Aryane 03/12/2014
“O mundo suporta o bem. Apenas não o compreende.”
“Alguém chorou por mim”, de Fernando do Ó, conta a história de Jera, uma moça de família espírita que se apaixona por Alberto e é correspondida, sendo que ele é noivo de sua irmã, Carlinda, mulher de gênio forte, ciumenta e possessiva, que se enfurece ao ver a amizade e o carinho entre sua irmã e o futuro marido.
Esse é o primeiro livro da doutrina espírita que leio e não vejo um “felizes para sempre” no final. Ao contrário, o final é bem triste e arranca lágrimas dos leitores. Impossível não se emocionar com o embate das duas irmãs e com a docilidade angelical de Jera. Esta representa tudo que queremos e precisamos ser, mas que não conseguimos, por causa da nossa imperfeição espiritual.
O início do livro quase me fez desistir da leitura. Ele começa com uma linguagem muito rebuscada e de difícil compreensão. Como é uma obra publicada na década de 50, alguns termos são desconhecidos em meio à linguagem coloquial que utilizamos hoje. Depois, ao conversar com algumas pessoas que também o leram, percebi que o livro, de fato, começa a partir da página quarenta e sete, quando o vocabulário fica mais compreensível.
Para quem não é simpatizante da Doutrina, a história passa como algo fantasioso e incompreensível. E para quem é espírita, o livro é mais do mesmo. A mesma dinâmica de outros enredos similares: amores correspondidos (ou não), traições, dificuldades ou abundância financeira, doenças e muitas explicações e lições doutrinárias.
“Há destinos assim. A gente parece que vive dentro de um mundo imenso, sem fronteiras, abandonado e só. As multidões que passam, as massas humanas que se agitam em derredor de nós, para quem sofre como nós, são almas que correm, como seres fantásticos, pelos caminhos de nossos destinos, rumo ao Infinito, sem o saberem, em busca da Perfeição.”
Três estrelas!
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