O Longo Adeus

O Longo Adeus Raymond Chandler




Resenhas - O longo adeus


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Greice 06/04/2014

O Longo Adeus
Philip Marlowe é um detetive particular que entra em um caso por acaso. Conhece um homem bêbado (Terry Lennox), cria amizade e se envolve na fuga dele, já que Lennox vira suspeito de ter matado sua esposa promíscua. Marlowe é preso, apanha mas depois é solto e mesmo tendo passado por isso, continua procurando um jeito de provar que Lennox não é assassino. Outros crimes acontecem (assassinato, suicídio), todos ainda girando em torno do assassinato inicial. No final, há uma surpresa mas a sensação de que Marlowe fez tanto por tão pouco é enorme (acho que só ele acreditou que havia uma amizade ali). A narrativa é lenta demais, e os personagens são cansativos para o meu gosto apesar de ter um bom pano de fundo (gangsters, tiras durões, pessoas vazias etc, o submundo da Califórnia suja do pós guerra).
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gdarosl 05/03/2013

O Longo (e Melancólico) Adeus
Uma das obras mais bem conceituadas de Raymond Chandler, e ao mesmo tempo um clássico da literatura noir, O Longo Adeus é um livro que fala do acaso. Afinal, é do acaso que o protagonista, o detetive particular Philip Marlowe, esbarra com Terry Lennox, um sujeito bêbado que passava por dias ruins. Desse acaso, nasce uma vaga amizade, entre dois melancólicos que possuem a derrota e o álcool como semelhanças em comum.

E é em torno dessa amizade – ou talvez mera convivência – que todos os eventos da história giram. Marlowe presta um favor a Lennox, sem perguntar os porquês. E os eventos seguintes jogam o investigador numa teia de complicações envolvendo policiais violentos, dias na cadeia e conspirações de incriminação, acusando Lennox de um crime do qual o herói se recusa a acreditar.

Partindo dessa estrutura, que vem a tornar-se um clichê dos dramas policiais, é fácil pré-julgar O Longo Adeus como uma história policial qualquer. Entretanto, uma leitura das primeiras páginas substituiria essa imagem por uma completamente diferente: ao contrário da estrutura crime-investigação-descoberta, a história conta um dia-a-dia nostálgico do detetive, onde passagens que variam da estranheza ao arrependimento desenham uma não-linearidade na rotina cinzenta de Marlowe.

E talvez a grande diferença das histórias comuns de policiais (whodunnit) para esse estilo de literatura policial seja a retratação mais humana, realista do detetive, com jeito cínico, durão e sentimental. Não há segredos extraordinários a serem revelados na investigação. Ao contrário das deduções incríveis de Sherlock, Marlowe convive com ocorrências mundanas, de motivos simples, perseguidos por honra à verdade.

Escrito na época das consequências da Grande Depressão americana, O Longo Adeus fala de um desprezível sistema desenvolvido entre os sujeitos de poder da sociedade, que manipulam tanto a lei quanto o crime a seu favor em busca da garantia de seu conforto. Condição essa que é sempre lembrada pelo protagonista, que não esconde seu desprezo nos diálogos com editores de jornais, chefes de polícia, filhas de aristocratas e gângsteres do entretenimento. Sempre honesto, Marlowe não teme colocar o pescoço em risco para descobrir a verdade de quem tenta manipular o jogo de informações.

Outro ponto interessante d’ O Longo Adeus é a descrição criativa e inteligente do cotidiano de Marlowe: em uma bem-narrada perspectiva em primeira pessoa, traços físicos dos personagens misturam-se a pressuposições de suas personalidades, e os raciocínios à respeito do crime nunca são revelados através de monólogos mentais. Ao contrário da previsibilidade, Chandler mostra as deduções do investigador sempre entre diálogos comprometedores, garantindo o interesse na cruzada pelo fato.

Dono de frases dignas de citação, além de uma memorável leitura do gênero noir, O Longo Adeus é uma leitura recomendada a todos que buscam diálogos sarcásticos, heróis mais próximos da realidade, e páginas onde um palpite bem dado é tão importante quanto um soco no estômago do bandido. Raymond Chandler conseguiu ir além de escrever um livro policial, deixando de herança também nessa obra uma ode à um dos valores mais importantes da vida: a amizade.
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Guy 28/11/2012

Típico policial americano
Marlowe é um detetive particular que se envolve no caso de assassinatos da "high society" americana. Razoável passatempo mas demonstra a visão do dinheiro e poder e a relação entre advogados e juízes desde os meados dos anos 40. Mudam-se os invólucros mas as questões da sociedade não variam tanto.
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Anica 22/05/2011

O Longo Adeus (Raymond Chandler)
Feche os olhos e pense em um detetive particular dos filmes e livros noir. Pensou? Provavelmente o que veio na sua mente foi aquele sujeito meio cínico, de atitudes violentas quando necessárias, senso de humor corrosivo e cujo visual assemelha-se muito com Humphrey Bogart usando chapéu e capote, e sempre com um cigarro por perto, como dá para ver nessa imagem aqui: http://blog.meiapalavra.com.br/files/2011/05/big_sleep.jpg

Isso não acontece à toa. Muito do que se lê/vê de noir teve fortíssima influência de Raymond Chandler (1888-1959), que nos tempos do pós-Guerra e pós-Depressão escreveu várias histórias com uma personagem que viraria modelo de detetive particular, Philip Marlowe. E é lendo obras como O longo adeus (publicada originalmente em 1954) que dá para ter uma ideia de porque a personagem ficou tão famosa e, mais do que isso, porque é tão imitada.

Mais do que a personagem, a estrutura que combina determinados elementos, que se verá com frequência em romances policiais mesmo quando eles já não se enquadrem no gênero noir especificamente. Um exemplo é Coração Satânico, cujo protagonista Harry Angel parece quase uma cópia de Philip Marlowe. Aquela situação em que não se pode confiar em ninguém, ou mesmo a presença da “mulher fatal” são constantes em diversos filmes e livros que envolvam investigação, e talvez muito se deva ao Raymond Chandler pelas histórias que criou.

Em O longo adeus Philip Marlowe ajuda um amigo (Terry Lennox) a chegar até Tijuana, com a condição que esse não conte do que está fugindo. Quando volta para casa Marlowe descobre que Lennox estava sendo procurado por ser o principal suspeito do homício da esposa. Marlowe é preso como cúmplice, e só é solto quando Lennox é encontrado morto com uma carta de confissão.

A partir daí a trama começa a ser desenvolvida como uma complicada teia de aranha. Novos elementos vão aparecendo, personagens que parecem não ter nada a ver com o caso Lennox depois se mostrarão fundamentais. É como se mostrasse a regra básica do romance noir: nada é o que parece ser. Nisso inclua o trabalho de detetive em si, questionando pessoas em bares e outros lugares – é de fato muito gostoso de acompanhar, é como se o leitor recebesse aos poucos as peças do quebra-cabeça que ele mesmo irá montar.

Mas o brilho da narrativa fica mesmo por conta de Philip Marlowe, sem dúvida uma das melhores personagens da ficção norte-americana. Divertido sem ser palhaço, durão sem ser tosco e sentimental sem ser um fracote. São em pequenas passagens que aparentemente nada tem a ver com a trama principal que você descobre mais sobre ele, e gosta ainda mais dele. Como por exemplo:

Fechei o escritório e fui aoVictor’s tomar um gimlet, como Terry havia pedido na carta. Mudei de idéia. Não estava me sentindo um sentimental. Fui ao Lowry’s e pedi um martini, umas costelas de primeira e um pudim.

Ou ainda:

Na manhã seguinte, levantei tarde por conta dos altos honorários que ganhara na noite anterior. Bebi uma xícara extra de café, fumei um cigarro extra, comi uma fatia extra de bacon e pela trezentésima vez jurei que nunca mais usaria o barbeador elétrico. Tudo isso torna o dia normal.

E:

Os franceses tem uma expressão para isso. Os desgraçados dos franceses tem uma frase para tudo e estão sempre com a razão.
Dizer adeus é morrer um pouco.

Embora alguns críticos situem como as melhores obras de Chandler Adeus, minha adorada e O sono eterno (que ganhou a adaptação para o cinema com roteiro de William Faulkner!!!!! E Humphrey Bogart!!! no papel de Marlowe), ainda assim O longo adeus não deve nada para as grandes histórias de detetive já escritas, colocando facilmente Marlowe na galeria de personagens inesquecíveis da literatura e, o mais importante, garantindo o nome de Raymond Chandler entre os grandes autores norte-americanos.
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R. Medeiros 07/03/2011

O ápice de sua obra.
Depois de ler quatro livros de Raymond Chandler já me tornei fã do autor.
Todas as histórias estreladas por Philp Marlowe são densas, complexas e repletas de surpresas.

Algo que se tornou notável para mim é que Raymond Chandler não desperdiça nenhum personagem. A cada um deles é dada um parcela de responsabilidade para que o mistério seja revelado - e todos os personagens são utilizados ao máximo!

Diferente dos outros que li, "O longo adeus" não é um trama densa e inescrutável , parece-se mais como uma renda fina, bela rica cheia de curvas e ângulos e que parece-se ainda mais bela se o leitor puder vislumbrar a figura inteira da peça.

O mais marcante de todas as aventuras de Philp Marlowe é a imprevisibilidade do desfecho. Neste ao contrário, percebi muitas pistas do que o final viria a ser e meus questionamentos se confirmaram no final, porém restavam algumas páginas ainda para o fim da história e me perguntei se Marlowe tinha realmente tantas impressões a passar ao leitor - haja vista este livro, mais do que os outros, se concentra na visão psicológica de Philp Marlowe.

Novamente estava enganado e Chandler nos brinda com outro final extraordinário.

Este é meu sincero manifesto em pról de autor e deste personagem aos quais dediquem várias horas de sono e que foram plenamente restituídas.

E se você consegui ler a resenha até aqui, procure agora os livros de Raymond Chandler ( aconselho a seqüencia em que foram publicados ) e me conte suas impressões sobre o livro.
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Samuel Paiva 07/08/2010

Muito bom, clássico da literatura Noir,narra com detalhes uma Hollywood corrupta e suja, pessoas decadentes, e descreve seus personagens ricos, carismáticos e imperfeitos. A cena do crime volta a ser a rua, é de certa forma critico com os romances policiais anteriores que só se preocupavam em deixar a história o mais fantástico e inacreditável possível, uma literatura marcada pelo pós guerra, um livro direto, agudo, mas que não deixa de ser sensual e charmoso com as sempre deslumbrantes personagens femininas de Chandler, acompanhado de um cafezinho é um cigarro a história se passa diante de nós, rápida como a bala do revolver de Philip Marlowe ...
Vale à pena
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stsluciano 11/07/2009

O melhor de Chandler
Na minha opinião é o melhor romance de Chandler, envolvente, direto, ímpar.
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