Resenhas - Chelsea Girls: Um romance

jujuwithbooks0 09/11/2023

Não recomendado para todos os públicos, mas uma boa leitura.
Esse é um daqueles livros que desde que eu coloquei na lista de desejados sabia que seria uma leitura excepcional. E foi.

Em Chelsea Girls somos apresentados a uma série de histórias da própria vida da poeta Eileen Myles – que digamos de passagem não foi uma vida muito comum.

Cheio de sexo, drogas e rock'n roll ele poderia ser mais um livro desse gênero de artistas dos anos 70-80, o que acontece é que ele tem duas coisas muito diferentes: a sexualidade e a escrita da autora.

Comecei o livro super ansiosa por finalmente estar lendo esse que era tão aguardado, mas imaginem o balde de água fria quando me deparei com histórias duvidosas, singulares e excêntricas. Não teve outra, demorei pra engajar com a escrita dura e honesta da Eileen. Mas depois que veio esse costume comecei a me divertir com as histórias, já que a poeta tem um jeito muito único de contar o que tava acontecendo naqueles cenários (talvez por quase todas as narrações estarem ou na infância ou em períodos de dependência químico-alcoólica).

Além das histórias e o jeito de escrita, ver o cenário e conseguir imaginar as situações foi essencial pra eu gostar desse livro. E também o jeito que Myles mesmo fala sobre os relacionamentos dela com outras mulheres e o mundinho sapatão – que é o mesmo seja em nova york, seja no interior do brasil.

Esse é um livro único por não só conter a vida da autora mas pelo jeito como ele é contado e foi isso que tornou essa leitura pesarosa em divertida depois de algumas páginas. Lembrou muito de "Apenas Garotos" da Patti Smith que inclusive é citada várias vezes na narrativa assim como o Robert.

Não recomendo para todos já que contém muitos gatilhos e por ser uma leitura totalmente não tranquila de ser feita mas, proveitosa.

Isabella.Giolo 22/08/2023

Sapatona cachaceira
🤬 #$%!& esse livro foi um surto kkkkkk mas eu me divertia com cada pataquada que ela escrevia porque era sempre inesperado, muito escrachada, achei muito daora ter uma noção de como eram as lésbicas antigamente (mesmo parecendo que ela viveu um the l word muito antes dele existir kkkkk)

@emedepaula 24/05/2023

Não o que eu esperava

Eileen certamente teve uma vida interessante. Sexo drogas e rock n roll. Está tudo aqui. Mas a maneira como ela escolhe contar essa história não clicou muito comigo. Achei muito fragmentado, e não exatamente pelos capítulos curtos. Simplesmente não conseguia ter uma ideia ainda que parcial das personagens, pois elas entravam e saiam do texto com tanta rapidez que nem dava tempo de se importar. Como um documento histórico de uma época de efervescência cultural o livro pode interessar, como narrativa deixa a desejar. Depois de ler sua prosa, acho que prefiro mesmo os poemas.

Marília 22/09/2022

Ela conta de forma nua e crua a realidade que viveu sem meias palavras. Gostei da sinceridade da autora.

Yeda 13/08/2022

Sempre a mesma coisa ?????
tem alguns insights muito interessantes, mas que infelizmente se perdem em meio a uma névoa insistente de alcoolismo e vício. como quase todas as ?autobiografias? de pessoas dessa época, Myles passa mais tempo escrevendo sobre noitadas e etc e tal do que os pensamentos e epifanias(muito interessantes) que se tornam coadjuvantes no livro.

Jo 04/08/2022

magnífico
cara, esse livro pra mim foi magnífico. de coração. uau. que escrita contemplativa e ao mesmo tempo ansiosa, parecia que ela queria contar tudo que aconteceu na vida dela com tipo mil palavras e sem pausa e ufa! Um respiro. cara, eileen myles conseguiu colocar em palavras sensações que eu nunca tinha conseguido descrever. é uma escrita muito sincera, isso me admira muito. como ela simplesmente escreve tudo que pensa mesmo e pronto. e assim é a vida. uau. eu amei absurdamente. definitivamente entendi porque ela revolucionou a literatura queer (depois dessa leitura tô até me questionando se sou bi mesmo talvez eu seja lésbica mas essa é uma discussão pra outra hora

Zeka.Sixx 27/04/2021

Belo retrato da vida de alguém obcecado pela ideia de ser artista
Lançado originalmente em 1994, "Chelsea Girls" é, apesar do subtítulo, menos um romance e mais um apanhado de diversos relatos semibiográficos da escritora americana Eileen Myles. Transitando especialmente entre os anos 60, 70 e 80 (se não me engano, há um único capítulo que se passa já no início dos anos 90), o livro aborda a vida desenfreada da autora, uma mulher lésbica e obcecada pela ideia de ser artista, de conseguir viver de Arte.

Entre relatos de bebedeiras, brigas com suas diversas companheiras, relações ocasionais com homens, uso de drogas e os perrengues para sobreviver em Nova York como aspirante a escritora, o livro começa nocauteando o leitor com seu ritmo frenético. Confesso que demorei uns quatro capítulos até pegar o ritmo e assimilar a proposta da obra, seja porque o estilo de escrita é um pouco incomum (não usa aspas ou travessões para identificar os diálogos, por exemplo), seja porque no início tudo parece um pouco confuso.

Depois que engrenei, contudo, fui completamente arrebatado pela escritora poderosa de Eileen e pelos apaixonados e selvagens relatos contidos no livro. Há diversos capítulos tocantes, como o que narra a sua ida ao festival de Woodstock, outros tristes, como o que fala do alcoolismo de seu pai, e outros divertidos, como o que ela narra um período em que viveu uma relação a três, e do qual transcrevo o trecho abaixo:

"(...) Colocamos "Fashion", do David Bowie, no rádio antes de sair. Foi estranho. Um táxi, ou um motorista particular, nos arrastou até o Brooklyn. Ela e eu ficamos muito tempo no banheiro. Trepamos muito. Eu bati uma punheta pra ele embaixo da mesa quando voltamos e acho que o garçom viu. A gente tava muito bêbado. Alguém pediu bife de cordeiro. Acho que o Keith. O John Belushi estava sentado numa mesa na frente da nossa. Foi uma semana antes de ele morrer, mas ele já parecia morto. Ele estava com duas mulheres, loiras, tomando champanhe em belas taças. Nenhuma comida na mesa."

Lara.Martins 17/10/2020

ler Só Garotos antes desse encaixou perfeitamente, minha mente já estava pronta para receber o furacão que é Eileen Myles.