Aline Marques 02/06/2019Empatia é prática! [IG @ousejalivros]Educar tem que ser um gesto de amor e respeito.
É através da convivência que se demonstra a dimensão de tudo o que se sente, sonha e realiza. E quando a violência, seja ela verbal, física ou psicológica, faz parte das ferramentas de construção de tal perspectiva, a imagem não se aproxima do que se internaliza ou almeja, e a frustração consome e exaure. Então, como alcançar um bom relacionamento, baseado na cooperação, acolhimento e empatia, transpondo os conceitos de obediência e a bagagem de reprimendas, rótulos e cicatrizes da nossa própria história?
Elisama Santos afirma que o melhor caminho é a compreensão dos próprios sentimentos e expectativas, além dos das crianças e adolescentes. Aceitar que o analfabetismo emocional somado a ideia de que educação é sinônimo de hierarquia e punição fracassou, é se permitir transformar não apenas as relações com os filhos, mas a própria cidadania e forma de enxergar o mundo.
O autoritarismo não respeita a humanidade do indivíduo, menosprezando as necessidades e sentimentos particulares. Acreditar que a submissão e ausência de resistência resultará em adultos bem sucedidos e autônomos, centrados e disciplinados, é ignorar a forma como chegamos até aqui e os resultados que agora colhemos.
E é pensando em toda essa impotência que a autora, de forma acolhedora e acessível, apresenta ao leitor novas perspectivas sobre dificuldades antigas. Através da identificação, qualquer pessoa, tenha ela um filho ou não, poderá aprender mais sobre si mesma e no tipo de futuro que espera alcançar, junto a nova geração.
Um livro que fala diretamente com a pessoa que almejamos nos tornar, sem ignorar tudo o que já vivemos, com capítulos curtos e didáticos que se assemelham muito a boas conversas entre amigos.