spoiler visualizarsukidesuki 11/04/2023
O sol sempre nasce.
Acredito que, em sua totalidade, Kitchen é um livro sobre superação? mas não só chegando no ponto final, "uau, passei por essa fase!", e sim, explorando todo e qualquer sentimento de perda possível, com descrições incríveis (às vezes redundante ou demasiadamente descritas, mas sempre deixam uma imagem fantasticamente detalhada).
Nesta edição, começamos lendo Kitchen, que é o conto de Mikage.
"Meu lugar favorito é a cozinha...".
A mesma havia perdido sua família inteira menos sua avó, e quando a hora chegou, estava desolada. De repente, um moço que conhecia sua avó (e é da mesma faculdade de Mikage) a convida para morar com seu "pai" e ele.
Mikage conhece Eriko (o "pai" de Yuichi)? é aqui que o livro trabalha a ideia da transexualidade, muita tranquilidade e profundamente descrevendo a personagem, conseguimos sentir empatia pela família de Yuichi, que logo iria sentir a perda de Eriko. Achei que algo tão controverso para ser escrito nesta época foi escrito com muito carinho e com a vontade genuína de querer trazer atenção para este tópico.
Yuichi e Mikage sentem que são dois lados da mesma moeda, sempre atraindo a desgraça para perto de si. Acham que se merecem. Querem ficar corpo-a-corpo, mas querem ficar a mil quilômetros de distância ao mesmo tempo. É uma "maldição".
Mikage segue seus sonhos, larga a faculdade e vira assistente de cozinha para uma Chef, e se destaca. A cozinha sempre foi uma válvula de escape para ela, e é por isso que ela tem tanto apego, e é tão habilidosa. É convidada para fazer uma viagem de três dias a fim de provar diferentes tipos de culinária (na primeira cidade, só estava comendo verduras e frutas). Yuichi, em seu luto desesperado, vai numa viagem onde só tem tofu pra comer (só viviam monges na cidade antigamente), e Mikage o visita para presentear-lhe com um Katsudon maravilhoso que encontrou no fim do dia. Se arrebentou toda pra entregar-lhe.
Acredito que ficaram juntos, mas precisavam de um tempo para começarem a enxergar o brilho do sol? ou da lua? novamente. No fim, ela iria sempre superar tudo que a vida jogasse para ela. Com ou sem Yuichi, com ou sem a cozinha, Mikage iria se levantar, enquanto tivesse pernas.
O segundo conto é curto e doce? Moonlight Shadow.
Satsuki é tomada de surpresa por uma peculiar mulher em sua corrida matinal e deixa sua garrafa de água cair no rio... Como aquele conto famoso. A mulher, Urara, tinha um sorriso doce, e não parecia querer o mal. Quando Satsuki a viu olhando para o rio da ponte, viu um rosto indescritivelmente triste.
Era similar ao que carregava. Havia perdido seu namorado, Hitoshi, para um acidente de carro. Ele e a namorada do irmão mais novo de Hitoshi, Yumiko, morreram imediatamente.
Desde o acontecido, Satsuki corria pela área da ponte onde encontrou Hitoshi pela última vez, e o irmão mais novo de Hitoshi (Hiiragi) usava o uniforme de Yumiko.
Assim que Urara adivinhou (ou não) o número de Satsuki, combinaram algo: "Sei que está resfriada, Satsuki, mas fique bem até o dia, viu? Ah, e vou comprar uma nova garrafa para você..."
Tanabata é um festival que comemora o encontro das divindades Orihime e Hikoboshi, amantes que só se encontram uma vez ao ano. Porém, na história, o efeito Tanabata só ocorre uma vez a cada cem anos, em margens de rios... Urara convidou Satsuki.
As duas se moveram para uma nova dimensão, livre das correntes do senso comum, e encontraram aqueles que foram retirados de seus braços cedo demais. Uma cena linda. Hiiragi viu, incrivelmente, Yumiko em seu quarto, e ela "roubou" seu uniforme. Sumiu, desapareceu.
Duas histórias lindas contadas por Banana, ensinam a real dor da vida e a valorizar o que temos. Cada segundo, sem ter medo de sofrer, e sim, ter medo de não viver.