Gabriel1994 26/05/2024
SOBRE A TERRA HÁ DE VIVER SEMPRE O MAIS FORTE
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Um livro com várias camadas, pautas e extremamente necessário. A obra de Itamar viera é divido em três capítulos,
Fio de corte, Torto Arado e Rio de Sangue, todos narrados respectivamente por Bibiana, Belonisía e Santa Rita pescadeira. Apesar do livro não falar em que época se passa, vc começa a desvendar pelo menos o período, e isso começa há deixar as coisas mais tensas.
Nesse sentido, acho incrível como a Autor abordou os temas de religiosidade e a relação com a terra em si, pois, ao meu ver, esse eixos se encaixam, o jeito como faz parte da cultura e importância para o povoado de Rio negro, como as suas crenças fazem parte do seu cotidiano e até mesmo o modo em que eles veem a terra em que vivem. Todavia, as críticas de Itamar viera quando se tratam a escravidão e direito sobre a terra é como uma facada no peito do leitor, visto que, a forma como ele constrói uma história dolorida desse povoado, os abusos que eles sofrem, e como os grandes donos de terras conseguem bular as leis, usufruir da mão de obra , e depois simplesmente jogar fora é algo revoltando, pelo fato de ser algo não muito fora da realidade. Além disso, as relações pessoais, em especial a das irmãs, é algo magnífico, pois quase como uma tragédia grega, elas ficam conectadas em um só ser ,após um acidente com uma faca ( que aliás tem um peso importante para a história) e como ambas se comunicam se tornou uma coisas só delas, uma forma de comunicação que as uniu , simplesmente perfeito, meu capítulo favorito é torto Arado, coincidência ou não, é o maior capítulo narrado do livro, por alguém que nem fala.
Portanto, um livro lindo e doloroso, rico em crenças e regionalismos, um clássico contemporâneo.