Tamara 14/08/2020
Há tempos eu havia colocado esse livro na minha lista de leituras, porém como até pouco tempo atrás não existia o e-book dele, demorei para lê-lo. quando resolvi iniciá-lo, eu não estava no melhor dos humores literários e nada me agradava, inclusive eu já não lia fazia mais de uma semana, o que é algo que tem me acontecido com frequência e me frustra. Por isso, iniciei A seca imaginando que poderia até mesmo querer abandoná-lo, devido a nada me despertar interesse, mas para a minha surpresa dentro de poucos capítulos eu me sentia envolvida, ávida para desvendar o mistério, e com a sensação maravilhosa de que sim, existem livros incríveis a serem descobertos por nós nessa grande vida literária.
Esse livro é de um gênero meio indefinido, pois ao mesmo tempo em que ele nos apresenta um mistério trazendo a história de Luke, um homem que aparentemente mata a sua esposa e filho e depois se suicida, por outro lado temos algumas pessoas que acreditam que não foi ele quem fez isso e que haveria outro mistério por traz disso tudo, além de termos que lidar com a questão dramática que é ver a morte de uma família, sobrando somente uma criança de um ano, que por algum motivo foi poupada da morte.
Dessa maneira, acompanhamos a pequena cidadezinha de Kywarra, um local na Austrália muito seco e onde raramente chove, o que é um dos motivos para muitas pessoas lá poderem se ver desesperadas, inclusive talvez Luke, e desvendamos suas reações e opiniões sobre o que teria acontecido lá naquela tarde cujo silêncio foi quebrado pelos disparos de arma. Ao mesmo tempo, surge nesse cenário um personagem, Falk, que no passado fora morador da cidade e também grande amigo de Luke, e quando ele volta para o funeral, é envolvido a princípio contra sua vontade e depois de maneira dedicada na investigação do que teria acontecido naquele dia do assassinato, ao mesmo tempo em que ele lida com seus próprios demônios, como por exemplo a morte de uma garota que era uma grande amiga dele e de Luke na adolescência, e que até onde ele sabe bem poderia ter sido morta por seu amigo também e que portanto talvez não fosse a primeira vez em que Luke se envolveria com um assassinato.
Assim, Falk embrenha-se em desvendar o mistério dos acontecimentos do presente e também do passado, aliando-se ao chefe de polícia que chegou recentemente naquela cidadezinha, e à medida em que ambos fazem descobertas, começamos também a questionar tudo o que ocorreu, e desvendamos junto com os flashbacks apresentados por Falk a história do assassinato da garota do passado dos amigos, bem como vamos descobrindo o que realmente ocorreu no presente.
O livro todo é frenético e eu quase não conseguia parar de ler. Os capítulos são curtos, o que acaba motivando a lermos mais e mais, e todo o cenário e os personagens são envolventes e misteriosos, o que faz com que criemos afetos por alguns, desconfiemos de outros e no fim das contas ainda sejamos enganados pelas aparências.
Como uma primeira experiência com algo dessa autora posso dizer que gostei demais e torço para que ela escreva novos livros, pois foi uma trama que soube envolver, soltar partes minúsculas do mistério para nos manter envolvidos e para que pudéssemos montar aos poucos o quebra-cabeças que foi aquele acontecimento e além disso, tudo é muito bem fechado, e embora tive muitos palpites que mudaram ao longo do livro, em momento algum desvendei o final antes de ele se apresentar efetivamente na minha frente, e por isso me senti bastante impactada com as descobertas.
Enfim, A seca é um livro intrigante, fluído, envolvente e que vale a pena ser lido pelos adeptos desse gênero.