O Longo Adeus

O Longo Adeus Raymond Chandler




Resenhas - O longo adeus


40 encontrados | exibindo 31 a 40
1 | 2 | 3


Lidi 29/08/2014

O longo adeus de Raymond Chandler
Existe – sempre existiu – um grande preconceito em relação à literatura policial, considerada por alguns críticos como menor, servindo apenas para entretenimento. No entanto, um bom leitor sabe que livros de escritores como Raymond Chandler não podem ser vistos como baixa literatura. Obras boas e ruins são escritas em qualquer modalidade. E o policial tem os seus grandes mestres e as suas grandes histórias. O longo adeus, romance de Raymond Chandler, é um dos melhores do policial noir e da literatura americana. Philip Marlowe, um “detetive barato” - que cobra 25 dólares por dia mais despesas – é um romântico, embora carregue a casca de durão. E, acima de tudo, é um homem “dolorosamente íntegro”, um solitário, que embora não acredite totalmente no ser humano, quase sempre se deixa guiar pelos sentimentos e se decepciona. Em O longo adeus – como em tantos outros livros policiais – o crime é apenas um pretexto, um pano de fundo para reflexões maiores. Assassinatos e suicídios, por exemplo, fazem parte do cotidiano de uma cidade como Los Angeles, no período pós-guerra: suja, corrupta, regada a álcool, cigarro, suor, mulheres fatais e dinheiro. Talvez, apenas Marlowe não se venda por uma nota de cinco mil dólares. Mas as mortes nessa história não são apenas as banhadas pelo sangue, afinal “dizer adeus é morrer um pouco”. E além de nos apresentar um instigante quebra-cabeça, O longo adeus nos presenteia com uma belíssima história sobre solidão e amizade, sobre pessoas feridas e vazias, sobre lealdade e despedida. Não se limitando ao enredo policial, Chandler consegue, com sua linguagem precisa e sugestiva, com humor e ironia, mergulhar no psicológico dos personagens e adentrar o cerne da condição humana, criando mais do que uma memorável narrativa noir, uma genuína obra de arte.


comentários(0)comente



Greice 06/04/2014

O Longo Adeus
Philip Marlowe é um detetive particular que entra em um caso por acaso. Conhece um homem bêbado (Terry Lennox), cria amizade e se envolve na fuga dele, já que Lennox vira suspeito de ter matado sua esposa promíscua. Marlowe é preso, apanha mas depois é solto e mesmo tendo passado por isso, continua procurando um jeito de provar que Lennox não é assassino. Outros crimes acontecem (assassinato, suicídio), todos ainda girando em torno do assassinato inicial. No final, há uma surpresa mas a sensação de que Marlowe fez tanto por tão pouco é enorme (acho que só ele acreditou que havia uma amizade ali). A narrativa é lenta demais, e os personagens são cansativos para o meu gosto apesar de ter um bom pano de fundo (gangsters, tiras durões, pessoas vazias etc, o submundo da Califórnia suja do pós guerra).
comentários(0)comente



gdarosl 05/03/2013

O Longo (e Melancólico) Adeus
Uma das obras mais bem conceituadas de Raymond Chandler, e ao mesmo tempo um clássico da literatura noir, O Longo Adeus é um livro que fala do acaso. Afinal, é do acaso que o protagonista, o detetive particular Philip Marlowe, esbarra com Terry Lennox, um sujeito bêbado que passava por dias ruins. Desse acaso, nasce uma vaga amizade, entre dois melancólicos que possuem a derrota e o álcool como semelhanças em comum.

E é em torno dessa amizade – ou talvez mera convivência – que todos os eventos da história giram. Marlowe presta um favor a Lennox, sem perguntar os porquês. E os eventos seguintes jogam o investigador numa teia de complicações envolvendo policiais violentos, dias na cadeia e conspirações de incriminação, acusando Lennox de um crime do qual o herói se recusa a acreditar.

Partindo dessa estrutura, que vem a tornar-se um clichê dos dramas policiais, é fácil pré-julgar O Longo Adeus como uma história policial qualquer. Entretanto, uma leitura das primeiras páginas substituiria essa imagem por uma completamente diferente: ao contrário da estrutura crime-investigação-descoberta, a história conta um dia-a-dia nostálgico do detetive, onde passagens que variam da estranheza ao arrependimento desenham uma não-linearidade na rotina cinzenta de Marlowe.

E talvez a grande diferença das histórias comuns de policiais (whodunnit) para esse estilo de literatura policial seja a retratação mais humana, realista do detetive, com jeito cínico, durão e sentimental. Não há segredos extraordinários a serem revelados na investigação. Ao contrário das deduções incríveis de Sherlock, Marlowe convive com ocorrências mundanas, de motivos simples, perseguidos por honra à verdade.

Escrito na época das consequências da Grande Depressão americana, O Longo Adeus fala de um desprezível sistema desenvolvido entre os sujeitos de poder da sociedade, que manipulam tanto a lei quanto o crime a seu favor em busca da garantia de seu conforto. Condição essa que é sempre lembrada pelo protagonista, que não esconde seu desprezo nos diálogos com editores de jornais, chefes de polícia, filhas de aristocratas e gângsteres do entretenimento. Sempre honesto, Marlowe não teme colocar o pescoço em risco para descobrir a verdade de quem tenta manipular o jogo de informações.

Outro ponto interessante d’ O Longo Adeus é a descrição criativa e inteligente do cotidiano de Marlowe: em uma bem-narrada perspectiva em primeira pessoa, traços físicos dos personagens misturam-se a pressuposições de suas personalidades, e os raciocínios à respeito do crime nunca são revelados através de monólogos mentais. Ao contrário da previsibilidade, Chandler mostra as deduções do investigador sempre entre diálogos comprometedores, garantindo o interesse na cruzada pelo fato.

Dono de frases dignas de citação, além de uma memorável leitura do gênero noir, O Longo Adeus é uma leitura recomendada a todos que buscam diálogos sarcásticos, heróis mais próximos da realidade, e páginas onde um palpite bem dado é tão importante quanto um soco no estômago do bandido. Raymond Chandler conseguiu ir além de escrever um livro policial, deixando de herança também nessa obra uma ode à um dos valores mais importantes da vida: a amizade.
comentários(0)comente



Guy 28/11/2012

Típico policial americano
Marlowe é um detetive particular que se envolve no caso de assassinatos da "high society" americana. Razoável passatempo mas demonstra a visão do dinheiro e poder e a relação entre advogados e juízes desde os meados dos anos 40. Mudam-se os invólucros mas as questões da sociedade não variam tanto.
comentários(0)comente



Anica 22/05/2011

O Longo Adeus (Raymond Chandler)
Feche os olhos e pense em um detetive particular dos filmes e livros noir. Pensou? Provavelmente o que veio na sua mente foi aquele sujeito meio cínico, de atitudes violentas quando necessárias, senso de humor corrosivo e cujo visual assemelha-se muito com Humphrey Bogart usando chapéu e capote, e sempre com um cigarro por perto, como dá para ver nessa imagem aqui: http://blog.meiapalavra.com.br/files/2011/05/big_sleep.jpg

Isso não acontece à toa. Muito do que se lê/vê de noir teve fortíssima influência de Raymond Chandler (1888-1959), que nos tempos do pós-Guerra e pós-Depressão escreveu várias histórias com uma personagem que viraria modelo de detetive particular, Philip Marlowe. E é lendo obras como O longo adeus (publicada originalmente em 1954) que dá para ter uma ideia de porque a personagem ficou tão famosa e, mais do que isso, porque é tão imitada.

Mais do que a personagem, a estrutura que combina determinados elementos, que se verá com frequência em romances policiais mesmo quando eles já não se enquadrem no gênero noir especificamente. Um exemplo é Coração Satânico, cujo protagonista Harry Angel parece quase uma cópia de Philip Marlowe. Aquela situação em que não se pode confiar em ninguém, ou mesmo a presença da “mulher fatal” são constantes em diversos filmes e livros que envolvam investigação, e talvez muito se deva ao Raymond Chandler pelas histórias que criou.

Em O longo adeus Philip Marlowe ajuda um amigo (Terry Lennox) a chegar até Tijuana, com a condição que esse não conte do que está fugindo. Quando volta para casa Marlowe descobre que Lennox estava sendo procurado por ser o principal suspeito do homício da esposa. Marlowe é preso como cúmplice, e só é solto quando Lennox é encontrado morto com uma carta de confissão.

A partir daí a trama começa a ser desenvolvida como uma complicada teia de aranha. Novos elementos vão aparecendo, personagens que parecem não ter nada a ver com o caso Lennox depois se mostrarão fundamentais. É como se mostrasse a regra básica do romance noir: nada é o que parece ser. Nisso inclua o trabalho de detetive em si, questionando pessoas em bares e outros lugares – é de fato muito gostoso de acompanhar, é como se o leitor recebesse aos poucos as peças do quebra-cabeça que ele mesmo irá montar.

Mas o brilho da narrativa fica mesmo por conta de Philip Marlowe, sem dúvida uma das melhores personagens da ficção norte-americana. Divertido sem ser palhaço, durão sem ser tosco e sentimental sem ser um fracote. São em pequenas passagens que aparentemente nada tem a ver com a trama principal que você descobre mais sobre ele, e gosta ainda mais dele. Como por exemplo:

Fechei o escritório e fui aoVictor’s tomar um gimlet, como Terry havia pedido na carta. Mudei de idéia. Não estava me sentindo um sentimental. Fui ao Lowry’s e pedi um martini, umas costelas de primeira e um pudim.

Ou ainda:

Na manhã seguinte, levantei tarde por conta dos altos honorários que ganhara na noite anterior. Bebi uma xícara extra de café, fumei um cigarro extra, comi uma fatia extra de bacon e pela trezentésima vez jurei que nunca mais usaria o barbeador elétrico. Tudo isso torna o dia normal.

E:

Os franceses tem uma expressão para isso. Os desgraçados dos franceses tem uma frase para tudo e estão sempre com a razão.
Dizer adeus é morrer um pouco.

Embora alguns críticos situem como as melhores obras de Chandler Adeus, minha adorada e O sono eterno (que ganhou a adaptação para o cinema com roteiro de William Faulkner!!!!! E Humphrey Bogart!!! no papel de Marlowe), ainda assim O longo adeus não deve nada para as grandes histórias de detetive já escritas, colocando facilmente Marlowe na galeria de personagens inesquecíveis da literatura e, o mais importante, garantindo o nome de Raymond Chandler entre os grandes autores norte-americanos.
comentários(0)comente



R. Medeiros 07/03/2011

O ápice de sua obra.
Depois de ler quatro livros de Raymond Chandler já me tornei fã do autor.
Todas as histórias estreladas por Philp Marlowe são densas, complexas e repletas de surpresas.

Algo que se tornou notável para mim é que Raymond Chandler não desperdiça nenhum personagem. A cada um deles é dada um parcela de responsabilidade para que o mistério seja revelado - e todos os personagens são utilizados ao máximo!

Diferente dos outros que li, "O longo adeus" não é um trama densa e inescrutável , parece-se mais como uma renda fina, bela rica cheia de curvas e ângulos e que parece-se ainda mais bela se o leitor puder vislumbrar a figura inteira da peça.

O mais marcante de todas as aventuras de Philp Marlowe é a imprevisibilidade do desfecho. Neste ao contrário, percebi muitas pistas do que o final viria a ser e meus questionamentos se confirmaram no final, porém restavam algumas páginas ainda para o fim da história e me perguntei se Marlowe tinha realmente tantas impressões a passar ao leitor - haja vista este livro, mais do que os outros, se concentra na visão psicológica de Philp Marlowe.

Novamente estava enganado e Chandler nos brinda com outro final extraordinário.

Este é meu sincero manifesto em pról de autor e deste personagem aos quais dediquem várias horas de sono e que foram plenamente restituídas.

E se você consegui ler a resenha até aqui, procure agora os livros de Raymond Chandler ( aconselho a seqüencia em que foram publicados ) e me conte suas impressões sobre o livro.
comentários(0)comente



Samuel Paiva 07/08/2010

Muito bom, clássico da literatura Noir,narra com detalhes uma Hollywood corrupta e suja, pessoas decadentes, e descreve seus personagens ricos, carismáticos e imperfeitos. A cena do crime volta a ser a rua, é de certa forma critico com os romances policiais anteriores que só se preocupavam em deixar a história o mais fantástico e inacreditável possível, uma literatura marcada pelo pós guerra, um livro direto, agudo, mas que não deixa de ser sensual e charmoso com as sempre deslumbrantes personagens femininas de Chandler, acompanhado de um cafezinho é um cigarro a história se passa diante de nós, rápida como a bala do revolver de Philip Marlowe ...
Vale à pena
comentários(0)comente



stsluciano 11/07/2009

O melhor de Chandler
Na minha opinião é o melhor romance de Chandler, envolvente, direto, ímpar.
comentários(0)comente



40 encontrados | exibindo 31 a 40
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR