Stuart.bookster 28/01/2022
A Riqueza das Nações, de Adam Smith
O Pai do Liberalismo, Adam trata de conceitos centrais em seu texto, mais tarde explorados por toda a classe de industriários e economistas dentro da sociedade "capitalista" que se formava. Um referência na economia do período, foi mais tarde rebatido por Marx e Engels, além de Keynes e outros teóricos do tema. Assevero que não tenho capacidade suficiente para rebater ideias de Smith, sobretudo por viver um paradoxo quanto a lei de oferta e procura, entretanto posso afirmar críticas severas a ideia de não intervenção, que o mercado se auto-regula, sendo essa uma mentira deslavada e crônica do sistema liberal e, mais recente, neoliberal. Para entender a falsidade por detrás da afirmação de Adam Smith tem-sse que entender o contexto em que foi escrito, aplicado e quais as consequências reais que desmentem essa afirmação. Adam escreve no contexto de surgimento da Revolução Industrial, das mudanças repentinas, da época de ascenção dos burgueses e decadência da aristocracia do campo. Uma nova sociedade, mais urbana, surge e instaura-se em toda Europa, nesse contexto, logicamente, tentado-se destruir ideais arisocraas valem-se das ideologias e incentivos para transformarem-se em uma nova aristocracia, onde nascimento pouco importa, apenas se dá valor ao dinheiro, então a ideologia perfeita seria o liberalismo, uma vez que o Estado, representado pelos ricos aristocratas que tem direito a assentos nas câmaras e a corte são deixados de lado, apenas passando a interferir em assuntos de cunho social, ao invés de econômico. Além disso, essa ideologia tinha o ponto chave de afastamento do Estado e favorecimento desses novos burgueses, sendo assim deixados de lado os aristocratas falidos que possuiam apenas títulos, e, sendo isso seu último acesso a essa sociedade. Segundamente, após o sucesso e enriquencimento estrondoso de grande parte desses burgueses, o Estado afastou-se paradoxalmente e inteiramente desses assuntos econômicos, passando a não regular mais assuntos desse teor, sendo assim por mais de um século do lançamento do livro de Smith o mercado foi regulado pelo próprio mercado, entretanto por mais que a ausência do Estado tenha se dado de forma total, deve-se afirmar que isso pode não ser tanta verdade, de forma paradoxal deve ser mencionada a presença do Estado nesse século XIX, trata-se de um século marcado pela expansão das grandes potências rumo ao Oriente, a independência da América Latina e Anglo-Saxônica, além das turbulências e guerras que cobriam a Europa com a ascenção francesa de Bonaparte e conseguinte derrota e restauração de monarquias. Diante desse cenário floresce o nacionalismo exarcebado, então, logicamente ocorre a intervenção estatal, mas é observado que essa intervenção se dá de forma a aumentar a riqueza e poder dos burgueses, portanto, observa-se que a regulação não ocorre da forma que Smith criticava, mas de uma forma benéfica ao sistema econômico. Isso perdura durante todo o século XIX e chega ao XX deste mesmo modo, entretanto as tensões levam a Grande Guerra e o fim dela não modifica a ordem econômica, mas isso só perdura até 1929, com a Crise de 29, a pior da história, que se dá nos EUA. Diante disso que a mentira de Smith é percebida, o mercaod depois da Primeira Guerra Mundial passou a regular-se sozinho, com total ausência do Estado, esse não investia e nem proibia mais nada relacionado ao mercado, e, assim o mercado falhou, pois não pode auto-regular-se, necessitou do auxílio do Estado para reeguer-se, precisou daquilo que pediu afastamento, e, só assim as economias mundiais reergueram-se. Essa crítica se dá apenas a essa parte da regulação estatal, no ademais do livro eu não sou capaz de opinar. Recomendo o livro porque muitas vezes nós tratamos esses clássicos com desprezo e afins, mas devemos evitar isso para podermos reclamar com propriedade, devemos conhecer.