Resenhas - Dona Anja

Sabrina 01/12/2016

Gostei do livro, pois, apesar das cenas de fornicação, consegui entender que o autor queria puramente escancarar a hipocrisia que existia e ainda existe na sociedade. Chega a ser revoltante pensar que era assim mesmo que as pessoas se comportavam na época, que as próprias mulheres eram contra a lei do divórcio pelo medo da igreja e de que os maridos a deixassem.

existe uma novela do SBT de 1996 baseada no livro para quem se interessar.

Luiza 03/03/2013

Lascívia e hipocrisia
O livro é interessante, gostei do estilo do autor. Mas, a partir de um certo ponto, quando chega a noite da eleição no Congresso Nacional (para aprovação do divórcio no Brasil), a história começa a se arrastar e a se repetir demais, com os mesmos comentários, as mesmas ações e o mesmo ambiente (tudo se passa praticamente em uma noite, durante as tais eleições). Os momentos mais interessantes do livro são o início e o fim. No início, conhecemos a história de Dona Anja e seu vício em sexo. Depois, a relação de Chola com um militar bonitão e bom de cama... O final é interessante por causa da morte do prefeito. Mas o "miolo" da narrativa é entediante e nada acontece de diferente. Chegou a me dar aflição ficar lendo repetidas vezes sobre a lascívia dos velhos casados e hipócritas, defendendo a santidade do casamento enquanto passam a mão nas meninas da Casa de Dona Anja. Neste sentido, o livro retrata bem essa hipocrisia social.
Dona Anja é uma coroa gorda e monossilábica que só pensava em sexo quando nova e, já envelhecida, só pensa em comida. As meninas da casa não têm vontade própria. Qualquer demonstração de respeito e consideração são reservadas para os homens entre si - isso quando há realmente alguma atitude nobre, porque, por debaixo dos panos, ninguém respeita ninguém de verdade.
O livro é bom e o autor retrata exatamente isso, o lado falso, machista e oportunista da sociedade... Mas por um triz não abandonei a leitura, só prossegui porque o livro é fininho. Considero a obra boa porque é muito bem escrita e transmite bem a mentalidade hipócrita da sociedade nos anos 70 (muita coisa não mudou em nada, nem antes, nem depois). Mas os diálogos e situações são repetitivos e, no geral, o livro não chegou a aguçar minha curiosidade.

Aline 30/03/2012

Final Bacana
Grandes figurões de uma cidadezinha no interior do Rio Grande do Sul se reúnem na casa de Dona Anja numa noite fatídica. O prefeito, o delegado, vereadores, o professor, o médico, o importante agricultor e seu insaciável filho Atalibinha (que honra a tradição dos Duarte) desfrutam do serviço das doces e cheirosas meninas de Dona Anja, afim de acompanhar pelo rádio a polêmica votação do projeto de lei que aprova o divórcio. O livro faz um retrato social bem pitoresco e questiona alguns preceitos morais e hipocrisias daquele contexto.

Particularmente, achei a narrativa muito chata, com exceção das últimas páginas. É apenas no último capítulo que a escrita toma um ritmo interessante e traz algo novo, engraçado. Enfim, a leitura do livro valeu pelo desfecho da história.