Algo Sinistro Vem Por Aí

Algo Sinistro Vem Por Aí Ray Bradbury




Resenhas - Algo Sinistro Vem Por Aí


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Karla Lima @seguelendo 11/04/2020

@seguelendo
Adoro o autor. Já tinha lido outras obras e já conhecia sua narrativa, mas Algo sinistro vem por aí me pegou de surpresa por ser diferente.
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Nessa obra, temos uma fantasia temperada com terror. O enredo é repleto de magia e inocência infantil.

Os dois protagonistas são encantadores. Os personagens são interessantes e, apesar de uma história curta, profundos. O relacionamento entre pai e filho também é explorado e foi um dos pontos altos do livro.
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A narrativa não é tão fluida, mas isso eu já esperava pela leituras das outras obras. Temos que desbravar e absorver página por página, mas a leitura é maravilhosa.
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O clima de conto de fadas, com suas nuances macabras, bruxas e seres horripilantes, permeia toda a obra. Me deu uma sensação de nostalgia, lembrando aquelas histórias infantis que sempre tem um tom assustador para ensinar alguma lição às crianças.
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Me tornei ainda mais fã do autor depois dessa leitura.
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Recomendo muito essa obra. Nela, percebemos traços de autores contemporâneos que beberam dessa fonte. A fantasia e o terror de Ray foram inspiração para gerações de escritores. Leia! Você não vai se arrepender.
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Alan (@coracaodeleitor) 03/03/2020

Obra muito interessante
Hoje iremos conversar sobre "Algo sinistro vem por aí". Do consagrado autor Ray Bradbury que também escreveu Farenheit 451.

No livro conhecemos os amigos Will e Jim que tem uma vida pacata até que um circo/parque para na sua cidade.

Os meninos que tem personalidades bem diferentes compartilham de uma coisa em comum que é bem excêntrica, Will nasceu no dia 30 de outubro faltando 1 minuto para meia noite e Jim nasceu 1 minuto após a meia noite no dia 31.

É justamente próximo ao aniversário dos meninos que que o circo chega, o que é muito atípico para aquela época.

Logo todos na cidade começam a visitar o circo mas coisas estranhas começam a acontecer, principalmente no carrossel e na casa dos espelhos. Os meninos logo percebem e aí se envolvem numa trama atrás de descobertas e auto conhecimento.

Gostei muito do livro e acho que ele cresceu muito do seu início que tinha uma pegada meio infantil até o seu segundo e terceiro ato que já muda completamente. A escrita do autor nesse livro é muito poética o que traz um clima ainda mais sombrio para a história.

É um enredo um pouco mais lento, porém totalmente proposital. Acho que isso ajuda a criar o clima e os momentos de ápice.

A história é carregada de lições e acho que auto aceitação é uma das principais delas. Pois vemos um personagem se questionando o tempo todo sobre sua vida e o que poderia ter sido diferente.

Gostei bastante do livro. E fica aqui uma recomendação se você gosta de uma história um pouco mais sombria.
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Jeff.Rodrigues 16/02/2020

Resenha publicada no Leitor Compulsivo
Bradbury é um autor impossível de ser rotulado ou encaixado em um único gênero. Suas obras ultrapassam qualquer tentativa de limitação e se mantém atemporais. São livros escritos para encantar e provocar reflexão. É a imaginação que se une ao medo, à vontade da aventura, aos receios do correr do tempo, ao sinistro e ao mágico. Livros que nos fazem viajar e, aos mais crescidinhos, trazem nostalgia de uma infância que não existe mais nesse mundo de tecnologia sem fim.

Algo Sinistro vem por aí é uma dessas históricas mágicas e fascinantes. É aquela leitura em que a gente se desliga da realidade e solta nosso lado garoto aventureiro para desvendar um mundo onde os pesadelos são reais e se encontram à espreita. Como vencê-los? Nesse caso, o mal aparece na forma de um misterioso circo, recheado de atrações grotescas, como um bebedor de lava ou uma bruxa que enxerga sem ver. Há também um labirinto de espelhos em que os reflexos vistos podem nos levar à loucura e um carrossel cujo girar pode alterar o andar do tempo, para frente ou para trás. Resistimos a isso? Nossa curiosidade humana quando se junta ao fascínio que circos exercem, consegue resistir a tantas maravilhas, por mais macabras que possam parecer? E quando se tratam de garotos?

Jim e Will são os protagonistas dessa aventura em que será preciso muita coragem e boas doses de maturidade para enfrentar e derrotar o mal encarnado pelos donos do circo, Cooger e Dark. Amigos inseparáveis, vizinhos de casa, mentes férteis para imaginar as mais divertidas brincadeiras, os dois garotos criados por Bradbury em muito lembram, e talvez aja uma influência nas entrelinhas, os personagens Tom Saywer e Huckleberry Finn, de Mark Twain. São aquelas crianças que todos nós já fomos um dia. Destemidas ao mesmo tempo em que sentem pontinhas de medo, sonhadoras até pensar que o impossível pode ser real, imaginativas com a capacidade de transformar uma simples corrida em uma batalha épica. Essa amizade é o ponto fundamental na corrida para vencer os horrores que o circo pretende espalhar.

Algo Sinistro vem por aí não é um livro de terror para fazer alguém perder o sono. Como disse, é impossível encaixar a obra do autor em um gênero literário. Ele transcende isso. O livro trata de um circo que se alimenta do medo e do pavor das pessoas. Viajando pelo tempo, esse conjunto de aberrações volta e meia retorna às cidades para encontrar novos membros. Membros escolhidos a partir dos desejos mais profundos que, somado ao tal medo, tornam até os mais vividos adultos em criaturas vulneráveis. Jim e Will, munidos da inocência infantil, percebem os horrores que se escondem nos bastidores, decidem barra-los e acabam se tornando alvos. Passam a ser perseguidos e desejados pelos cruéis Cooger e Dark. E assim q história se desenrola como uma grande aventura infanto-juvenil.

A qualidade maior desse livro é a óbvia e já conhecida capacidade narrativa de Bradbury. Suas frases são poesia pura e os acontecimentos simplesmente são contados como se fosse magia. Nada aparece de forma desnecessária ou mal colocada. Tudo tem um sentido lírico, até mesmo nos trechos mais macabros e tensos. E aí, o autor reflete sobre a passagem do tempo entre dois garotos que mesmo sonhando em crescer logo, ainda são apegados às brincadeiras da infância; fala também sobre o pai de Will e como a passagem dos anos pesou sobre suas costas. O Sr. Charles protagoniza alguns dos trechos mais bonitos da história ao perceber que o tempo passa, mas nunca devemos deixar a chama aventureira e sonhadora morrer dentro de nós.

Algo Sinistro vem por aí foi uma leitura que me encantou e envolveu. De fato, libertei meus sonhos de criança e me deixei conduzir pelas mãos de Jim e Will. Foi um livro em que comecei a ler sem expectativa nenhuma, apenas a certeza de que tinha um grande autor em mãos. À medida que avancei, fui sendo puxado pela vontade de viver um perigo como o oferecido pelo circo, de sair da poltrona e, mesmo com medo, encarar o desconhecido e enfrenta-lo. E em alguns momentos, senti identificação com a inércia que por muito prendeu o Sr. Charles. Foi um daqueles livros que me fizeram sentir, de novo, a felicidade de ser um leitor. Porque são histórias como essa que nos dão energia.

Algo Sinistro vem por aí é uma grande história sobre amizade e sobre, acima de qualquer coisa, viver intensamente a vida. Sem medos. Sem receios. Apenas viver… Porque o carrossel do tempo gira de forma implacável.

site: http://leitorcompulsivo.com.br/2019/12/23/resenha-algo-sinistro-vem-por-ai-ray-bradbury/
Racestari 29/05/2021minha estante
Muito bom mesmo!




João Victor - @sigamoslivros 16/02/2020

Resenha Sigam os Livros
#RESENHASOL | 4,5/5 ? | Ray Bradbury | 265 páginas | 1962 | Ficção Americana | Bertrand Brasil
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Duas crianças e uma aventura fantástica pela frente. Jim Nightshade e William Halloway são dois garotos que moram numa pacata cidade do meio oeste dos EUA, como duas crianças de interior, na maior parte do dia, eles estão atrás de diversão e passatempos.
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A história entre esses amigos é alterada quando um parque de diversões chega na cidade, trazendo com ele criaturas peculiares. Esses espetáculo trás atrações que vão além de labirintos de espelhos e carrossel, na sua grade de apresentações temos a bruxa do pó, o senhor elétrico, o Sr Dark que tem tatuagens aparentemente vivas e mais algumas "aberrações".
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Muito do que acreditam se tratar de mitos ou histórias fantasiosas, está mais perto e mais real do que eles imaginam. Toda essa conturbação pode afetar a amizade, e o mistério é saber se essa amizade resiste às tentações provocadas pelo parque.
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Esse livro se trata de mais um clássico do Bradbury, autor de Fahrenheit 451 (livro que eu amo por sinal), e fazendo pesquisas vi que tem uma adaptação desse livro pela Disney, chamado No Templo Das Tentações de 1983.
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Essa história é mais que uma aventura infantil com um quê de terror e criaturas fantásticas, é apresentado na narrativa metáforas que nos faz refletir sobre a vida. Fala sobre aproveitarmos cada momento sem querer antecipar o tempo de cada coisa, nos entregarmos ao máximo naquilo que fazemos, saber cultivar positivamente cada amizade e nunca temer com o futuro.
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Destaco a escrita do Ray que apesar de prolixo - investir muito em descrição de sentimentos, ações, características - isso não atrapalha o andamento da leitura, só nos faz criar mais vínculos e compreensão de cada personagem.
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Dominique.Auler 14/02/2020

O sinistro parque de diversões atrai os habitantes da pequena cidade com promessas de uma nova vida, mas apenas como enganação. Os poucos que ousam resistir são perseguidos e forçados a enfrentar toda a maldade que o parque tem a oferecer.
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Aline Teodosio @leituras.da.aline 08/02/2020

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Nesta macabra história que mistura horror e fantasia, conhecemos dois amigos, Jim Nighshade e Will Halloway que, embora inseparáveis, tinham personalidades totalmente divergentes. Ambos levavam uma vida normal de garotos de 13 anos até serem influenciados pela chegada de um circo de aberrações bizarras.

O autor nos conduz numa narrativa instigante por meio de uma escrita poética, lírica e metafórica. Mais do que suscitar medo, a trama nos convida a refletir sobre a natureza humana, sobre anseios, sobre o que fizemos e o que deixamos de fazer. Uma verdadeira reflexão sobre como as nossas escolhas nos engrandecem ou nos frustram.

E, assim como Jim e Will, também amadurecemos (bem ou mal) perante às adversidades as quais somos cotidianamente submetidos.

Enquanto lia tentando entender o sinistro, o seu porquê, de onde vinha e a que vinha, sentia que faltava algo. Todavia, ao concluir, percebi que o sinistro tem a ver com os mistérios do amanhã, bem como com as nossas inquietações, e que não há respostas exatas para isso.

No mais, o livro deixa uma questão muito boa a ser pensada: nossos posicionamentos (afetivos/morais/políticos) inevitavelmente sempre irão moldar os caminhos que trilharemos nessa vida (muitas vezes) tão conturbada.

"O bem não garante integridade do seu corpo. Serve mais para apaziguar a mente..."

Muito bom!
Allan Coelho 08/02/2020minha estante
Adorei sua resenha. Muito bem feita :), parabéns pelas reflexões.


Aline Teodosio @leituras.da.aline 08/02/2020minha estante
Obrigada!! ? Ainda tô aqui ruminando a história.




Danielle 08/02/2020

Esse livro mw chamou atenção pelo título e pelo fato de ser do mesmo autor do aclamado Fahrenheit 451. Logo que comecei a leitura gostei da ambientação de um circo de horrores. Gostei muito dos personagens principais e de todo a aventura de terror que tiveram que enfrentar. Recomendo muito para quem curte esse estilo meio American Horror Story.
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Nalí 07/02/2020

Horror poético
Após um dia de acontecimentos incomuns, às três da manhã, os amigos inseparáveis Will Halloway e Jim Nightshade, em suas respectivas casas, são acordados por uma música sinistra que soa a distância, vinda de uma velha locomotiva que se aproxima da cidade de Green Town, Illinóis, trazendo o parque de diversões de Cooger e Dark, que além dos brinquedos, conta com um circo de aberrações.
Curiosos, os meninos vão ver a chegada da locomotiva e saber por que entoava tão sinistra música. E já nesse momento os meninos testemunham coisas que vão além da imaginação. No dia seguinte, intrigados com o que viram na noite anterior, os garotos voltam ao parque e começam a suas investigações, que os levaram a viver uma “aventura” sem igual. .
Narrado em terceira pessoa e com uma linguagem poética e cheia de metáforas – que no início achei um pouco estranha, mas que rapidamente me adaptei e apreciei –, Ray Bradbury nos transporta para um mundo fantástico cheio de monstruosidades e aventuras. O livro está classificado como horror, porém para mim tava mais para fantasia. Para ser horror é necessário medo e aflição, e em momento algum tive tais sentimentos ao longo da leitura. .
O livro vai muito além de contar uma história fantástica, ele aborda assuntos como a importância da amizade, a relação com os pais, o peso da idade, a diferença do bem e do mal, entre outros assuntos que irá afetar cada leitor de formas diferentes e o fará refletir sobre alguns deles, ou todos. .
“Algo Sinistro Vem Por Aí” foi uma leitura que me encantou e me envolveu, confesso que não espera gostar tanto, pois comecei com baixas expectativas, entretanto à medida que a leitura avançava fui fisgada pela narrativa de Bradbury que vai muito além do horror, que como disse anteriormente não dá medo, caminhando sobre o suspense psicológico e a fantasia.
Sendo assim, se você gosta de se aventurar por todos os estilos literários, principalmente horror, aventura, suspense e fantasia, esse livro é um prato cheio!
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Fer 06/02/2020

Algo muito divertido e estranho vem por aí.
Na história estão dois garotos: Jim Nightshade e Will Holloway, amigos inseparáveis.
Jim nasceu no dia 30 de outubro, aproximadamente um minuto antes da meia-noite e Will nasceu no dia 31, apenas um minuto após a meia-noite.
Os garotos não imaginavam a grande aventura que iriam viver, pois chega na cidade um parque de diversões itinerante. O mais estranho de tudo é que ele chega as três hora da manhã e os amigos acordam nessa mesma hora.
Não tenho como falar muito sobre o livro sem dar spoilers.
O livro nos faz pensar sobre as fases de nossas vidas , nos faz questionar se faríamos as mesmas escolhas dos personagens principais.
Confesso que esperava algo de terror e acabou sendo uma aventura.
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@fabio_entre.livros 01/02/2020

Palavras do Rei
“Algo sinistro vem por aí”, de Ray Bradbury, desafia qualquer categorização clara e de fácil análise. Esse romance, publicado pela primeira vez em 1962, não recebeu imediatamente a aprovação da crítica tanto de ficção científica quanto de fantasia e teve 12 reedições desde a sua primeira publicação. Por tudo isso, não foi o livro de maior sucesso de Bradbury nem o mais conhecido; “As crônicas marcianas”, “Fahrenheit 451” e “Licor de dente-de-leão” tiveram provavelmente uma vendagem superior à dele, e são, com certeza, mais conhecidos pelo público leitor em geral. No entanto, acredito que “Algo sinistro vem por aí”, uma história poeticamente sombria, que se passa na comunidade meio real e meio mítica de Green Town, Illinois, é talvez o melhor trabalho de Bradbury. Não é um livro perfeito; em alguns momentos, Bradbury peca por ser prolixo demais, fato que caracterizou grande parte de seu trabalho durante os anos 1970. Algumas partes são autoimitativas e embaraçosamente grosseiras. Mas isso é uma pequena parcela do trabalho total; na maior parte das vezes, Bradbury conduz sua história com intensidade, beleza e garra.
Talvez a primeira coisa que observamos em “Algo sinistro vem por aí” é a separação que Bradbury faz daquelas duas metades de si mesmo. Will Halloway, o “bom” garoto (bem, os dois são bons, mas o amigo de Will, Jim, se perde por um tempo), nasceu em 30 de outubro, um minuto antes da meia-noite. Jim Nightshade nasceu dois minutos depois... um minuto depois da meia-noite da madrugada do Dia das Bruxas. Will é um apolíneo, uma criatura da razão e do planejamento, ele crê (na maioria das vezes) no status quo e na norma. Jim Nightshade, como sugere seu próprio nome, é a metade dionisíaca, uma criatura da emoção, algo niilista, destrutivo, pronto para cuspir na cara do diabo só para ver se o cuspe vai ferver e chiar, escorrendo pelo rosto do Senhor das Trevas.
Na história de Bradbury, um velho parque de diversões, maravilhosamente chamado Cooger & Dark’s Pandemonium Shadow Show, chega a Green Town, trazendo tristeza e horror, sob o disfarce de prazer e maravilhamento. Will Halloway e Jim Nightshade — e mais tarde também o pai de Will, Charles — percebem do que se trata exatamente esse parque de diversões. A narrativa acaba afunilando-se na direção da luta de uma única alma, a de Jim Nightshade. Chamar isso de uma alegoria seria errado, mas chamar de uma história de terror moral seria exatamente correto. Com efeito, o que acontece a Jim e Will não está muito distante da tenebrosa descoberta de Pinóquio na Terra dos Prazeres, onde os meninos que se permitem usufruir os desejos mais básicos (fumar e jogar sinuca, por exemplo) são transformados em burros. Quando Bradbury escreve aqui sobre as tentações carnais — não simplesmente a sexualidade carnal, mas a carnalidade em suas formas e manifestações mais amplas —, os prazeres da carne correm tão sem rédeas quanto as tatuagens que cobrem o corpo do Sr. Dark.
“Algo sinistro vem por aí” reflete as diferenças entre as vidas apolínea e dionisíaca. O parque de diversões de Bradbury, que se arrasta para dentro dos limites da cidade e faz comércio num campo às três horas da manhã é o símbolo de tudo o que é anormal, mutante, monstruoso... dionisíaco. O parque de diversões é o caos. É a terra magicamente portátil do tabu, viajando de um lugar para outro e até mesmo de um tempo para outro com seu carregamento de monstruosidades e suas atrações glamorosas. Os rapazes (Jim também, é claro) representam justamente o oposto. São normais, não são mutações, nem monstruosidades. Vivem suas vidas segundo as regras do mundo iluminado pelo sol — Will, complacentemente, Jim, impacientemente. E é justamente por isso que o parque de diversões os quer.
A essência do mal, Bradbury sugere, é sua necessidade de comprometer e corromper essa delicada passagem da inocência à experiência que todas as crianças têm de experimentar. No rígido mundo moral da ficção de Bradbury, os monstros que povoam o parque de diversões assumem em suas aparências exteriores os vícios interiores. O Sr. Cooger, que viveu por milhares de anos, paga por sua vida de sombria degeneração, tornando-se uma Coisa ainda mais velha, velha quase além de nossa capacidade de compreensão, mantido vivo por uma descarga constante de eletricidade, o Esqueleto Humano está pagando pela esqualidez de seus sentimentos; a mulher gorda, por glutonaria física ou emocional; a bruxa velha, por sua intromissão na vida de outras pessoas, pelas suas fofocas.
Na sua faceta apolínea, o livro nos convida a recordar e reexaminar os fatos e os mitos de nossas infâncias, mais especificamente nossas infâncias de cidade do interior americana. Escrito em um estilo semipoético, que parece se encaixar perfeitamente em temas como esses, Bradbury examina essas questões da infância e chega à conclusão de que somente as crianças estão preparadas para lidar com os mitos, terrores e emanações da infância.


(Stephen King no livro "Dança macabra". Texto editado. Para a versão integral da análise de King, recomendo fortemente o livro citado, particularmente o capítulo "A ficção de terror", no qual ele comenta não só esta obra de Ray Bradbury, mas também de outros autores do século XX)
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Thaís @thanoslivros 25/11/2019

Diferente
Se eu queria uma leitura que fizesse fugir totalmente da minha zona do conforto, posso dizer que com esse livro atingi 100% da meta. Confesso que não conhecia praticamente nada sobre o autor e, ao pesquisar, descobri que o americano Ray Bradbury é uma referência para os fãs de sci-fi. É dele a autoria de Fahrenheit 451 que já tinha ouvido falar, até muito bem por sinal, mas que não me sentia tentada em conhecer. Até esse livro.

Com Algo Sinistro Vem por Aí, tive a oportunidade de me deparar com uma narrativa bastante metafórica e poética. Não é uma escrita que estou acostumada e, nem sempre, me chama atenção. Mas, o mistério que Bradbury criou nesse enredo de muita fantasia, me fez ir até o fim. Por isso, não posso negar que se trata de uma história interessante.

Não se trata de uma história de terror, mas os personagens do parque, criaturas estranhas demais e, principalmente, aquele carrossel bizarro com suas músicas sombrias, traz ao leitor uma tensão enlouquecedora. Ficamos, junto com os personagens, na intenção de ir mais a fundo, mas com receio do que pode se revelar.

Foi uma leitura lenta e até arrastada em vários momentos, o que acredito que seja pelo meu pouco costume com a narrativa. Porém, me vi sim presa a um enredo que entretém e que instiga. A curiosidade falou mais alto e me deixei ser levada por uma história que fala sobre as expectativas, dos desejos de jovens em serem adultos e daqueles que viram a juventude passar mas que gostariam de tê-la de volta.


site: www.instagram.com/thanoslivros
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Carol.Macario 20/10/2019

O terror passou longe...
Minhas expectativas para o livro eram bem diferentes. Esperava encontrar com o Circo dos Horrores, uma pegada sinistra, freak e macabra, mas na verdade isso em nenhum momento aconteceu. Não que o livro seja ruim, mas, é uma fantasia infantil/juvenil e comigo a leitura soou arrastada, cansativa, que parecia nunca ter fim. Termino o livro com as expectativas frustradas.
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Entrelivros_efilho 03/09/2019

📖❝À𝒔 𝒗𝒆𝒛𝒆𝒔, 𝒐 𝒉𝒐𝒎𝒆𝒎 𝒒𝒖𝒆 𝒑𝒂𝒓𝒆𝒄𝒆 𝒔𝒆𝒓 𝒐 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒛 𝒅𝒂 𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆, 𝒂𝒒𝒖𝒆𝒍𝒆 𝒄𝒐𝒎 𝒐 𝒎𝒂𝒊𝒐𝒓 𝒔𝒐𝒓𝒓𝒊𝒔𝒐, é 𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒄𝒂𝒓𝒓𝒆𝒈𝒂 𝒐 𝒎𝒂𝒊𝒐𝒓 𝒇𝒂𝒓𝒅𝒐 𝒅𝒐𝒔 𝒑𝒆𝒄𝒂𝒅𝒐𝒔. 𝑬𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆𝒎 𝒔𝒐𝒓𝒓𝒊𝒔𝒐𝒔 𝒆 𝒔𝒐𝒓𝒓𝒊𝒔𝒐𝒔, 𝒆 é 𝒃𝒐𝒎 𝒗𝒐𝒄ê 𝒂𝒑𝒓𝒆𝒏𝒅𝒆𝒓 𝒂 𝒅𝒊𝒔𝒕𝒊𝒏𝒈𝒖𝒊𝒓 𝒐𝒔 𝒂𝒍𝒆𝒈𝒓𝒆𝒔 𝒅𝒐𝒔 𝒔𝒊𝒏𝒊𝒔𝒕𝒓𝒐𝒔.❞
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Jim Nightshade e William Halloway são dois garotos ávidos por aventura que vivem brincando pela cidade e visitando o pai de Will que é o zelador na biblioteca local, mas ambos veem suas vidas mudarem quando um parque de diversões itinerante chega à pacata cidade onde moram no meio-oeste dos Estados Unidos.
Em meio a um labirinto de espelhos, um carrossel e várias aberrações como a bruxa do pó, o senhor elétrico e o temido Senhor Dark que tem tatuagens que parecem vivas, os dois vão descobrir que nada é o que parece e que a amizade entre eles pode não resistir até o fim do espetáculo.
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Esse é um clássico publicado pela 1º vez em 1962 e relançado agora pelo @grupoeditorialrecord pelo selo da @bertrandbrasil, eu nunca tinha lido nada do autor e sua escrita é diferente do que estou acostumada a ler, é poética, melancólica e cheia de metáforas descrevendo momentos e sentimentos dos personagens, confesso que em alguns momentos fiquei confusa e tive que reler para entender o que estava acontecendo, e apesar de não ser acostumada a ler terror essa não é uma leitura que dá medo, mas é agoniante em alguns momentos, mas ainda assim fui envolvida pela história e fiquei na expectativa do que viria a seguir.
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A meu ver esse é um terror psicológico com uma mistura de fantasia, onde o autor brinca om os medos, saudades e desejos dos personagens e com isso nos leva a refletir que o que faríamos se tivéssemos no lugar deles, é inevitável não pensar em cada fase da nossa vida e a importância de viver tudo há seu tempo sem pular etapas, porque os momentos são únicos e não voltam.
Sem dúvida é a leitura mais diferente e sinistra que já fiz.

site: https://www.instagram.com/p/B1w_mOaDFqD/
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Ivy (De repente, no último livro) 27/08/2019

Resenha do blog "De repente, no último livro"
Algo sinistro vem por aí foi talvez a leitura mais diferente que fiz neste ano. eu nem saberia dizer em qual gênero esse livro se encaixaria. Uma fábula, terror ou fantasia? A história parece ser uma mescla de tudo isso, retratando com melancolia temas como a auto aceitação, a tristeza e a morte.

Eu nunca havia lido nada do Ray Bradbury, cultuado autor de Fahrenheidt 451 e achei sua narrativa bem única. Talvez seja porque Algo sinistro vem por aí é um clássico de 1962 e o estilo narrativo daquela época era bem diferente do estilo mais despojado de hoje em dia. Ou talvez seja porque Bradbury simplesmente fosse um homem de grandes idéias, algumas das quais difíceis de se visualizar e, para uma leitora distraída como eu, difíceis de compreender.

A trama escrita em 260 páginas me pareceu bem mais longa do que é, senti a narrativa densa e não consegui me prender completamente à leitura porque não pude entender o intuito do autor.

Aqui temos dois protagonistas, garotos entrando na adolescência, desejosos em crescer logo e realizarem sonhos. Jim Nightshade sempre foi o mais inquieto. William Halloway o fiel escudeiro, disposto a acompanhar Jim em todos suas aventuras. Quando um misterioso parque de diversões aparece na cidade de maneira bem abrupta, os garotos sentem uma sensação inquietante e, quando vizinhos e conhecidos simplesmente passam a desaparecer, os meninos logo associam isso ao parque e sabem que algo errado acontece por lá. Com a curiosidade e a valentia típicos da infância, os dois se arriscam às escondidas nas noites da pequena cidade para desvendar o mistério, mas quando eles mesmo caem nas garras do perverso Senhor Dark, só resta fugir e torcer para que o parque decida seguir viagem junto com aberrações que o acompanham. Mas nada é fácil, Jim e Will precisam lutar contra a própria escuridão desconhecida dentro de si mesmos se quiserem encontrar a razão de terem também se tornado um alvo.

Algo sinistro vem por aí não é um livro ruim. Ao contrário, por ser tão diferente ele acabou sendo um livro que ao terminar me fez refletir bastante. Foi complicado até expressar em palavras nesta resenha a sensação que o livro trouxe. Por um lado, me confundiu, não me envolveu e pareceu um pouco cansativo. Por outro lado, a genialidade de Bradbury ecoa através das páginas, pois a gente consegue sentir algo sendo dito nas entrelinhas, sabemos que a história se tornará mais intensa à medida que o final dela vai chegando, e os temas retratados pelo autor indireta e diretamente acabam aparecendo sutilmente na trama, através de personagens cercados de mistério.

Eu achei esse livro muito maduro. Ele traz duas crianças (ou pré adolescentes) como protagonistas e também dá destaque a um senhor de meia idade desgostoso com a vida. O autor fala de maneira muito natural sobre a dor de envelhecer, o desejo de mudar, o descontentamento que traz depressão e inquietude e, finalmente, de uma maneira poética, Bradbury divaga e teoriza sobre a própria morte, nos permitindo vê-la não como algo terrível, mas como o fim inevitável, um processo pelo qual passaremos, cedo ou tarde, mas que nem por isso deve ser visto como algo assustador. Achei a trama toda super melancólica, carregada de nostalgia e de um sentimento de perda angustiante. Os meninos fogem e querem escapar, mas o parque os seduz com sua proposta de realizar sonhos, e enquanto tentam resistir a atração que o parque traz, eles tem que encarar suas imperfeições, suas falhas gritantes, seus fracassos evidentes. Há uma clara evolução em ambos os personagens e eu gostei de ver esse amadurecimento nos meninos e também em outro personagem importante, Charles Halloway, o pai tristonho de Will, que se refugia nos livros da biblioteca do qual é zelador e por conta disso se torna ausente. É interessante ver que Charles é um pai que ama seu filho, ama sua esposa, mas não consegue encará-los porque ele tem um problema grande de se aceitar como é, ele se acha uma perda de tempo e por causa disso se afasta de quem ama. O autor ressalta isso muitas vezes ao longo das páginas, e esse foi um ponto positivo do livro: a exatidão desta mensagem, a facilidade com que Bradbury demonstra o quanto afastamos de nós quem amamos muitas vezes de maneira inconsciente.

Dá pra recomendar esse livro pra todo mundo? Honestamente, eu não sei. É um livro tão diferente que não dá pra enquadrar um tipo especifico de leitor pra ler essa história. É uma história que pode ser lida por todo mundo, mas não sei se será compreendida por todos ou se agradará a maioria. Eu mesma tenho sentimentos divididos com esse livro, e achei a narrativa de Bradbury e a história que ele construiu um grande risco, pois é aquele tipo de obra que deixa uma sensação estranha na gente, um misto de sentimentos que impede a gente de amar ou odiar, de dar 5 estrelas ou 1 estrela. Talvez por isso dessa vez tenha ficado tão em cima do muro ao falar de um livro e me sentido mais cômoda dando 3 estrelas que refletem bem uma história que poderia ter sido carregada de magia, mas me frustrou em alguns momentos.

Em resumo, Algo sinistro vem por aí mistura mistério, magia, lendas, drama e uma boa dose originalidade na narrativa do autor. Fala de temas sérios através de uma narrativa bem peculiar, e é aquele tipo de livro que causa um certo desconforto no leitor acostumado a narrativas mais diretas e dinâmicas. Apesar de ser um livro pausado e por vezes confuso, conseguiu apresentar um final bonito, que me fez refletir em questões da vida (e da morte) como poucos livros fizeram. Sendo assim, recomendo esse livro pra quem busca um tipo de literatura bem única, daquelas "pra sair da zona de conforto" mesmo e quer se aventurar em uma história que pode conduzir cada leitor aos mais variados tipos de conclusão.




site: www.derepentenoultimolivro.com
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