Nalí 01/04/2020RazoávelAnastácia teve a infelicidade de casar com Jardel, um homem controlador, manipulador e abusivo, que fazia todos acreditarem que ela sofria de problemas mentais e acabou por interna-la em um manicômio. Anastácia por muito tempo sentiu-se culpada por sua situação, porém estar longe de Jardel, mesmo em um hospício, deu-lhe esperanças de ser livre e ajudar outras mulheres em situações difíceis.
De contra partida temos Benício, um filho bastardo de um cafeicultor escravagista, que quer ficar o mais longe possível do pai e do seu legado. Para isso ele, com seu irmão Samuel que nasceu escravo, assumem o sobrenome De Sá e saem em busca dos seus sonhos, sem usar da influência do pai para isso. Samuel torna-se advogado e Benício arquiteto.
E como você já deve ter deduzido, em algum momento os caminhos de Anastácia e Benício se cruzam, dando início a um romance, que não irei entrar em detalhes para não estragar a experiência de quem ainda não leu.
É notável ao ler, o quanto a autora pesquisou e se esforçou para nos ambientar em um Brasil pré-abolicionista, no final do século XIX. Ela não poupou esforços ao descrever as paisagens e construções da época. Mas infelizmente a história não funcionou pra mim!
Antes de tudo, quero ressaltar que não tenho formação literária e apenas divido aqui minhas opiniões e impressões baseadas em meu gosto pessoal, e não tenho como intuito ofender nem enxovalhar o autor e os leitores que apreciaram a obra. Entretanto, sinto-me do direito e dever dividir com quem nos acompanha as leituras que não foram positivas.
Mas afinal, o que não me agradou? Para começar o romance em si, sabe aquela química que tem entre os personagens que nos faz suspirar e torcer por um final feliz? Eu não senti isso entre os personagens principais. Outro ponto que me deixou desmotivada ao ler, foi o ritmo da história, muito era dito e pouco era feito, então a história demora a acontecer e infelizmente paciência não é meu forte.
Sobre a narrativa, os diálogos são interrompidos por explicações, explanações e pensamentos, que os deixam extensos e cansativos, e sinceramente, por vezes desnecessários, pois repetiam ideias que já haviam sido ditas antes. Por fim, e esse foi o ponto que mais me incomodou, foi que em vários momentos a autora se aprofunda em explicações dos sentimentos, sensações, conclusões, etc., que uma determinada cena causaria, tirando do leitor a oportunidade de chegar às próprias conclusões e sentir-se parte da história.
Claro que há méritos na história como se passar no Brasil, trabalhar a inclusão, trazer mulheres fortes e independentes, ser bem escrito, etc. Mas os pontos que destaque acima, acabaram se sobressaindo e findei a leitura dando 2,5 estrelas no skoob.
Para concluir, volto a dizer que tudo o que foi explanado baseia-se em minhas opiniões pessoais, portanto, ainda indico a leitura do livro, porque para você a experiência pode ser diferente e justamente os pontos que me desagradaram poderão lhe ser aprazíveis.