O Capote / O Retrato

O Capote / O Retrato Nikolai Gógol




Resenhas - O Capote seguido de O Retrato


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Clio0 17/09/2021

A literatura russa prima por duas vertentes literárias: a sátira e a tragédia. O Capote é as duas coisas.

Esse conto simples narra a aventura de Akaky Akakievich para ter e manter seu Capote - uma metáfora para dignidade.

O autor é conhecido por escrever uma crônica, mesclada de crítica, dos costumes da Rússia Tzarista. Assim, vemos as agruras em que um pobre e inocente funcionário público passa em sua sobrevida carregada de humilhações e violências.

Ainda assim, não é uma história feita para levar às lágrimas. A ideia de Gogol é fazer com o que o constrangimento por outrem, a piedade e até uma certa amargura surjam na leitura.

É sempre complicado opinar sobre o estilo de escrita de uma obra traduzida, mas a narrativa do escritor é impecável. Recomendo.
Belinha 13/06/2022minha estante
Excelente comentário.


Sille 01/04/2023minha estante
Esse comentário me motivou a confirir o perfil, e a conta tá recheada de resenhas igualmente boas a essa.




Regis 22/03/2023

Contos que surpreenderam!
No conto, O Capote: temos Akaki Akakiévitch que trabalha em uma ministério público e leva uma vida humilde, pacata e cheia de privações.
Constantemente é alvo da zombaria de seus colegas por seu capote puído, até decidir-se por economizar obsessivamente para a confecção de um novo casaco.

O autor inicia o conto parecendo contar a história em uma roda de amigos, parando por vezes para falar com o leitor como se esse estivesse em sua presença.
Com uma crítica social pertinente a realidade da época e condições de vida na metade do século XIX na Rússia (onde a burocracia no serviço público valorizava o status de nobreza), o autor através dessa ficção especulativa com mesclas de terror e realismo fantástico crítica todo o sistema russo vigente, com um capote e um pobre servidor público como personagens principais.
Inteligente, e por vezes engraçada, essa é uma leitura rápida que contextualiza muito bem as privações da sociedade e os absurdos da burocracia russa da época e que continuam presentes na realidade do serviço público brasileiro e de muitos países.

O conto, O Retrato é dividido em duas partes. Nele um jovem e pobre pintor adquire, com seus últimos 20 copeques, um quadro com a pintura de um homem com um olhar mais avassalador que o pintado por Leonardo da Vinci: em a Mona Lisa.

Uma história de ascensão e queda com uma escrita completamente absorvente.
Li a primeira parte desse conto em um único fôlego, de tão entretida que estava com o que se passava com o pintor Tchartkov.
No momento em que um sonho tem início se repetindo sucessivas vezes atormentando o pintor, a leitura me prendeu de vez e não consegui largar até o final.

O Retrato tem uma escrita lírica maravilhosa. Aqui o autor tece comentários sobre a ignorância e mediocridade disfarçada de entendimento no mundo da arte, fala sobre a superfluidade da sociedade russa, e mostra como um artista tem que se sujeitar a perda de sua essência para se adequar as exigências da elite obscurantista.

Esse foi um livro curto que me surpreendeu com o prazer que conseguiu me despertar.
Conheci o autor através de uma curta biografia que me chamou a atenção e acabou me levando para seus dois principais contos.
Gostei muito da escrita e da forma como fui conduzida até que a curiosidade se apossasse da minha vontade me mantendo completamente absorta na leitura.

Recomendo.
CPF1964 22/03/2023minha estante
Este foi um dos primeiros livros que li na retomada. Eu gostei também.


Regis 22/03/2023minha estante
Não conhecia o autor, mas me surpreendeu e gostei muito. ?


HenryClerval 22/03/2023minha estante
Sua resenha está perfeita, Régis. ?


Fabio 22/03/2023minha estante
Livraço né?


Regis 23/03/2023minha estante
Obrigada, Leandro. ?


Regis 23/03/2023minha estante
Livraço mesmo, Fábio. A primeira parte do segundo conto me pegou. Adorei. ?


Léo 23/03/2023minha estante
Que bom que gosto do livro, Régis. Ótima resenha. ??




Elaine 25/05/2011

O Capote é considerado um clássico da literatura russa, escrito em 1842, no período do realismo. O autor, Nicolai Gogol, nasceu na Ucrânia, mas seus livros eram escritos em russo e suas obras são consideradas herança da literatura russa, mesmo com grandes influências das tradições ucranianas. Seus livros são sempre permeadas de críticas e reflexões pessimistas a respeito da condição do ser humano e recebia muitas críticas negativas a respeito delas.
A história fala de Akáki Akákievitch tímido morador de São Petesburgo e funcionário público de uma repartição, de poucos amigos, que durante o rigoroso inverno russo precisa comprar um casaco novo. Como ganha pouco, consegue a muito custo fazer a aquisição de seu novo capote, mas é roubado no mesmo dia em que o inaugura. Akáki entra em desespero e busca auxilio das autoridades para recuperar seu bem, porém se depara com muita burocracia para que algo seja feito a respeito. Ao invés do capote, ele consegue apenas uma grande bronca de um alto funcionário, interessado em impressionar um amigo. Volta para casa totalmente abalado emocionalmente e, sem nenhum abrigo para enfrentar o inverno, adoece com uma gripe, que logo evolui ao óbito.
Depois de algum tempo seu fantasma aparece pelas ruas da cidade a roubar os capotes de todas as pessoas que se aventuram a sair à noite. Akáki só encontra seu descanso ao conseguir tirar o capote do alto funcionário que lhe negou ajuda em vida.
Apesar de uma história simples o conto que fala exerce uma certa crítica aos fatores sociais da Rússia do século XIX, sobre a posição do homem na sociedade e o que ele faz com seu poder além de pontuar a desigualdade, esta sendo gerada pelo fator monetário. O autor satiriza todo aquele sistema, inclusive a polícia, já que a mesa tem de tentar prender um marginal-fantasma, já que não o fizeram com o verdadeiro marginal vivo que lhe roubou o capote.

lulsweber 02/03/2023minha estante
Spoilerzaço!




Nenequest 01/04/2022

Recomendo muito
Leiam o Capote, outro conto excelente para entender sobre o cerne humano, entender como ele se comporta perante a tais situações. O segundo conto que acompanha achei bem ruim, não gostei. Mas o capote e outro livro essencial.
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Marcelo 24/04/2021

Ótimos contos
Adorei os contos. O capote tem um tom meio cômico em alguns momentos e tem certa crítica a burocracia russa da época. O retrato já tem um tom sobrenatural, mais sombrio. Amei os dois.
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Cleberson 21/12/2020

Li "O capote" em 2017 e relê-lo agora me deu outra dimensão do conto. Grandes obras têm esse poder e por isso se perpetuam, pois permanecem em constante processo de resignificação.
Os dois contos presentes no livro te prendem e não dá vontade de parar ler. Recomendo.
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Lau 03/04/2021

Um misto de emoções em poucas páginas. Ao mesmo tempo que queria rir, queria chorar.
Bea 03/04/2021minha estante
Uau?




MaywormIsa 29/10/2023

Surpreendente
?O capote? certamente me marcou muito pela excelente forma que Gogol encontrou para narrar a miserável existência de um tal Akaki, que não tinha nada de bom na vida além de seu trabalho como funcionário público de baixo escalão.

Ao ficar sabendo de sua história, que só se torna emocionante quando um belo e novo capote chega em sua vida, refleti muito sobre ?o que é saber viver??

Apesar de o conto ser um tanto cômico, e ter um final surpreendente, antes do famoso capote aparecer na vida do personagem principal, tudo que ele tinha era o trabalho, 2 pares de meia e muito bullying dos colegas do ministério, o que me fez ter sentir desconforto em muitos momentos.

O que é existir? O que é aproveita a vida? Isso ficou martelando bastante na minha cabeça ao terminar de ler.

Sobre ? o retrato? eu já o havia lido em ?contos góticos russos? e achei que poderia ter sido melhor, acho que hoje eu daria 3,5/5 para esse conto específico, quanto ?o capote? ficaria com 4,5/5.
Fabio 30/10/2023minha estante
Tá na minha lista de próximos!!!


MaywormIsa 30/10/2023minha estante
Vai firme!




@tigloko 29/05/2020

“Se a arte está acima de tudo, é porque o homem encontra nela algo como um tira-gosto do Paraíso. ”
A forma como é usada a comédia na narrativa foi algo que me fascinou (É dele O Nariz, um conto que faz um tempo que li, mas lembro de ter gostado muito. Principalmente pelas situações cômicas e até mesmo a forma como ele brinca com a percepção do que é ou não real, algo também presente nessas novelas). É difícil eu rir com um livro, mas esse conseguiu me arrancar umas boas risadas e um sorriso no rosto. E quando há uma parte mais emocionante, é mostrada de forma igualmente incrível. Ele transita entre partes engraçadas e dramáticas de maneira orgânica, sem aquela sensação de confusão.

Gostei bastante de O Capote, mas o Retrato achei maravilhoso, de outro nível. Sem dúvida uma das melhores novelas que já li. Literatura russa continua no saldo positivo para mim.
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Diogo 15/05/2021

O CAPOTE é uma história incrível e muito bem humorada, e apresenta algumas críticas sociais quanto à burocracia e as relações sociais de poder e de "status", também retratando a solidão e melancolia. Um toque de elementos fantásticos. Tudo isso de forma bem humorada.
E O RETRATO é outro conto tão ou mais incrível. Neste caso o elemento fantasioso é mais presente. Trata-se de um quadro, comprado por um jovem pintor... Este retrato tem os olhos muito vivos, instigantes... E o quadro passa a interferir na vida de quem o possui.
Genial! Assim como o quadro, o conto é quase hipnotizante... Realmente prende o leitor.
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Antonio 08/01/2024

Um livro com dois contos
Essa edição da LP&M contém dois contos muito conhecidos de Gogol. O Capote narra sobre as dificuldades financeiras de um funcionário público e todo um drama em torno disso, enquanto O retrato conta a história de um artista quase miserável que, de repente, vê sua vida mudar bruscamente por uma espécie de influência sobrenatural. Os contos são muito bons, com uma linguagem direta e uma escrita ágil, apesar de escritos há mais de um século e meio!
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V_______ 29/06/2022

Duas obras de Gogol
Nikolai Gogol, para os íntimos ???????? ??????????? ???????, considerado um dos mais brilhantes escritores russos de todos os tempos, ou ucraniano, dependendo de que lado se toma partido. Entre seus trabalhos mais célebres está o inacabado Almas Mortas e Taras Bulba.
Nessa edição de bolso da L&PM temos dois contos de Gogol, O Capote e O Retrato. Em O Capote é contada a história de Akaki Akakievitch, um funcionário de uma repartição pública, que sofre zombarias frequentes em trabalho até que resolve mandar fazer um casaco (o capote do título), o que faz as pessoas começarem a trata-lo de outra forma, e assim Akaki deposita seu "ser" em seu capote. O segundo conto, O Retrato, é dividido em duas partes, que não necessariamente são sequência, mais se interligam e tratam de uma pintura que tem olhos capazes de penetrar na alma de quem se depara com ela, e sempre acaba corrompendo quem o possui.
Em ambos os contos é possível identificar os traços cômico trágico pelo qual o autor é famoso, ambos também possuem um ar mágico/místico, sendo O Retrato um tanto mais sinistro. Ambos contos são bons e uma boa para quem quer conhecer algo desse grande autor russo.
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Josiane PADIAR Zoch 06/05/2021

São dois contos maravilhosos.
Capote conta a história de um rapaz muito recatado e de uma vida muito simples. Quando chega o inverno na Rússia se vê obrigado a adquirir um novo capote (casaco). Ao conseguir, fica muito realizado, porém, não dura muito tempo, pois foi logo assaltado e teve seu capote levado embora. Solicita ajuda das autoridades para a recuperação de seu casaco mas foi muito mal atendido, foi até mesmo humilhado. Isso faz com que ele arrasado, adoece e morre. Mas seu 'fantasma' continua a rodear e tenta recuperar seu capote, até encontrar a autoridade que o humilhou em vida.
O retrato conta a história de um pintor que se acha com muito talento, porém não consegue sua fama até que adquiri numa loja de antiguidades um retrato não acabado de uma figura muito estranha, com olhos que pareciam de verdade. Leva esse retrato para casa e parece que ele tem vida e o assusta, mas em compensação o retrato lhe ajuda a adquirir uma boa quantia em dinheiro para que assim possa se fixar na sociedade como um excelente artista. E assim foi, porém precisou trabalhar para se fixar como artista famoso e rico e já não colocava sua essência nas pinturas. Isso o deixou muito revoltado se questionando o que vale mais a pena. Ao final, ficamos sabendo a verdadeira história daquele retrato e a maldição que o envolvia.
Ambos os contos, um pouco assustadores, nos trás mensagens de como a gentileza cabe em qualquer lugar, de como devemos tomar cuidado com a ganância. Enfim, ótimos contos.
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Apenas Evelim 23/12/2022

O capote / o retrato
Duas novelas incríveis. Nikolai Gogol tem um jeito único de escrita. A leitura é surpreendente e nós, como leitores, somos levados aos ambientes nos quais os personagens vivem. Visualizamos a cena e enxergamos os personagens como se fossem reais. A literatura russa é melhor do mundo mesmo rs
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