Favela Gótica

Favela Gótica Shiva




Resenhas - Favela Gótica


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Fabio Shiva 18/01/2019

"a história por trás da história"
Essa não é a primeira resenha que faço de um livro que eu mesmo escrevi, graças a Deus! E, se Ele quiser, tampouco será a última!

Claro está que não me cabe falar dos méritos da obra, a não ser dos que não me dizem respeito, tais como a belíssima e impactante capa feita pelo querido Sergio Carmach. Se eu visse um livro com uma capa dessas em uma livraria, garanto que ficaria doidinho para ler! Outro elogio que posso fazer é à impecável e minuciosa editoração da Verlidelas Editora, que já nasce com o firme compromisso de publicar qualidade. E também posso louvar o sinistríssimo book trailer de Fabrício Barretto, que dá o recado em 1 minuto exato:

Book trailer (YouTube):
https://youtu.be/FjoydccxJGA

Book trailer (Facebook):
https://www.facebook.com/verlidelas/videos/vb.362155890858077/347272109193006

O que quero contar aqui é um pouco dos bastidores, da “história por trás da história”: as motivações e intenções que me levaram a escrever este livro. “Favela Gótica” nasceu de um episódio traumático que tive a oportunidade de testemunhar, envolvendo uma pequena comunidade de usuários de crack. Saí dessa experiência com a nítida impressão de que não há muita diferença entre esses viciados em drogas pesadas e os zumbis dos filmes de terror. E foi exatamente aí que nasceu a ideia persistente de que no fundo toda a nossa sociedade moderna é profundamente monstruosa, em todos os níveis. E de que tudo o que chamamos de civilização não passa de uma fina camada de verniz hipócrita que cobre essa monstruosidade essencial do mundo que construímos. Uma vez que essa ideia entrou em minha cabeça, não saiu mais e passou a me assombrar dia e noite. O jeito de me livrar dela foi escrever este livro.

Por aí se pode perceber que a crítica social é a tônica da narrativa. Contudo, em termos de gênero, “Favela Gótica” pode ser considerada uma obra de fantasia ou mesmo de terror, por envolver personagens monstruosos: zumbis, lobisomens, endemoniados, vampiros, ogros, múmias e outros seres bestiais. Devido ao tom futurista/pessimista, também é possível classificar a narrativa como distópica. E como não poderia deixar de ser, há também elementos de meus gêneros favoritos: suspense policial e ficção científica. Ou seja, somente cada um lendo para saber o que achou!

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Aqui eu quis experimentar algumas estruturas bem específicas:

1) Narrativa no tempo presente.

2) Duas narrativas paralelas, sendo uma a narrativa principal e a outra, dos “Registros Akáshicos”, uma espécie de comentário, com a progressiva introdução de uma ação paralela.

3) Uso de epígrafes no início de cada capítulo. Para facilitar a questão dos direitos autorais, utilizei apenas citações que já estão em domínio público. Fiquei satisfeito com as frases que aparecem no livro, mas por meu gosto teria citado apenas autores brasileiros.

4) O título de cada capítulo é também a última frase do capítulo. Essa ideia é uma adaptação do recurso utilizado por Clarice Lispector em “A Paixão Segundo G.H.”, que repete a mesma frase no início e no fim dos capítulos.

5) A narrativa segue uma estrutura que denominei “terceiro agarradinho”: a narração é na terceira pessoa, mas o narrador abdica de sua onisciência para seguir exclusivamente as ações do protagonista. Notei esse recurso pela primeira vez no incrível “O Talentoso Ripley” de Patrícia Highsmith.

6) Rendo um tributo especial a um de meus autores favoritos, Anthony Burgess, com citações mais ou menos ocultas a “Laranja Mecânica” e “As Últimas Notícias do Mundo”.

7) Outra citação que acabou ficando meio escondida é o título do último capítulo: “Quando nós três nos veremos de novo?”, que foi a maneira como eu traduzi a frase de abertura de “Macbeth”, minha tragédia favorita de Shakespeare: “When shall we three meet again?” Contudo fiquei surpreso ao constatar que as edições brasileiras trazem traduções bem diferentes desse verso, a ponto de tornar a citação virtualmente invisível!

8) E é claro que não poderia faltar a autorreferência! Aqui trato de uma de minhas obsessões, que também aparece em meu primeiro romance, “O Sincronicídio”: o trítono, intervalo musical também conhecido como diabolus in musica.

9) O livro é dividido em duas partes: Das Trevas e Para a Luz. Uma curiosidade é que levei três anos escrevendo a parte Das Trevas, enquanto que a parte Para a Luz foi toda escrita em exatos 30 dias!

Gratidão profunda à Musa Melpômene, por me permitir ouvir o seu dorido e plangente canto! E viva a nossa Literatura Brasileira!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2019/01/favela-gotica-fabio-shiva.html

Adquira o livro “Favela Gótica” no link abaixo:
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Uedison Pereira 09/01/2024minha estante
Olá, caríssimo Fabio.

Já estou com o livro e coloquei sua "Favela" ? na lista. E confesso que já estou impolgado com os detalhes já adiantados nessa sua resenha.

Um abraço companheiro.

Carpe Diem.

Uedison Pereira


Fabio Shiva 12/01/2024minha estante
Salve, Uedison!
Gratidão pelos comentários e por essa energia boa, meu amigo escritor!
Por aqui estou na feliz expectativa para ler "O Leão e as Hienas"!
Abração e salve a nossa Literatura Brasileira!




RUDY 05/05/2019

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:
Acredito que já sabem o quanto tenho dificuldade em analisar um livro e autor quando gosto muito. Aqui não é diferente, ainda assim, vou arriscar falar sobre a obra e meu ‘feeling’ ao lê-la, caso fique um tanto confuso, peço que entendam.
Já tive oportunidade de ler um livro anterior do autor: O SINCRONICÍDIO (tem resenha aqui no blog e é um livro que super vale a pena a leitura) e já conhecia o potencial extraordinário tanto em relação a criatividade, quanto a forma de escrita que leva o leitor a grandes reflexões empíricas. Aqui ele repete a dose e acrescenta uma analogia entre os humanos e seres fantásticos, divididos conforme seu papel diante da sociedade, trazendo ao romance ficcional um ar de estarrecimento e aquele ‘frio na barriga’ antevendo o terror.
O que torna a engenhosidade do relato ainda melhor, é o fato de a protagonista ser aparentemente uma viciada chamada de Zumbi. Vamos aos poucos conhecendo a realidade paupérrima de sua vida, tendo de se prostituir para sustentar seu vício por uma droga fabricada intencionalmente que em seu estágio final, leva aos consumidores a desejarem comer cérebros, a busca por sua origem e de autoconhecimento, a evolução de sua missão na ‘terra’ e finalmente, o cumprimento da tal missão. Parece simples, não é? Porém na verdade a história toda é bem instigante, carregada de perseguições, assassinatos, mistérios e tantas reviravoltas que em momento algum consegui desgrudar os olhos do livro para chegar ao final e descobrir onde tudo chegaria.
E ao chegar no final, tudo é tão surpreendente e extraordinário que cheguei a ficar completamente estupefata e incrédula por não ter nem cogitado o que poderia ser.
Se gosta de uma boa ficção distópica que mistura vários elementos surpreendentes e ainda assim pode perceber o quanto é parecida com a sociedade atual e ainda acompanhar uma grande aventura, o livro é perfeito, portanto, não se furte a leitura.

site: https://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com/2019/02/resenha-08-favela-gotica-literatura.html
Michelle 17/11/2021minha estante
interessante e diferente


Angela Cunha 18/02/2022minha estante
Só o título dá aquele incômodo ao ler. E eu adoro quando isso acontece. Por amar um gênero mais pesado, esses relatos de assassinatos, crimes mais brutais e tudo mais não me afeta não. Aliás, é meio que minha zona de conforto(eu sou normal rs)
E sim, claro que já quero ler se puder!
Beijo




Cristina 25/06/2019

Pensar é sempre bem vindo.
Este livro chegou a mim e não me cativou inicialmente, comecei inúmeras vezes a leitura, mas não gosto de abandonar um livro e por isso persisti. Ele é intrigante, me cansou um pouco as diversas metáforas para a descrição de nós mesmos, humanos, mas ele se tornou instigante e por vezes eu sempre queria saber o que seria de Liana, ela é uma heroína bem genuína e pura, apaixonante mesmo. Foi uma leitura que faz pensar, em tudo, na auto destruição que causamos a nós e ao nosso planeta em especial, somos depreciativos e muito superficiais ao nos permitirmos conviver uns com os outros, saímos do modo 100% instintivo do resto dos animais para sermos "racionais" de modo irracional, acho que este seria o sentindo, foi isto que o livro me mostrou. Tem uma escrita muito pacifica e não gosto das diversas explicações no meio (um dicionário em cada página), mas isto também tornou a leitura mais fluida, acompanhei toda a vida e missão de Lica sem me perder, então ao que eu digo que ele me deixou irritantemente satisfeita.
May | @vidadaleitora 15/11/2019minha estante
Irritantemente satisfeita

Acho q me senti assim tb




Paula823 15/07/2023

Marcante
Resenha do ?" Favela Gótica" do autor Fábio Shiva

A livro traz um futuro distópico, com uma gama de elementos entre eles temos: ficção científica, realidade de alguns brasileiros, um pouco de fantasia e de investigação. Um verdadeiro mix que agrada diversos gostos. Saliento que algumas cenas são fortes e até perturbadoras, não recomendo para pessoas com psicológico frágil.
O enredo conta a história de Lica (Liana/Angélica), uma viciada em uma droga chamada Z (pois com o tempo transforma os usuários em zumbis), ela passa por inúmeras dificuldades, uma pior que a outra. No desenvolver somos apresentados por um Plot Twist gigantesco.
A história vem recheada de personagens, temos alienígenas super avançados, temos monstros, temos criminosos, traficantes, enfim uma mescla incrível de informações, o qual o autor soube administrar de maneira inteligente e surpreendente.
Uma questão interessante, que a cada informação nova ou desconhecida, é apresentado em um parágrafo à parte, todas as explicações, e no decorrer apresenta uma segunda narrativa, que conduz ao Plot Point.
Com um final intrincado e chocante, o livro é forte e marcante, que prende o leitor do início ao fim.

 
?Sou Viviane Ferraz, uma leitora voraz, Licencianda em Letras e escritora.

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Uedison Pereira 27/03/2024minha estante
Comecei minha leitura de "Favela Gótica".




Kath 15/11/2019

Um livro necessário, mas...
Essa será, provavelmente, uma das resenhas mais difíceis que já escrevi. Peço desde já desculpa ao autor caso minha sinceridade nas palavras o magoe de alguma forma. Tal como aconteceu com Os Cinco do Ciclo, fui convidada pelo próprio Fábio Shiva a ler sua mais recente obra Favela Gótica, como minha meta de leitura anual estava estabelecida esperei uma brecha para colocá-lo na lista de prioridades e eis que consegui vaga neste mês de novembro. Confesso que, no que me diz respeito, a história deste livro não funcionou por vários fatores e acredito que o principal deles seja o fato de eu não ser muito aberta a distopias. Ainda assim, não estou dizendo de nenhum modo que o livro é ruim, apenas a temática não me agrada muito, contudo vale salientar que, até certo ponto, é um livro necessário em especial na atual situação política e social do nosso país.

"É um lugar abarrotado de indivíduos, que só por zombaria poderia ser chamado de comunidade. As relações humanas são baseadas na competição e na desconfiança."

O enredo nos transporta para uma sociedade desigual com criaturas analógicas que referenciam setores da nossa sociedade em uma alegoria de fatos intrincados que culminam praticamente numa crítica/sátira religiosa. Acompanhamos Liana, uma jovem ali pelos 18, 19 anos que vive numa cabana decrépita com mais alguns "amigos" que partilham do seu vício pelo composto Z (Z-SDA ou zaserdopradre) uma droga poderosa e letal que em seu estágio final transforma o usuário em zumbi (literalmente falando). Ela vive com esses amigos na favela que é comandada pelos crocodilos (ou jacarés não sei bem) que comandam a distribuição de Z pela região. Liana, ou Lica como é chamada, dança em uma casa de striptease e se prostitui na orla para conseguir dinheiro e comprar droga, no início do livro ela está na fase inicial do vício.

Quando um jovem rico aparece na cabana acompanhado de Tio Biu, o que parece ser o "líder" da "família", atrás de comprar maconha (que ele trata por massa e eu fiquei voando um bom tempo até o autor finalmente dizer que era maconha) o homem faz todo um teatro com Liana para tirar dinheiro dele, contudo o tiro sai pela culatra e o garoto acaba morto por uma das usuárias de Z em estado avançado do vício que come o cérebro dele após rachar-lhe o crânio. Apavorada com a cena, Liana sai correndo da cabana e vai na direção do Cinema Orxxxx onde faz striptease em troca de dinheiro e enquanto isso acontece vamos conhecendo um pouco mais das criaturas alegóricas criadas pelo autor.

"Mesmo a pior monstruosidade acaba tornando-se banal depois de ser repetida à exaustão. (...) Ser normal é só a maneira mais ordinária de ser monstruoso."

Após conseguir o dinheiro da droga ela acaba sendo atacada, junto de outra dançarina do cinema, por um grupo de jovens que joga ácido na outra dançaria, Priscila, e espanca Liana até ela ficar quase incapaz de se mexer e a teriam matado não fosse a chegada da polícia, aqui chamados de Lobos (literalmente lobisomens). Liana consegue escapar, mas a polícia e os chamados Cinzentos estão na cabana onde ela mora, mataram os demais moradores, um conseguiu fugir e ela foi traída pelo único que restou: tio Biu. Fugindo em busca do comandante da favela, ela consegue escapar por um triz, seguindo para fora da cidade e seguindo a jornada para descobrir mais sobre os fantasmas e a si mesma no que pode ser a chave para salvar o mundo.

Vou me abster de falar muito sobre a história porque ela não é muito grande e embora os capítulos sejam bem longos em sua maior parte, posso acabar soltando alguns spoiler sem querer na minha mania de falar demais. Uma das coisas que me pegou desprevenida nesse livro foi a linguagem bem crua utilizada, às vezes Shiva usava uma mescla da lírica clássica com o coloquialismo que não dava um contraste muito interessante, muitas gírias da favela que, por não conhecer o mundo, me deixavam meio à paisana levando tempo até entender o que ele queria dizer ou passando sem entender mesmo. A forma como o livro foi montado também me causou estranheza, ele parecia um artigo científico, os tais "registros akashicos" ficavam no meio da narrativa como uma citação que apesar de servir como um elemento explanador para o contexto da história, ficava meio que à deriva no enredo. Acho que ele poderia ter sido colocado como um glossário no começo ou fim do livro ou então ter sido incorporado à narrativa de uma forma mais dinâmica de modo a fazer parte da história e não como um apêndice no meio do livro.

Gostei da maneira como ele usou analogias para representar os principais problemas enfrentados pela sociedade brasileira, a triste decadência dos usuários de droga e como a desigualdade social e a corrupção alimentam a marginalidade que se espalha como um câncer pelo país, o fato de políticos serem representados por um vampiro não poderia ter sido mais inteligente e bem colocado. Contudo, o enredo acaba desembocando numa espécie de ficção científica distópica que na minha concepção não encaixou muito bem com o que foi apresentado na primeira parte da história, mas fez sentido é o que importa. O livro tem um ar de filosofia que pode acabar soando como doutrinária ainda que não seja, creio eu, a intenção do autor, mas a crítica religiosa presente no livro, especialmente o ar satírico utilizado, não me agradou muito, acredito que haja maneiras menos agressivas de se fazer uso da crítica ou do contraponto, como Elias Flamel fez muito bem em seu livro Os Cinco dos Ciclo.

Isso pode soar como um spoiler então pule esse parágrafo só por precaução. *De início essas críticas ou contrapontos ficam aparecendo de forma sutil, são mais nítidas na parte das freiras e seu ritual macabro e erótico. Culminam, é claro, no final do livro com o parto de Liana no que seria as sombras que salvariam o mundo do impacto com o corpo celestial que destruiria a terra.* Como autora sei que a literatura é desvinculada de crenças ou mesmo dos grilhões do que temos por real, mas também acredito que existam formas de utilizar os recursos de expressão ideológica sem ferir a crença de ninguém. Contudo, isso é apenas minha opinião.

O livro é pertinente, como já falei, bem escrito e cumpre seu papel. Não foi, infelizmente, prazeroso para mim, mas isso acontece, nem sempre os livros se comunicam com todo mundo. Acho que não faço parte do público alvo do autor, mas foi bom conhecer mais essa voz da literatura brasileira e, no fim, sou das que acredita que toda leitura vale a pena, mesmo as que não gostamos muito nos acrescentam alguma coisa. Desejo muito sucesso para o autor e dou-lhe os parabéns pelo mérito de uma obra tão atual e pautada na nossa realidade mais urgente, além da metáfora analógica usada de modo brilhante (porque não há outra maneira de colocar isso além de brilhante) no enredo. E minhas desculpas pelo fato de não ter apreciado tanto quanto possivelmente esperava.

"Por pior que seja a notícia, se ela for repetida por tempo suficiente todo mundo acaba se acostumando. A maior parte das pessoas só se importa com aquilo que as afeta diretamente, como o preço do pão e o resultado do futebol." Essa foi uma das minhas citações favoritas, tão certeira com relação à alienação da sociedade que minha vontade era colocar num outdoor em todas as cidades do Brasil.
Mandy Nerújo 14/02/2020minha estante
Concordo com tudo, faço minhas as suas palavras. Porém a parte dos registros akashicos acredito que se fossem de outra forma não fariam sentido na narrativa, porque eles fazem parte da história e sinceramente esse ar de quebra da quarta camada foi a parte mais interessante do livro! Enfim, ótima resenha. ;)




Michele 02/05/2019

Muito bom!!!
Acabei de ler o livro Favela Gótica e achei incrível como o Fábio conseguiu construir uma realidade alternativa com monstros parecer tanto com a nossa própria realidade de forma simbólica. Achei que o final poderia ter dado margem à novos livros porque esse merecia. Recomendo a quem gosta de histórias de conspiração e alienígenas.
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z..... 05/05/2019

Leitura diferenciada, que adentra um mundo estranho, perturbador e angustiante, cheio de rivalidades e lutas, onde podemos dizer que não se vive e sim sobrevive, movido a valores considerados fundamentais, que se revelam impactantes e transformadores. Razão de um cotidiano peculiar ao longo do livro, relacionado a submundo habitado por monstros diversificados, onde a protagonista é um deles também na busca de sobrevivência...

Não é difícil sacar que é uma alegoria, com símbolos reconhecíveis explicitamente ou não em nosso meio através de metáforas, onde se privilegia a sensibilização aos fatos, a indução a percepção racional no que apresenta-se irracional - não o texto em dissertação discursiva.

A história acompanha a jovem Liana, de uma transformação em zumbi à um tipo de renascimento, em trajetória marcada por ações e visão distinta em cada momento. Primeiramente há apego a drogas chamadas Z e Hóstia, em aparente fuga e busca de refúgio, numa história com disposições decadentes como a prostituição; e depois a novo condicionamento, associado ao alcance de um conhecimento que aparenta ilustração de apreciação pessoal do autor. Deixo em registro que evidencia associação a conhecimento místico aderido.

A narrativa coloca esse conhecimento em paralelo ao drama caótico em momentos pontuais, sugestionando percepção racional e reveladora ao contexto. A tendência é crescente, até que, de externo, torna-se a experiência e transformação em Liana.

Enfim, numa visão geral, é ilustração a uma jornada de queda e superação, no mundo de drogas e marginalização, em ilustração diferenciada, estranha, surreal, curiosa e interessante. Também acredito que cresceria bastante na linguagem em quadrinhos.
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TioBriel 15/05/2019

Uma história empolgante, violenta ( sendo um tipo de charme ) que faz uma bela alegoria da realidade.
" Bem - Vindos a uma realidade alternativa, onde a monstruosidade cotidiana na cidade grande é revelada em toda a sua crueza e crueldade(...)"
É relevante relatar que "peguei" o livro (em PDF atenciosamente disponibilizado pelo autor ) com bastante receio e medo. Primeiramente por se tratar de um autor brasileiro, infelizmente minhas experiências com a literatura brasileira não tiveram lá seu grande proveito. Depois a preocupação por se tratar de uma distopia. Eu amo de coração histórias distópicas, considero até um dos meus subgêneros favoritos, tanto na literatura quanto no cinema. Dessa forma, meu coração grita de tristeza quando me deparo com uma distopia mal elaborada, com conteúdo repetitivo, sem nexo, com conclusões espalhafatosas na tentativa de gerar um " plot twist ". Então juntando esse medo com minha falta de conhecimento da literatura brasileira, vocês podem conseguir entender o meu reio a ler o livro.
Confesso que a história não foi nada daquilo que eu imaginava, no começo eu achava que a história não tinha rumo algum, e que muitas coisas ficariam sem explicação, todavia, conforme as páginas eram passadas, a sensação de que algo grande estava prestes a acontecer, era cada vez maior. A narrativa sugere um ar de um urgência, mesmo em momentos de calmaria, revelado mais tarde como o sentimento quase imperceptível de missão inacabada, ou de um grande propósito inexplorado. O fim deixa um ar de continuidade e por conseguinte de curiosidade : "E agora o que será que vai acontecer? Vai ter Volume 2 ? Ué mas já acabou ?". Confesso que não descobri os mistérios até serem revelados.
Sobre os elementos, esse livro é totalmente " brasileirisado", é possível perceber detalhes da nossa cultura, fala e até mesmo do cenário brasileiro. Isso me deixou bastante feliz, foi uma das mais encantadoras quebras de expectativas. Esse foi um dos elementos principais do livro que me cativaram. Outro foi a grande violência refletida na realidade atual ( pra deixar claro gosto da violência apenas como ficção, mas infelizmente ela é real e as vezes pior do que imaginamos, lemos, ou vemos em filme.
Agradeço ao autor por essa oportunidade de conhecer o seu trabalho e desejo bastante sucesso.
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Aécio de Paula 16/06/2019

Favela Gótica - Fabio Shiva
O skoob, Fabio Shiva, me enviou o seu livro para mim. Fiquei muito grato e curioso para ler esta obra. Os pontos positivos são vários: uma leitura agradável e muito boa. O livro conta a história de uma jovem viciada em uma droga chamada Z e ela vive em um mundo de seres monstruosos: jacarés falantes, zumbis, endemoniados etc. A parte negativa do livro, para mim, foi a personagem. O autor evoca o nome dela, Liana, praticamente em cada paragrafo. Deixou claro que a personagem é um modus operandi de sobrevivência. E no começo, o autor descreve pouco todo aquele ambiente fantástico. Talvez para não cansar o leitor, - entendo - mas vai soltando, ao longo da narração, curtas descrições que não achei suficientes. Mas achei a história bem criativa e teve partes interessantes. O final foi bom, parabéns ao escritor. Talvez se vc tiver interesse em ler, envie um e-mail para o autor aqui no skoob, acredito que ele possa te enviar em pdf - não tenho certeza!
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Jaíne 01/07/2019

Mais um bom nacional para a minha lista!
Favela Gótica é aquele tipo de livro, que te fisga pela capa e te captura pela sinopse.

Lançado em 2019, a obra de Fabio Shiva nos imerge em uma visão distópica da nossa sociedade atual, onde viciados são zumbis, políticos são vampiros, policiais são lobisomens, enfim, tudo que é comum, assume um ar monstruoso e fantástico.
E é em meio a esse cenário bizarro, que conhecemos Liana, nossa personagem principal. Uma viciada, que a princípio, busca apenas a próxima dose de droga. E é nessa busca pela “próxima dose”, que uma árdua jornada de autoconhecimento terá início, e nós iremos acompanhá-la nesse percurso.

O enredo divide-se em duas partes: a jornada de Liana, que basicamente, sempre está voltada a uma coisa: saciar seu vício, e os Registros Akáshicos, que digamos, é uma espécie de “arquivo”, introduzido ao longo da narrativa, nos fornecendo alguns significados e explicações.

Muitos dos personagens apresentados na trama, tem algo de monstruoso, e por trás de cada uma dessas monstruosidades, sempre há uma crítica social.
Crianças de rua que se tornaram invisíveis devido ao fato da sociedade ignorá-las.
Políticos que são vampiros (seres que sugam os outros para sobreviver).
Pessoas, que não pensam em nada além de se drogar, e acabam se tornando verdadeiros zumbis.
Entre outras criaturas. E as críticas estão todas lá, nas entrelinhas.

Ah, e também tem o “Mal de Circe”, uma espécie de doença, que ao acometer alguém, faz com que essa pessoa assuma a forma que tem sua índole... Ou seja, até pessoa em forma de barata iremos ver, (referência a Kafka, talvez?).

E entremeado a essas críticas, também temos o pior da nossa realidade, sendo abordado frequentemente e sem nenhum tipo de “maquiagem”.
Então, espere ver uso de drogas, roubos, prostituição, tráfico, morte, entre outras coisas.

É um romance brutal, que te faz refletir sobre os males presentes em nossa sociedade o tempo inteiro.

A narrativa flui muito fácil, então quando você se dá conta, já está chegando nas páginas finais.

Foi uma boa leitura para mim, com certeza poderá ser para você, então deixo aqui a minha recomendação!
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Renata Rocha 24/08/2023

Não me lembro como conheci esse livro mas me recordo de ficar louca para ler, é um livro pesado, que traz e esfrega as mazelas da sociedade na sua cara sem dó e nem piedade, te choca, o que te leva a refletir, o livro traz elementos fantasiosos mas que de certa forma fazem uma alusão perfeita a realidade, esses efeitos fantasiosos tornam a história ainda mais assustadora e real, a leitura inicialmente é um pouco difícil mas depois vai fluindo bem, com o desenrolar da história você vai se envolvendo, chegou um momento que nada mais fazia sentido e o livro finalizou em um contexto que eu não entendi
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Fabio Pedreira 20/07/2019

Favela Gótica
[Resenha]
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Título: Favela Gótica
Autor: Fábio Shiva
Nota: 4/5⭐
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Hoje vim falar sobre o livro Favela Gótica, que recebi em parceria com o autor Fábio Shiva, lá pelo Skoob.
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No mundo criado pelo autor, pessoas normais existem, porém, muitas outras criaturas também estão presentes, como zumbis, lobisomens, jacarés e fantasmas (opa, fantasmas não existem). .
Aqui nós vamos conhecer a história de Liana - carinhosamente chamada de Lica - uma garota que mora na favela da cidade com seu tio. Certa vez um playboy aparece por lá querendo comprar Z (uma droga que com o tempo transforma a pessoa em zumbi). Biu, o tio de Lica, acaba enrolando o garoto na tentativa de obter mais dinheiro, só que isso acaba dando totalmente errado e o playboy acaba recebendo mais do que queria.
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Daí em diante é só confusão para Lica que a cada momento se vê mais afundada ainda em problemas, restando talvez uma única solução, pedir ajuda ao tão temido Godzila, rei do tráfico.
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Favela Gótica retrata uma realidade dura do Brasil, onde a pobreza e as drogas tomam conta, mas associando magistralmente a fantasia, encaixando perfeitamente os personagens do nosso cotidiano com criaturas que representem essas características. E ainda acrescenta leves pitadas de ficção científica. Para completar, o autor é de Salvador e é fácil identificar as gírias típicas daqui na linguagem dos personagens. Para quem é de fora talvez desconheça algumas, mas para quem é daqui, vai notar que a leitura é barril.
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Gostei bastante da forma que tudo foi trabalhado, fazendo com que a obra se tornasse mais um bom livro na lista de boas leituras nacionais que já fiz. Recomendo bastante.

site: https://www.instagram.com/p/B0GuGy1DYk9/
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Bruna.Patti 21/07/2019

Favela Gótica
Resenha
Livro: Favela Gótica
Autor: Fabio Shiva
Ano: 2019
Número de páginas: 279
Editora: Verlidelas

Favela Gótica, romance com pitadas de ficção científica, distopia, policial e terror. Tudo isso ambientando no nosso Brasil desigual, evidenciando nossas rachaduras enquanto sociedade. Com enredo envolvente e cenas de tirar o fôlego, representa uma inovação muito bem-vinda à literatura nacional. Vamos ao enredo.
Liana é uma adolescente viciada em uma droga chamada Z, que tem muitas semelhanças com o crack. Como várias outras garotas pobres das nossas periferias brasileiras, precisa mendigar, se prostituir de diversas formas a fim de sobreviver e alimentar seu vício. Paralelamente à história de Liana, acompanhamos os Registros Akáshicos, uma espécie de subnarração que vai ajudando a encaixar os acontecimentos ao longo da obra.
Liana mora em um casebre numa favela com sua “família”, pessoas sem laços de sangue que se juntaram a fim de conseguir melhor se manter nesse local tão cruel. Em uma noite, que poderia acabar como outra qualquer, Liana presencia um assassinato e acaba sendo perseguida pelos lobisomens, os policiais. O romance todo trabalha através de metáforas: os policiais são lobisomens, que se tornam mais agressivos durante a noite, mostrando as torturas e violência cotidiana à qual os moradores da favela estão submetidos diariamente; as crianças invisíveis , menores moradores de rua, os quais a sociedade não consegue enxergar; os zumbis, usuários da droga, tão submersos nessa situação e viciados quanto os nossos usuários de droga que moram nas ruas; o próprio sistema de produção da droga é tão sujo e envolve autoridades que ganham com essa situação quanto na nossa realidade.
Acompanhamos através de um narrador em terceira pessoa, que se foca na trajetória de Liana, sua aventura, que é ao mesmo tempo uma busca pela solução de problemas que vão aparecendo ao longo da trama como uma busca por autoconhecimento, onde ela consegue enxergar o verdadeiro sentido de sua existência, das trevas para a luz. A narrativa me lembrou alguns livros que já li, como A mãe, a filha e o espírito da santa, de P. J. Pereira e o clássico de sci fi Laranja Mecânica, do Anthony Burguess, no modo de narrar a história e na violência de alguns acontecimentos.
Comecei a leitura e conclui em apenas três dias, tamanha a ansiedade para saber sobre os acontecimentos. Uma trama envolvente, narrativa fluida e que de quebra, ainda nos faz pensar sobre as mazelas e chagas da nossa sociedade. Recomendo fortemente a leitura da obra.


site: https://abiologaqueamavalivros.blogspot.com/2019/07/favela-gotica.html
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Galli1 01/08/2019

Surpreendente de todas as formas
Quando iniciei a leitura do primeiro capítulo sem saber muito bem do que se tratava, achei que seria apenas mais uma estória como tantas outras, sobre problemas sociais. O tema é exatamente esse, mas a forma como é abordado é totalmente diferente. Os problemas do mundo atual transformados e expostos fisicamente através de monstros de fantasia foi uma ideia sensacional.
O livro faz você se apegar bastante a protagonista Liana e realmente se importar com ela, mesmo ela sendo uma personagem que sempre comete os mesmos erros por causa do vício (como na vida real).
Achei uma pena que o final acabou sendo um pouco corrido demais, tudo parecia estar em um grau tão alto de revelações e reviravoltas e então os últimos capítulos trazem uma "resolução" rápida. Acredito que o livro poderia ter mais 30 ou 40 página e eu as leria feliz.
Excelente livro, recomendo a todos.
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