Vida e Proezas de Aléxis Zorbás

Vida e Proezas de Aléxis Zorbás Nikos Kazantzakis




Resenhas - Zorba, o grego


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Mateus 15/01/2019

Em tempos de histórias vazias e reflexões escassas, encontrar um livro com tanta alma como “Zorba, O Grego” é um aconchego para o coração. A obra traz um jovem escritor que decide explorar uma mina de linhita em Creta e conhece Alexis Zorba, a qual contrata para chefiar os trabalhos. De forma sensível e reflexiva, a narrativa se desenvolve a partir da personalidade de Zorba, uma alma livre que desperta um misto de fascínio e estranhamento.

O livro trata principalmente da capacidade ímpar do personagem em encarar a vida – vivendo um dia de cada vez, aproveitando cada segundo enquanto sua mente e corpo permanecem sãos, desfrutando de pequenos prazeres como comida, bebida e mulheres. Não entrarei no machismo e nos estereótipos femininos declarados, pois mesmo que sejam incompatíveis com a sociedade atual, refletem o mundo conservador dos anos 1940 e seria hipocrisia retratar um cenário diferente. Precisamos ler sobre isso, refletir e evitar que volte a ocorrer.

Mais do que a mensagem sobre quão belo é viver, “Zorba, O Grego” é marcado por páginas que revelam a crueldade do mundo e o sofrimento da existência. Em um primeiro momento, tudo isso está na ambientação da história em uma aldeia povoada por pessoas mesquinhas, cruéis e egoístas, que acreditam na justiça com as próprias mãos e que qualquer ação é necessária para saciar seus desejos. Uma crítica à sociedade dos anos 1940, mas que mostra-se assustadoramente atual mais de 70 anos depois.

Em segundo, Zorba e o jovem escritor discutem continuamente os principais questionamentos existenciais do homem, como por que as pessoas morrem, qual o motivo da existência, para onde vamos e de onde viemos – sem respostas, o que sobra é o medo e a vontade de dançar, pois Zorba sempre dança quando não sabe o que dizer. A religião cristã e a antiga mitologia grega também se mesclam à narrativa, tornando os questionamentos ainda mais plurais.

É interessante perceber ainda os próprios questionamentos do autor, Níkos Kazantzákis, em relação ao seu trabalho e sua ocupação como escritor. Isso porque o personagem escritor de “Zorba, O Grego” decide ingressar em uma atividade braçal quando é chamado de “roedor de papéis” por um amigo. Quem se dedica aos livros está perdendo seu tempo e deixando de viver a vida? É melhor viver todos os dias tendo novas aventuras do que se dedicar à escrita? Para Zorba, há verdade em todas essas sentenças, mas Kazantzákis mostra que também é possível viver e transformar o mundo através das palavras.

“Zorba, o Grego” está entre as obras que mais me fizeram refletir nos últimos anos, sobre diferentes assuntos (mais negativos do que positivos, pois a sociedade muitas vezes é nauseante). Por ser um livro que estimula a reflexão, pode ser que não agrade a todos os públicos, mas é um delicioso, angustiante e necessário convite ao pensamento por meio de uma história bela e sensível.
Pedro Ivo 20/02/2019minha estante
Um dos meus livros favoritos :)


Cleuzita 01/03/2020minha estante
Vida e proezas... é o mesmo livro que zorba o grego?


Mateus 01/03/2020minha estante
Sim, é o livro no qual o filme se baseou!


Cleuzita 01/03/2020minha estante
Por que será que alteraram o nome? Fico feliz em saber. Obrigada


Mateus 02/03/2020minha estante
Cleuzita, tanto o livro quanto o filme tem o mesmo nome, "Zorba, O Grego", hehe


Cleuzita 02/03/2020minha estante
Acho que eu te confundi na primeira pergunta não colocando o nome todo. O livro que tenho é o que veio na TAG "Vidas e proezas de Alexis Zorba", que eu gostaria de saber se é o mesmo livro "Zorba o Grego". Muito obrigada pela atenção.


Mateus 02/03/2020minha estante
Hahaha agora está explicado. Procurei aqui e nessa edição da TAG realmente o livro está com o nome diferente, não imagino por qual motivo. Mas pelo visto, é o mesmo livro.


Cleuzita 02/03/2020minha estante
Hehehe, obrigada pela atenção. Desculpa a trabalheira com tantas dúvidas. Tudo de bom pra você. Você aceita ser meu amigo literário?


Mateus 05/03/2020minha estante
Que isso, nada de se desculpar hehe Claro, já está aceita!


Cleuzita 05/03/2020minha estante
Obrigada??
Que venham ótimas leituras pra nós.




Joana.Garfunkel 27/01/2017

Zorba, o misógino
Livro muito bem escrito, há momentos de bonitos e boas reflexões. Mas o nível de machismo e racismo desta obra é intragavel! Superou qualquer leitura que já havia feito! Chega a ser agressivo o discurso de depreciação da mulher. Lamentável! Misoginia na veia.
Joao Pedro 31/01/2017minha estante
Recebi pela TAG e abandonei, concordo cem por cento.


Nency0 02/02/2017minha estante
Achei que era só eu que tinha essa opinião. Estou tentandoo terminar mas está difícil engolir tanta baboseira.


Joana.Garfunkel 02/02/2017minha estante
Terrível, né?! Como a TAG se propõe a fazer uma edição exclusiva de tiragem tão grande de um conteúdo como esse?! Se por um lado algumas pessoas ficam indignadas e discutem o tema, por outro a gente sabe que, infelizmente muita gente ainda pensa parecido. Pra essas pessoas, ler um clássico que afirma e reafirma essas ideias indicado por Patch Adams e TAG, da um certo aval pra esse pensamento... achei muito complicada essa curadoria...


Joao Pedro 02/02/2017minha estante
queria entender também. por um lado eles tentam o máximo dar variedade às escolhas e respeitar os curadores; acho inevitável cair em coisas desse tipo vez ou outra. O próprio Patch mandou um baita dum Faulkner da primeira vez. Foi meu primeiro mês mas não pretendo sair pois sei que já mandaram muita coisa muito boa mesmo. Feliz de nós que temos esse olhar crítico.


Gabriel 09/02/2017minha estante
foi o meu primeiro livro da TAG. Não entendo como eles leram um trecho como "é só pegar no seio que elas abrem a portinhola" e falaram "ok, beleza, nada de errado aqui. vamos mandar esse livro que todo mundo vai adorar". Oi???

Aí entrei no canal da TAG e os argumentos da youtuber justificando a escolha do livro eram... risíveis. "Ah, o livro foi escrito há 70 anos"; "No outro livro, tinha tortura"... hein???

E muita gente apoiando. Mulheres dizendo que não viram machismo nenhum no livro, elogiando tudo só porque ganharam um calendário enfeitadinho junto com o livro... Enfim, só mais uma pequena mostra do quanto ainda estamos longe de ter um país seguro e justo para todos, independente do gênero.

Beijos e abraços a todos e todas aqui.


Barbosa 14/02/2017minha estante
Adorei o livro. Feministas só deveriam ler livros de youtubers!


Dani 08/03/2017minha estante
Joana, João, Nency e Gabriel: não poderia concordar mais com vocês!


Anabelly 23/03/2017minha estante
Também abandonei a leitura. Tem livros muito machistas que tranquilamente compreendo o contexto histórico mas a narrativa não torna interessante essa perspectiva do personagem...ele fala por falar e ninguém é obrigado a gostar. Fico indignada q as pessoas queiram q eu goste




Gabriela 27/02/2017

Uma decepção
1.5 estrela

Fiquei bem desapontada com este livro. Ele é tido como um clássico do século XX, uma obra cheia de lições de vida, etc. Na própria sinopse diz "...consegue ser ao mesmo tempo um romance de aventura, que se lê com febre, e um romance de formação, que transforma.", só que não foi nada disso para mim. Sim, ele é bem escrito, com um estilo que alterna entre os pensamentos do narrador (que não sabemos o nome) e o que está acontecendo a sua volta. Só que é o conteúdo, e não a forma, o que mais me interessa em um livro.

Um homem lendo este livro certamente fica menos irritado do que uma mulher. Isso porque ele é extremamente, repugnantemente machista. Aí o pessoal diz que é para relevar, que é por causa da época em que foi escrito, por causa da época que é retratada, blá blá blá. Sim, eu sei que foi escrito durante a Segunda Guerra Mundial, publicado em 1946 e que se passa em algum ano por volta da Primeira Guerra Mundial. O problema é que não são momentos pontuais em que se fala mal de mulher, é no livro inteiro!

Toda vez que Zorbás abre a boca para falar de algum "causo" da sua vida, tem mulher sendo depreciada no meio. E pior ainda, Zorbás é o mentor, o cara de quem nós deveríamos supostamente absorver a sabedoria. Então, como tolerar esse desrespeito às mulheres quando ele vem travestido de "grande lição de vida"??

Além de aprendermos que as mulheres não passam de criaturas fracas e lamurientas, que outros ensinamentos temos? Primeiro, o grande clichê de que você não precisa de muito (dinheiro) para ser feliz. Hoje em dia, qualquer livro de auto-ajuda que você pegar vai lhe dizer isso, mas mesmo 70 anos atrás isso não era novidade: abra o Novo Testamento em uma página aleatória e você vai ler que os pobres estão mais perto da salvação (que é a felicidade suprema para o cristão).

Depois, a gente chega à verdadeira "aflição existencial" de Zorbás: ele está na crise da terceira idade. Está com 65 anos, mas no seu íntimo se acha um garanhão de 20 e poucos e fica revoltado quando uma prostituta novinha chama-o de "vovô". Sim, o medo da velhice, de deixar de pegar mulher é um tema recorrente no livro, afinal, naquele tempo não existia Viagra. Volta e meia Zorbás se refere ao próprio avô que era atormentado pelo mesmo "drama". Francamente, também não tem nenhuma novidade nisso.

Não entendo como dizem que é um "romance de aventura, que se lê com febre", quando o livro é um marasmo só, sem grandes acontecimentos até a parte final. E maior acontecimento é um crime hediondo contra uma mulher inocente, mas que fica impune, pois Deus os livre do mal que é se indispor com um patrício por conta de uma ninharia como a vida de uma mulher.

Os únicos momentos de questionamento dignos de nota são dois. Um na página 37, quando Zorbás diz:

"É um mistério! Um grande mistério! Então para que a liberdade venha ao mundo são necessários tantos assassinatos e tantas infâmias? Isso porque, se eu me puser a enumerar as infâmias e os assassinatos que cometemos, seus cabelos vão ficar em pé. E, no entanto, qual foi o resultado? A liberdade! Em vez de jogar um raio para nos fulminar, Deus nos dá a liberdade! Não entendo nada!"

O que é um questionamento sobre essas guerras em nome da liberdade. O outro momento é já na página 274 quando ele diz:

"Certa época, eu dizia: 'Esse é turco ou búlgaro, esse é grego.' Pela pátria, andei fazendo coisas de lhe arrepiar os cabelos, patrão; matei, roubei, incendei aldeias, desonrei mulheres, devastei lares... Por quê? Porque eram búlgaros, turcos. [...] agora olho para os homens e digo: 'Esse é um bom homem, aquele é mau.' Não interessa se é búlgaro ou grego, para mim dá no mesmo."

Essa fala continua atual com toda essa crise dos imigrantes que vivemos agora. Pronto, como eu já coloquei aqui essas duas citações, você não precisa passar pelo tormento que é ler este livro para saber delas.

site: https://bibliomaniacas.blogspot.com.br/
Lemos Luan 02/03/2017minha estante
Com toda licença, apesar de ser homem, e na sua fala diz que para nós soaria normal a leitura, sinto, humildemente, discordar da sua fala. Seria talvez deprimente para nós ver é reconhecer como nós, homens, machos, heteros, alfas, agíamos como animais, puro instinto e egocentrismo. (É de sentir vergonha)
Sim, de fato há um extremo machismo na obra e o viés de que é da cultura da época também pode ser não válido. Contudo reduzir e desmerecer a obra por esse argumento não vejo com bons olhos. Dos poucos livros que li, aprecio a imaginação do autor e a facilidade em conseguir transparecer num livro uma narrativa tão simples, e apesar da simplicidade ser tão grande e elegante. Compararia o autor com Machado de Assis, sem culpa.
Sua resenha devia ser desafiadora para lerem a obra e tirarem suas próprias conclusões, não para desencoraja-los de lê-la.

Nada contra. Continue criando avaliações. Enriquecem você e os outros. E desculpe as palavras que possam lhe causar alguma, de certa forma, ofensa. É só minha opinião.
Um beijo.


Anabelly 22/03/2017minha estante
Sou bem tranquila em contextualizar romances, autores, filósofos em seu tempo mas sentir o mesmo incômodo que você. A narrativa não foi envolvente e a pretensão de ser um romance de formação foi por água a baixo com um narrador e personagem com pouca profundidade e superficial. Não tem comparação com Machado de Assis e as incursões psicólogicas, como exemplo, de Bentinho em O Dom Casmurro. Bentinho é um narrador bem construído, com ironias devidamente apropriadas ao papel da mulher personificada em Capitu. Zorbas era um escroto que pouco estava se lascando pela morte eminente de sua filha nas mãos de violências doméstica. A única coisa boa foi suscitar o debate sobre os papeis femininos na literarura na voz e vivência de homens.


Xxxxxxxx1 30/09/2017minha estante
Concordo com vc, Gabriela!


Bruna 05/01/2018minha estante
Bom saber, que jamais irei adquirir.


camilaalves 19/05/2018minha estante
Comentário que exprime exatamente o que eu senti durante a leitura! Por pouco não abandonei. A cena da morte de uma personagem foi uma das cenas mais abjetas que já li.


MarydudaLima 12/01/2019minha estante
Muito me decepcionei com esse livro...




Cabelo 03/08/2010

Zorba, o Grego
Posted by Cabelo on May 11th, 2010 filed in dia do leitor

Dois homens e uma amizade. Um vive e escreve o seu próprio destino, o outro luta para não se deixar empurrar pelo próprio destino. Entre eles: a liberdade. Estas duas experiências muito bem exploradas pelo autor permeiam todo o livro, que retrata uma jornada de dicotômicas almas que se encontram e se separam durante a vida.

Zorba, o Grego é a obra mais conhecida de Nikos Kazantzakis e data de 1942, quando a Grécia lutava contra a ocupação nazista. Georges Zorba era um operário que o escritor conhecera ao acaso e com quem, em 1917, tentara explorar uma mina de carvão. Após 25 anos, a convite do mesmo, repetiu a experiência, que foi curta e desastrosa, mas inesquecível, sobretudo devido à personalidade de seu companheiro Zorba. Ele era a encarnação do homem livre, do autêntico aventureiro, amante da vida intensa, de espírito límpido e isento de preconceitos, inspirando a personagem Alexis Zorba, o grego.

Este livro, sem dúvida, carrega alguns traços autobiográficos observados na caracterização do patrão, narrador personagem, o “mastigador de papel”, e o próprio Alexis Zorba, na medida em que representam uma relação de ego e alterego da personalidade do autor. O patrão polido e ponderado, apesar de toda a bagagem cultural adquirida nos livros, passa a aprender e se inspirar nas lições de Zorba, o qual assimilou e interpretou as próprias experiências de vida sempre norteadas pelo impulso.

A partir disso constrói-se uma bela e consistente amizade, muito embora ambos configurem-se quase opostos. Em comum fica evidente nas personagens o aspecto do machismo, tanto no autocontrole das emoções por parte do narrador, que reprime seus sentimentos, quanto na concepção de mulher tida por Zorba. Ilustra-se o exasperado machismo na explicação de Tio Anagnosti, influente cidadão da aldeia cretense onde se passa a história, a respeito de seu nato problema de audição: “E isso não é nada - disse ele - pois ela podia ter me feito cego ou débil mental, ou corcunda, ou então - que Deus me guarde - ela podia ter me feito mulher. A surdez não é nada, e eu me prosterno diante das graças da Virgem Santíssima!”

Em busca de novo ambiente, paisagens e explicações para sua busca interior, Kazantzakis passou quase toda sua vida em constantes peregrinações, assim como a sua personagem Zorba. Em 1923 na Alemanha, realizou uma excursão pelos lugares freqüentados por Nietzsche, cujo livro Assim Falou Zaratustra acabara de ler e que exerceu profunda influência sobre seu espírito. Na mesma época, em Berlim, conviveu com intelectuais ligados ao marxismo e passou a abraçar a idéia do socialismo, marcando sua vida. Em Zorba, o Grego nota-se a veia socialista do autor em uma oração do narrador, por exemplo: “E eu fazia projetos românticos - se a extração de linhita caminhasse bem - de organizar uma comunidade onde todos trabalharíamos, onde tudo seria comum, onde comeríamos todos a mesma comida e vestiríamos a mesma roupa, como irmãos. Criava dentro de mim uma nova ordem religiosa, gente de uma nova vida…”

Sua vasta obra, que retrata em parte as condições de vida da população grega, bem como a angústia do destino de sua própria vida, está permeada ora de misticismo, ora de forte realismo, acompanhada também de acentuado pessimismo. Em Antibes, pequeno porto da França, ao lado da segunda esposa, companheira inseparável, escreveu diversos romances, além do seu poema Odisséia, em 33.333 versos, que constitui um relato épico da inquieta trajetória de sua vida. Publicou ainda ensaios filosóficos, tragédias, livros de viagem e outros poemas. Kazantzakis notabilizou-se também por numerosas traduções para o grego de clássicos da literatura ocidental como a Divina Comédia de Dante Alighieri e Fausto de Goethe.

O escritor nasceu na ilha grega de Creta em 1883 e testemunhou desde pequeno situações de violência, opressão e injustiças no ambiente familiar e fora dele, que marcaram profundamente sua vida. Em casa, o próprio pai era extremamente autoritário, embora corajoso defensor da liberdade de seu povo contra a dominação turca. Fora do ambiente familiar, a violência e a contradição manifestaram-se, primeiro em Creta, devido à miséria do povo e a luta pela libertação da Ilha, só conseguida em 1897. Depois, em 1912 eclodiu a Primeira Guerra Balcânica, que opôs a Bulgária, a Sérvia e a Grécia à Turquia, na qual Nikos Kazantzakis participou como voluntário. Além disso, trabalhou como correspondente para um jornal de Atenas na Guerra Civil Espanhola (1936-39), e na Segunda Guerra Mundial engajou-se na resistência grega contra a ocupação nazista.

Terminada a Segunda Guerra Mundial, foi convidado a participar do governo de seu país, na pasta do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ocupou o cargo por pouco tempo e preferiu voltar à atividade literária. Instalou-se em Antibes, onde se entregou de imediato a uma intensa produção literária, sua fase mais produtiva. Em 1957, apesar da leucemia e dos 74 anos, Nikos decidiu empreender nova peregrinação ao Extremo Oriente, em companhia da esposa. Porém, no dia 26 de outubro, faleceu em Freiburg, na Alemanha, e seu corpo sepultado em Creta.

Nikos Kazantzakis é tido como o mais importante escritor e filósofo grego do século XX. Contribui para seu reconhecimento a adaptação para o cinema da novela Zorba, o Grego com grande atuação de Anthony Quinn – filme recebeu três estatuetas do Oscar em 1965.

http://literaturacotidiana.com.br/?p=3244

Paulo Cabelo Laubé
Barbara.Luiza 25/01/2017minha estante
Paulo, fiquei intrigada. Porque quatro estrelas para esse livro? o que te incomodou ou faltou nele?


pulinhoooogostoso 12/04/2022minha estante
muito bonito pau


pulinhoooogostoso 12/04/2022minha estante
gostoso d+ paulinhooooooooooo


pulinhoooogostoso 12/04/2022minha estante
melhor professor do terceirão




spoiler visualizar
Maria Carolina 04/02/2017minha estante
Maravilhoso seu posicionamento! ??????


Pudima 04/02/2017minha estante
Obrigada, Maria!! Se/quando ler, quero saber sua percepção também! hehe


Maria Carolina 05/02/2017minha estante
Pode deixar! Hahahah


Naiara.Martins 27/03/2017minha estante
Excelente percepção, partilho da mesma opinião!




Jeane 29/01/2009

Faz tanto tempo...
Emprestei o livro da biblioteca da escola, e faz bastante tempo que li o livro. Não lembro de tudo, mas marcou em mim a descrição da Grécia e seu cotidiano, a liberdade e filosofia de Zorba.As metáforas são bem legais, tais como nos trechos onde somos lagartas comendo folhas em uma árvore gigante, sem saber da existência de outras lagartas em outras folhas... ou quando Zorba da vazão a obsessão de comer uma fruta até passar mal apenas para não se tornar escravo desse desejo.Acho até que deveria reler o livro.Pena que só posso encontrá-lo se garimpar em algum sebo.Muito bom!
Caroline 10/03/2013minha estante
Jeane, eu também li há alguns anos, pude me lembrar dessas passagens agora. Obrigada!


Barbara.Luiza 25/01/2017minha estante
Jeane, a TAG enviou esse livro aos assinantes em janeiro, talvez você consiga um kit ainda. De qualquer modo, em sua releitura, preste atenção no modo como as mulheres são tratadas por Zorba, o que ele fala delas. Repare também na construção das personagens femininas: choronas, pedintes, sangue-sugas, etc.. Foi algo que me impediu de gostar desse livro. Sempre que o autor escrevia algo belo era seguido por algo grotesco. Como quando eles salvam a viuva da morte e Zorbas diz algo como 'tantos anos pra um corpo desses se formar, e eles a mataram.'


Jeane 24/04/2017minha estante
Realmente faz tempo que li este livro e esqueci de muitos trechos. Acredito que uma releitura me fará reconsiderar o quanto eu gostei do livro (prestarei mais atenção na próxima leitura). Obrigada pela dica Babs.




Lima Neto 21/10/2009

um livro de rara beleza e sensibilidade, com um personagem, Zorba, intenso e carismático.
Nikos Kazantzakis é um escritor genial, com uma escrita simples e direta e ao mesmo tempo forte e marcante. em "Zorba, o Grego", ele construiu uma trama na qual toda a história está inteiramente centrada no personagem Zorba, um homem que não conhece adversidades, que tem lembranças saudosas de um passado longínquo, com o qual não se preocupa, da mesma forma que não vive por um futuro que pode estar tão longe quanto o passado. Zorba vive intensamente o presente, aquilo que vive naquele só e unicamente naquele momento, como se aquele instante fosse o último de sua vida.
na história, deparamo-nos com um personagem forte e intenso, de raro caráter e carísma na literatura mundial.
a simplicidade da escrita e das situações pode nos levar a ter uma interpretação errada do livro, achando-o, por vezes, até simplório. mas não devemos nos enganar, pois o livro é inteiramente recheado de uma forte carta psicológica, com muitos questionamentos e visões de cunho teológico e muita filosofia.
um livro simples e magnífico, que não deve ser lido, mas sim degustado.
Barbara.Luiza 25/01/2017minha estante
Você descreveria o modo como Zórba fala de/com e trata as mulheres como sensivel e belo? O que você acha dos esteriotipos femininos do livro?


Eloiza Cirne 19/05/2017minha estante
Perfeitamente compreensíveis em um livro que foi escrito em 1940. O papel da mulher, na sociedade, principalmente na Grécia, era de submissão. Acho que isso não compromete a beleza da obra.


Rita Neta 28/03/2022minha estante
Comecei agora e já estou apaixonada. Que livraço!




Leonel 05/01/2011

Minha mãe sempre insistiu que eu lesse esse livro, nunca entendi bem. Agora eu sei. É uma verdadeira obra-prima! Não existe outra expressão pra definir essa história que tem como tema central a amizade e, acima de tudo, a capacidade dos seres humanos de desperdiçar o tempo que lhes é dado.
Aqui, Zorba é a personificação do "Carpe Diem": um homem que aproveita o presente, sem se preocupar com o futuro, muito menos o passado. Ao longo do livro, a voz do personagem nos presenteia com frases célebres e ensinamentos maravilhosos, daqueles que você pode guardar na mente para sempre. "Zorba, o Grego" é, além do mais, um manual de como aproveitar a vida. Duvido que alguém, após a leitura, veja o tempo de sua vida da mesma forma. As perguntas que ficam são: será possível viver como Zorba? Estamos mais para o "patrão" ou para o grego dançarino? Como alcançar a eternidade na efemeridade da vida?
Acho que nunca me deparei com tamanha obra de arte, sincera, profunda. Não há como não se emocionar com este grego que nos ensina tanto; sim, tornou-se meu livro mais querido!
Uma grande frase que me marcou muito no livro: "Todos os homens têm a sua loucura, mas a maior loucura me parece que é não ter nenhuma".
Fábio 02/04/2012minha estante
Muito bom, sua mãe é uma sábia :)


gilmar.guimarae 13/11/2014minha estante
Vou ler! Há dias estou na expectativa. :)


Barbara.Luiza 25/01/2017minha estante
Leonel, quando li a sinopse do livro que prometia um acadêmico passando por grandes aventuras com seu amigo grego, Zorbas, achei que o livro seria ótimo. Quando comecei a ler algo me incomodou.. eles não tiveram aventura nenhuma, pra não ser injusta houve a visita aos monges, se é que aquilo pode ser chamado de aventura. O resto do livro são dialogos de Carpe Diem e dois homens machistas falando sobre mulheres. Mulheres esteriotipadas, carentes, sangue-sugas, etc, etc. Eu acredito que a premissa do livro seja ótima, mas o autor não cumpre o que promete e, eu, após a leitura sinto que foi um tempo desperdiçado. Como eu disse a premissa é ótima, o modo como ele escreve é bonito, mas o livro é tão misogino, que eu não conseguia esquecer por um estante essa grande caracteristica e tão lento e previsivel..




Saionara.Zakrzevsk 15/05/2017

Incrível!
Leitura prazerosa. Li este livro em etapas entrecortadas, pois mesmo em lua de mel não pude deixar de trazê-lo. Li em casa, no avião e durante a viagem.
O livro nos traz reflexões simples e verdadeiras, além da própria história, que é excepcional. Por coincidência, conheci aqui na viagem um Aléxi, que foi nosso guia turístico em um dos passeios que fizemos. Recomendei a leitura, claro!
Marcelo Caniato 15/05/2017minha estante
Pretendo começar a ler esse mês!


Saionara.Zakrzevsk 16/05/2017minha estante
Você vai curtir!


Rose 16/08/2017minha estante
Gostei muito da leitura.Muitas reflexões,um grande aprendizado.




Diego 10/01/2019

A simplicidade como filosofia
Se antes eu mal falava sobre os livros nas "resenhas", agora vai ser pior: vou só rebater as críticas de misoginia que o autor e o livro sofreram e escrever por que se deve dar uma chance a esse livro.

Se você está curioso para ler Vida e Proezas de Aléxis Zorbás, arrisco dizer, com algum grau de certeza, que você não é um leitor iniciante. Não deve ser seu primeiro clássico na mão e muito menos o livro mais longo que você já leu (370 páginas, acredito). Provavelmente, você já passou por um Tolstói, um Flaubert, um Hesse da vida pra chegar até aqui. Então, vou me sentir à vontade pra descer o cacete em você que não quer ler esse livro pois o personagem "principal" considera as mulheres seres "inferiores" e é visto como herói.

Victor Hugo, meu escritor favorito, lutou pelo direito das mulheres e colocou o próprio pescoço na linha diversas vezes em sua carreira política defendendo a república e ideais humanistas...isso não o impediu do mesmo ser o maior frequentador de bordéis de Paris e ser um baita aproveitador do sexo oposto (e se vangloriava disso); Engels (sim, do Marx) acreditava que o Judiciário era uma instituição burguesa e como tal, deveria cair; Dostoiévski, em Crime e Castigo, zomba da cara de niilistas (que NÃO SÃO influenciados por Nietzsche, ao contrário do que o nosso magistral responsável pelo ENEM supõe ser) criando um espantalho absurdo - rapaz que fala do casamento, pra ser mais específico; Alexandre Dumas também não era flor que se cheirasse... a lista de autores e clássicos que fedem a coisas que hoje são consideradas inaceitáveis na sociedade atual não acabam com eles, mas o que quero dizer, em curtos vocábulos: CONTEXTUALIZE, FILHO DA PUTA!

Não se condena uma pessoa que escreveu algo nos idos de 1900 por misoginia, porque, adivinhem, o mundo era misógino. Os religiosos eram homofóbicos nos idos de 1780? Sim, mas adivinhem...os ateus também. Todo mundo era porque o pensamento e a cultura vigentes ditam o comportamento dominante da época. Não precisa ser um gênio pra saber disso, basta ter bom senso. É exatamente por essa razão que não se prende todos os índios canibais que habitam o mundo \o/.

Obviamente, você lê o que você quiser, quando quiser, onde quiser e se quiser...mas ler um texto do ano de 1941 sobre coisas que aconteceram em 1917 com o espectro de 2019 é o ápice da estupidez (e olha que estou lendo o que acabo de escrever).

As críticas ao autor também batem nessa mesma barreira, nem vale a pena falar. Se você continua achando que ou a pessoa é 100% boa ou 100% ruim, tá na hora de rever teus conceitos. Melhor o tapa agora do que quando descobrir que a Alemanha Nazista foi uma das pioneiras no direito dos animais.

Enfim, é um romance de formação per si. Se inspirando na filosofia vivida, não lida (o que faz parecer contraditório se pararmos para pensar que estamos lendo esse livro). Muitos temas são abordados, temas demais para palavras de um aplicativo de celular, mas o modo como a pátria, a felicidade e a morte são abordadas é diferente e único. Nos mostra como o pensamento abstrato é uma conversa de duas comadres no meio do Armagedom. Enfim, é o máximo que falarei do livro.

Vale a pena ler.
Salomão N. 10/01/2019minha estante
No início eu fiquei um pouco incomodado, mas vi que analisar anacronicamente o romance é mais baixo. É um dos meus preferidos.


Marcelo Caniato 10/01/2019minha estante
Inclusive, se formos analisar friamente, o Zorbás é o menos pior dos personagens nesse aspecto. Ele é o único que se coloca em defesa da mulher linchada, fora o cuidado que ele tinha com a Bubulina. Pra época isso já é muita coisa.


Thiago 10/01/2019minha estante
Eu nem perco mais tempo tentado dialogar com esses revisionistas literários. É dá murro em ponta de faca. Não situar o zeitgeist em que o autor foi gerado e formado, e ficar nessa "lacração", é de moer o fígado.




Leila 05/02/2017

Existência, feminismo
Vida e proezas de Aléxis Zorbás é um livro controverso, pois toca em questões dolorosas, especialmente, para as mulheres. Apontada por muitos como uma Ode a amizade, o livro traz belas imagens, é poético e tem uma linguagem fluída. Como mulher, obviamente, me senti desconfortável com os trechos carregados de misoginia. A imagem criada da mulher é de um ser frágil, incapaz, culpada por delitos dos homens, principalmente nas falas de Zorbás, o que leva a despertar no leitor certa antipatia pelo personagem, cujas falas revelam o modo de pensar de uma sociedade patriarcal e machista (determinado acontecimento que revela isso), não muito diferente da nossa. Ainda hoje os números de feminicídios são altos em todo o mundo. Além da questão mencionada, o livro de forma delicada e poética toca em questões existenciais, qual o sentido da vida, como, por que e para que estamos aqui, e, já que estamos, o que podemos fazer com quem somos.
O brilhantismo de obras literárias como Aléxis Zorbás, está justamente no incômodo provocado. Em mim a inquietação foi tão profunda que ao terminar a leitura e pensar sobre o ser humano, a sociedade e a maneira de ver e se relacionar com o outro, peguei para ler Sejamos todos feministas, de Chimamanda Ngosi.
Mel 06/02/2017minha estante
Obrigada por indicar esse livro, precisando dele para tirar as angústias que ficaram ao terminar Aléxis Zorbás!


Leila 06/02/2017minha estante
O livro recomendado problematiza a questão de forma consciente, sem arroubos, discursos inflamados... Um olhar sensível e um convite a mudança.
Associada da TAG? Rs


Gi 05/04/2017minha estante
Acho q farei o mesmo.




Barbosa 14/02/2017

O horror das feministas!
Estou gostando muito do livro. A mim não está incomodando em nada.
É muito mimimi por causa de um livro. Engraçado, que falam tanto em liberdade de expressão mas acham que esse livro nem deveria existir justamente porque não seguem seus suas ideologias particulares.
"Abandonei o livro pq achei machista e me ofendeu buá buá buá" - Por favor, cresçam! Se não gostam do livro, joguem fora, vendam. Ninguém está sendo obrigado a ler. MAS se estão dispostos apenas a ler livros que estejam de acordo com suas ideologia feminista e doentia FIQUEM LONGE DOS CLÁSSICOS! Vão ler o livro da Kefera e sejam felizes!
Julio.Cesar 05/03/2017minha estante
Seu comentário me fez querer ler o livro! Hahaha.


Dan 16/06/2020minha estante
Tirou as palavras da minha boca, ou melhor, dos meus dedos. Essa gente não consegue tirar as viseiras ideológicas nem para julgar um clássico. Triste!




Yussif 16/05/2012

Zorba é um cântico à liberdade do ser humano que vê na existência terrena seu único esteio antes da completa aniquilação.

Focando apenas um dos aspectos do livro, a história vai ganhando um sabor específico a cada página, cada fato vai se transformando numa espécie de rito de despedida.
Barbara.Luiza 25/01/2017minha estante
Você não acredita que o livro é um cântico de liberdade do homem? Zorbás questiona diretamente a liberdade da mulher. O machismo nesse livro é tão presente que me impedia de saborear a boa escrita do autor.


Reinaldo Valdez 27/07/2017minha estante
Chamar o livro de Nikos Kazantzakis de machista, é, no mínimo, anacrônico. Livro maravilhoso! Um dos meu preferidos!




Joana 18/09/2015

Maravilhoso! Tinha visto o filme antes, que é tão bom quanto o livro.
Barbara.Luiza 25/01/2017minha estante
Joana, como você se sentiu lendo esse livro tão machista? Se pararmos pra pensar não há nenhuma mulher importante e nenhuma que é, sequer, tratada com respeito por Zorbas e seu patrão... você sentiu isso durante a leitura? (digo apenas durante a leitura porque ainda não vi o filme, mas fique a vontade para falar sobre ele também :))


Barbosa 14/02/2017minha estante
Estou adorando o livro. Mas essa "Babs", justiceira social, não cansa de importunar a todos com sua ideologia feminista. Cresce, menina!




Toni Nando 19/01/2017

Comentário
Considero um livro bom, muito linda a história de amor e amizade de zorbas e o patrão, apesar da misógina da época, recomendo !!
Barbara.Luiza 25/01/2017minha estante
apesar de estarmos falando do século passado, você não acredita que a misoginia presente no livro é excessiva? Em momento algum o autor me deixava esquecer os conceitos absurdos que tinha, isso me atrapalhou muito na leitura..


Barbosa 14/02/2017minha estante
Esses justiceiros sociais são muito chatos, agora precisam colocar seu selo politicamente correto até nos livros, rs.




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