
É uma ficção científica diferente de todas os outros livros que já li do gênero, e há li um bocadinho, pois é meu segundo gênero favorito.
Nesse livro nós acompanhamos Kathy H., que tem 31 anos e está em seu último ano como cuidadora. Ela conta sua história através de suas memórias do tempo vivido no colégio interno Hailsham, onde viveu cercadas por várias crianças, algumas com mais importância em sua vida do que outras.
As crianças de Hailsham sabem que serão doadoras desde que começam a compreender, mas nada além disso lhes é revelado. Assim, Kathy está terminando seu papel de cuidadora e passará a ser um doadora e isso lhe desperta lembranças
Ela vai nos contando suas lembranças sem uma ordem exata. Ela vai narrando conforme vai se lembrando dos fatos. Falando sobre sua infância, adolescência, descobertas, experiências e sentimentos.
Enquanto ela vai narrando, temos o surgimento de vários personagens que, de uma forma ou de outra, marcaram seu tempo em Hailsham. Mas os personagens mais importante são Ruth, uma amiga, e Tommy, quem despertou sua paixão desde cedo.
A Ruth é uma personagem que não cativa e não consegui gostar nadinha dela, na verdade com o passar da história passo a praticamente odiá-la...
Como vamos acompanhando o que ela já vivenciou, acaba que sentimos a nostalgia dela com as lembranças que vão surgindo e as perguntas sem resposta acabam criando um mistério que aumenta a cada nova revelação do que ocorria dentro dos muros de Hailsham.
Pela sinopse já sabemos que eles são clones criados especialmente para serem doadores, mas quem os criou, para quem eles doarão e tudo mais que nos intriga durante a leitura somente se revelarão quando a Kathy vai nos dando informações que, juntamente com suas lembranças, montam o quadro geral do que ocorre.
E, posso afirmar sem perigo de estar exagerando, que triste quando tudo é revelado e nem sei mais o que dizer, só que é triste demais. Chega a ser algo doloroso saber as respostas ao que intrigou durante boa parte do livro.
Não sei se por não seguir o que estava acostumada e me tirar da minha zona de conforto, acabei não me empolgando tanto com a leitura e por diversos momentos a achei um tanto cansativa e repetitiva, mas creio que era a vontade do autor que acontecesse assim, pois realmente parece que a Kathy é real e está nos abrindo as portas de sua vida. Acho que vou guarda-lo para reler em outro momento de minha vida...
Então, para quem queira ler algo intrigante, desafiador e que lhe tire da zona de conforto, esse livro é a pedida certa!

site: http://helendutra.com/resenha-nao-me-abandone-jamais-kazuo-ishiguro/
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douglaseralldo 28/12/2017

10 CONSIDERAÇÕES SOBRE NÃO ME ABANDONE JAMAIS, DE KAZUO ISHIGURO OU SOBRE UM MERGULHO NO ESTRANHO
1 - Não Me Abandone Jamais é um mergulho no estranho, pois sua trama envolve-nos numa atmosfera insólita que transforma o irreal numa possibilidade concreta, de modo que quanto mais avançamos em sua leitura, mais nos defrontamos com um cenário absurdo, contudo palpável e possível possibilitado pelos inúmeros erros que a humanidade é capaz de cometer ao longo de sua jornada;

2 - Narrada por Kathy H. a voz em primeira pessoa é tomada por grande subjetividade, e entre seus buracos de memória e as coisas que narra sobre si, vamos construindo todo o cenário de pistas que vai sendo descortinado pelas lembranças de Kathy com suas relações e experiências vai gradualmente colocando-nos a par de uma situação inusitada e chocante tratando de alguns limites éticos da ciência;

3 - Todavia, a subjetividade da voz narrativa aliada a sua pouca confiabilidade, em muitos momentos expressas pelas próprias incertezas da narradora é um detalhe de grande interesse na obra, pois estabelece um interessante jogo. Se por um lado a própria Kathy não mostra-se confiante com suas memórias e lembranças, isto tem por efeito que nos faz prestar atenção nos pequenos detalhes que possam conter falhas, uma ou outra experiência que pode não ter sido bem assim, contudo, se isso nos faz aceitar e concordar com estas pequenas incongruências cotidianas, por outro lado, esta mesma subjetividade faz por tornar mais sólida a questão crucial da obra, que é justamente o que é e quem são os jovens moradores da Hailsham;

* Veja completa no Blog

site: http://www.listasliterarias.com/2017/12/10-consideracoes-sobre-nao-me-abandone.html
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Vans 30/12/2017

Humano, sensível e grandioso
Se você está procurando ficção científica vou te avisar que; este não é o seu livro.
Li alguns livros de Kazuo Ishiguro antes de chegar a este, posso dizer com toda certeza que eu estou totalmente viciado no autor e felizmente sigo assim, assim como os outros, Não Me Abandone Jamais não me decepcionou em nenhum ponto, uma obra impecável do início ao fim.

Kazuo Ishiguro conseguiu me mostrar (novamente) o porque foi o ganhador do prêmio Nobel de 2017, dessa vez com a sua obra mais popular, um livro escrito para revelar a essência humana diante do inevitável

O livro gira em torno de Kathy H. e em sua vida, mostrando a longevidade das relações humanas, o primeiro ato mostra Kathy com 31 anos, narrando sua infância no internato Hailsham, com um jeito único, a narrativa consegue ser doce e nostálgica, e é no primeiro ato que ela tem o primeiro contato com Ruth e Tommy, seus melhores amigos e as pessoas que ela leva para a vida toda, a doçura logo dá lugar à angústia no segundo ato se estende à melancolia no terceiro e em cada um deles, os personagens se desdobram mais complexos e mais humanos diante do leitor, o único confidente de Kathy.
Para dar o toque final na obra temos o sci-fi de fundo que definitivamente é interessante, mas não é o foco, serve apenas pra amarrar todo o pensamento e circunstâncias em um laço bem dado e fechar o livro com chave de ouro deixando, ao menos em mim, um ar agridoce e um coração partido, assim, o livro cumpre totalmente com sua propostas de desvendar o coração humano, usando seres inumanos.
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Leitora Viciada 02/01/2018

Resenha para o blog Leitora Viciada www.leitoraviciada.com
Publicado originalmente em 2005, Não me Abandone Jamais (Never Let Me Go) ganha a 2ª edição pela Companhia das Letras, após Kazuo Ishiguro, nascido no Japão e criado na Inglaterra, ser o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2017. Todos os livros do autor ganharam novas e belas edições e capas seguindo o projeto gráfico iniciado em O Gigante Enterrado, transformando-os em uma bela coleção, que também inclui Os Vestígios do Dia (ganhador do Book Prize), Noturnos e Quando Éramos Órfãos.
Não me Abandone Jamais contém elementos superficiais de ficção científica e de distopia e se passa em uma realidade paralela, mas esta não é uma trama guiada por detalhes tecnológicos e científicos, nem mesmo pelos impactos sociais e culturais. É, acima de tudo, um drama contemporâneo de grande peso e complexidade psicológica. Com certeza a beleza deste livro não está no enredo em si, mas na sua execução. Não existe um grande mistério nem uma vilania central a ser derrotada. Apesar disso, o livro consegue ser muito profundo e sentimental e a história é bastante melancólica, simultaneamente doce e cruel. É sobre humanidade, sobre o que faz de uma pessoa um ser humano. O corpo, a consciência, a alma? É a capacidade de ter sentimentos?

Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada. -> leitoraviciada.com
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.

site: http://www.leitoraviciada.com/2018/01/nao-me-abandone-jamais.html
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Silvana 14/01/2018

Vocês que acompanham o blog sabe que não sou tão fã de livros desse gênero. Mas quando recebi o convite da editora para ler um dos livros do ganhador do Premio Nobel de Literatura de 2017, e por ter lido algumas resenhas muito positivas dele, resolvi aceitar ler e resenhar Não Me Abandone Jamais, mesmo estando bem fora da minha zona de conforto.

A principio confesso que achei a história um pouco maçante. Ele é narrado em primeira pessoa pela Kathy H., e já comentei varias vezes por aqui que prefiro livros em terceira pessoa. E ele não tem muito diálogos, visto que a história é basicamente as memórias da Kathy. E os diálogos das lembranças não tem travessão e sim aspas, o que torna a leitura mais difícil, pelo menos no meu ponto de vista.

Como não tinha lido a sinopse do livro, não sabia do que se tratava a história, por isso no começo fiquei um pouco perdida porque a narradora divaga bastante e até eu começar a entender onde ela estava querendo chegar, já havia se passado mais de cinquenta páginas da história. Mas não me deixei abater porque esse assunto "clones", é um que me interessa e eu li tantas resenhas recomendando o livro que insisti na leitura.

Kathy começa a contar como ela conheceu Tommy e Ruth, nossos outros protagonistas. Quando eles eram crianças aos seis, sete anos e não sabiam praticamente nada do que acontecia em sua volta. Eles vivem em Hailsham, onde eles tem regras e horas para tudo. A narrativa alterna entre o passado e o presente dos nossos personagens. No passado vemos a inocência de três crianças que não sabiam a o que estavam destinadas. Já no presente temos uma Kathy adulta que sabe bem o que a espera.

Existem livros que você lê e ele se torna apenas mais um, outros você lê e se emociona muito durante a leitura, as vezes até se acaba de chorar enquanto está lendo. Mas existem livros como esse, que mesmo depois que você fecha o livro e guarda ele na estante, ele fica martelando em sua cabeça, porque aborda um assunto que mexe e muito com a moral e a ética. Hoje em dia não se fala tanto sobre clones, mas lembro que alguns anos atrás quando foi anunciado a primeira clonagem, de uma ovelha, o assunto rendeu.

Agora imagine tantas pessoas que depois de anos na fila de doação esperando por um órgão, vem a óbito. E se essa espera não existisse mais? Se no momento que você precisar é só fazer a cirurgia? Será que a pessoa que está nessa situação e a família envolvida vai se questionar de onde esse órgão está vindo? Será que vão pensar por um minuto na questão de que os clones são ou não seres humanos? Ou vão preferir imaginar que eles não tem alma, por isso são descartáveis?

Essa é a questão abordada nesse livro, só que do ponto de vista dos clones. Como disse antes, no começo eles não sabem exatamente o que acontece, mesmo tendo uma certa desconfiança da verdade. Eles planejam o que serão quando cresceram, que profissão vão seguir, e no fim todos acabam da mesma maneira, depois de um tempo sendo cuidadores, eles passam a ser doadores até que seu corpo não aguente mais e eles acabem concluindo.

A história é triste não posso negar. É triste porque em nenhum momento a narradora se revolta contra o sistema que a colocou naquela situação. Ela só quer contar sua história, de como ela teve uma infância feliz, dos guardiões que ela respeitava e admirava, dos amigos que brigavam por qualquer bobagem, mas que eram mais unidos que irmãos. Enfim de como ela sonhou com uma vida diferente, mas que ela sabia que eram só sonhos mesmo. E ainda assim ela se esforçou para ser a melhor cuidadora que pode.

Num primeiro momento achei Kathy uma fraca, mas depois refletindo vi que ela foi uma das pessoas mais corajosas que já encontrei na ficção. Já Ruth, achei uma vaca, com o perdão da palavra, quem tem uma amiga assim não precisa de inimigos, e Tommy é um fofo com um coração de ouro. Não vou dizer muto sobre cada um deles porque quero que cada um tenha a sua impressão dos personagens.

Depois que terminei o livro corri para assistir o filme. O filme é bom. Tem poucas diferenças entre os dois. Mas achei que no filme faltou emoção. O livro é parado, mas o filme dá sono. Por ser narrado pela Kathy, o livro mostra muito mais profundidade do que o filme. O filme só supera na parte onde mostra as conclusões, já que no livro a Kathy só cita isso e no filme mostra a pessoa morrendo.

Quanto a edição do livro, está lindíssima. A capa é intrigante. E o miolo prateado ficou lindo. Só não dei nota máxima porque como disse antes, foge muito do que eu gosto de ler, por isso a nota foi mais gosto pessoal mesmo. Mas não posso deixar de reconhecer o quanto a história é boa e mexe com a gente. Por isso indico o livro com certeza.



site: https://blogprefacio.blogspot.com.br/2017/12/resenha-nao-me-abandone-jamais-kazuo.html
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Douglas 18/01/2018

Uma das oito obras do mais atual laureado com o prêmio Nobel de Literatura, Kazuo Ishiguro (Nobel de Literatura de 2017), Não me abandone jamais relata a rotina e os hábitos dos estudantes de um colégio britânico conhecido como Hailsham. A narrativa é conduzida por Kathy H., uma das estudantes do colégio em meados dos anos 90.
Utilizando sua própria história como guia, Kathy apresenta um colégio que foge das convenções educacionais e descreve suas impressões e reflexões na época em que viveu em Hailsham, acompanhada de seus mais íntimos amigos Ruth e Tommy. Embora a rotina seja muito parecida com o que se conhece de uma instituição de ensino, algo não parece certo. As atividades são tutoradas pelos Guardiões, que reforçam sempre que possível a importância da preparação dos estudantes para a vida que virá após Hailsham.
O ponto alto da obra é a sutiliza com que Ishiguro conduz esta narrativa poderosa. Ao descrever o cotidiano de Hailsham, são feitas revelações estrondosas que parecem não fugir da normalidade dos estudantes. Por isto, entenda-se que os personagens tratam das revelações de fatos tão importantes para o rumo de suas vidas como se já aceitassem o seu fatídico destino. Mas, por mais que os personagens pareçam aceitar o que vai se desenrolando, o leitor não reage da mesma forma. Esta obra causa choques fortes em que a lê!
Em suma, Não me abandone jamais é uma obra sobre a dor da solidão e da certeza da finitude da vida. Embora todo ser humano tenha consciência da cessação da vida, Ishiguro aborda o assunto de forma mais incisiva, o que faz o leitor refletir sobre como faria suas escolhas se já se soubesse quando é que sua vida há de terminar.
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