Resenhas - O corpo encontrado nas ruas

Bbortolotti 09/02/2020

Cruzamento
Nas miudezas dos escritos de Simas encontrei um respiro para tempos de desilusão. Feliz por esse livro ter cruzado comigo na estante de uma livraria qualquer no Centro do Rio. Aproveitem bem cada um de seus pequenos ensaios como doces sortidos no saquinho de bala de São Cosme e Damião. De verdade, terminei de ler o livro ouvindo Pixinguinha e com um sorriso no rosto.

CharlesSouto 22/07/2023

Sou encantado por crônicas.
.... consumo como quem devora uma sobremesa.
Peguei esse saquinho aqui na Rua e estou colocando nessa encruzilhada virtual.

Em especial Simas é dono de uma linguagem que nos transporta para uma sensação de bate papo (na porta do butiquim) e essa obra em especial fala do Rio de Janeiro, um Rio que acontece nas ruas ou seja: uma delícia de leitura.

Recomendo, mas só se você quiser.

Karoline315 24/03/2021

Segure o povo que o povo é o dono da Rua
Em o Corpo Encantado das Ruas, Luiz Antônio Simas nos mostra um Rio de Janeiro diferente do mostrado pelos canais oficiais. Um Rio de Janeiro de resistência, dos excluídos, dos filhos das Ruas. É sobre inventar vida nas frestas, como o surdo de terceira, brincando com o previsível fazendo o inusitado. É memória viva de uma brasilidade que não se apaga, nem a força. Parafraseando o autor: seu livro é uma louvação aos excluídos pelo Brasil oficial: o país da rua.

Aléxia 02/02/2023

Concretizando as contradições urbanas do Rio
Morar há quase um ano no Rio me deu uma experiência completamente nova do que é viver em cidade. Busquei no Simas uma forma de concretizar sentimentos e pensamentos abstratos que se misturam ao viver o que é próprio daqui, e que de vez em quando nos tiram uma lágrima no meio do samba, do bloco ou do por do sol.

Escolhi esse livro no dia que ouvi o Simas falando pela primeira vez, no evento de reinauguração da livraria Belle Époque - ambos entidades dessa cidade. E essas 42 crônicas me deram o que eu buscava, mas com uma sensibilidade insuperável para falar das contradições urbanas da cidade que, “fundada para expulsar franceses, resolveu ser francesa para esconder que era profundamente africana e lusitana”.

Se os temas que ele aborda são aqueles que a gente imagina serem o coração do Rio - rua, samba, carnaval, futebol, terreiros e bares -, é inédita a forma como isso reverbera nas suas próprias experiências. O tipo de livro em que tanta coisa é grifada é que até difícil saber o que não é destaque.

Com a proximidade do carnaval, essa leitura escancara as hipocrisias da cidade. “A ideia do que deve ser a festa sintetiza a disputa entre a cidade preta, rueira, subterrânea, pecadora, e a cidade que se quis europeia, civilizada”.

Felizmente, esse ícone acessível que é o Simas tá por tudo, e tudo que ele toca vira uma reflexão incrível sobre o Rio. Então aqui ficam duas sugestão de podcasts que ele participa falando sobre tudo isso um pouco:
* Encruzilhadas: https://open.spotify.com/show/6mj9Clq2kK3rbnIgaXkssp?si=a514fd9f6587454b
* Rio Memórias: https://open.spotify.com/show/4QGgPl6A2kOMeSyPNL5bMt?si=c030bfbc07694526

Alyne 05/12/2020

Merece o título de melhor capa
O livro traz textos e reflexões interessantes sobre a influência das ruas na nossa cultura. E destaca especialmente o papel das tradições africanas e dos povos indígenas. Contudo, em alguns textos — não sei se reaproveitados de artigos acadêmicos —, períodos longos demais e intercalados acabam dificultando a leitura. Não que comprometa a qualidade da obra. Mas acredito que, em um livro que preza pelo popular, talvez uma leitura mais fluida viesse a calhar.

Flavio Herculano 15/01/2021

Em pequenos contos, Luiz Antônio Simas vai contando a historia do povo e das ruas do Rio de janeiro e mostrando o poder de quem esta nela e de quem protege ela.
Simas escolhe as palavras certas para compor seu livro, misturando suas observações, suas vivencias, a história e religião produzindo assim um livro que das vontade de ler de umas vez só.

Michelle 21/12/2021

Não sei se eu saberia fazer jus à esse livro.
Eu sinto que por vezes quase da pra ver o brilho dos olhos do Simas.
E,sei lá, tem uma coisa de trazer um pouco de esperança de uma maneira não artificial... admitindo a luta, o absurdo que a gente tá. O lance da erva daninha crescendo no meio do concreto.
É bonito demais.

Juliana @julianaaf 18/05/2020

Onde começa a história das ruas a história de sua população? Com contos do cotidiano, encontramos uma miscelânea entre religião, cultura, rotina e modos do povo brasileiro.

Uma viagem ao Rio de Janeiro e suas ruas, suas encruzilhadas, a sua fé. Também há reflexões sobre o quanto a rua vem mudando e perdendo sua brasilidade. Um livro gostoso se ler, mas que acaba ficando um pouco repetitivo.

Marcos 25/06/2021

Maravilhoso
Precisava ler algumas crônicas desse livro para faculdade e acabei lendo ele inteiro. Uma escrita agradável, um livro que diz muito da nossa realidade... Mas que nunca percamos o encanto, e que não deixemos de ocupar as ruas.

Lucas Leite 25/04/2021

Com licença às ruas...
O Prof. Antônio Simas esbanja um saber que poucos conseguem concatenar de forma tão lúcida, quase lúdica. A conexão entre as ruas e seus encantos com nosso cotidiano, nossa formação identitária e nossa construção enquanto sociedade é feita de forma exuberante. O desejo que tenho ao terminar o livro é de ouvir um samba-enredo enquanto arrio um padê pra Exu antes de assistir a um jogo de futebol.

Maria 14/07/2022

Uma aventura na Rua
Esse livro é encantador! Enquanto estudante de História, esse livro me mostrou uma perspectiva bastante interessante sobre História Cultural, principalmente pelo fato do Simas não trabalhar com a construção da cultura, mas trabalhar com os fazeres cotidianos da cultura e em suas táticas de sobrevivência entre as tentativas de homicídio da cultura em si.
Ele traz uma visão cativante do Rio, uma visão que preza por seus aspectos reais e que não zela uma imagem imaculada de "Cidade Maravilhosa", e nem parte de um oposto que vê o Rio como um mar de sangue e sem felicidade alguma. O trabalho do Simas é realmente muito bonito, é interessado nas belezas e preocupado com os problemas, é sério e divertido e muito tranquilo de entender.
Esse livro é muito gostoso porque dialoga com todos, é um livro feito a partir da cultura popular e que devolve as suas conclusões para ela.
Me admira muito as escolhas tão certeiras de palavras, tudo muito bem amarrado e sucinto que ao mesmo tempo é floreado e encantador.
De maneira geral, este livro foi, para mim, uma imersão na cultura popular do Rio, me fez valorizar muito mais aspectos da cultura que se encontram enquanto colunas resistentes em meio ao caos. Como o futebol, os terreiros, os botecos, as quitandas, o Carnaval etc. que tiveram e têm suas contribuições cruciais para os fazeres mais simples e mais complexos da cultura de rua do Rio.
Viva Exú, viva a cerveja, viva o povo, viva a Rua!

Heitor.Ceccato 14/10/2021

As religiões de origem africana encontram em Simas proteção
Tive a oportunidade de ser aluno de Simas e hoje por meio de seus livros e conhecimentos posso desmistificar as religiões africanas, a história de sua vinda e como o Rio de Janeiro tem muito haver com esse povo.
Um livro bom de ser lido, leve, tão leve que faz você querer mais e mais.
Não só indico demais esse livro, como indico que se acompanhe Simas em todoas as suas andanças literárias.

asaquebrada 23/09/2021

crescida no subúrbio do rio, saio mais atenta às miudezas desse território. tão bom ler História com poesia, com paixão, com luta. sigo encantada.

Milena.Berbel 16/10/2022

Gosto quando um livro me conquista pelas beiradas. Após um leve estranhamento inicial, por estar entrando em um universo pouco conhecido da minha parte, acabei sendo fisgada pelos textos de Luiz Antônio Simas, por explorar essa cidade que é tão única, tão complexa, tão rica de cultura, de História e histórias, por meio de suas ruas, esse lugar de tantas contradições, de encontros e desencontros, brincadeiras, festas e paixões, de sons e odores e cores diversas, de inclusão e exclusão, de vida e morte se esbarrando, de mistura entre o sagrado e o profano, de existência e resistência, de construção de afetos, de irmandade, de saberes, onde já viveram e vivem todas as gentes que pertencem a esse lugar.
E ainda que o Rio de Janeiro não seja a minha cidade, não consegui deixar de usá-lo como ponto de partida pra reflexões sobre a relação que todos temos (ou, eu diria, deixamos de ter) com as ruas da nossa própria cidade.
Leitura despretensiosa que me surpreendeu.

Amanda 12/07/2021

As Ruas...
Um livro cheio de pequenas histórias, abordando os temas que o autor mais gosta, macumba, escola de samba, futebol, comidas e mais macumbas.
De simples leitura.
Os últimos 3 capítulos são imperdíveis.