Uma mulher não é um homem

Uma mulher não é um homem Etaf Rum




Resenhas - Uma mulher não é um homem


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Nana 11/05/2020

A brutalidade de uma cultura
O livro fala sobre a cultura árabe. Conta a estória triste de três gerações de uma familia de imigrantes palestinos que fugindo das guerras do pais, foram viver nos EUA. Apesar da mudança de país, a cultura, os valores e a crença religiosa falam mais alto e independente de onde vivam , as mulheres são tratadas com desprezo, violência e abuso.
Fareeda (sogra) , Isra (nora) e Deya (filha e neta) são as personagens principais e que nos mostram a luta dessas mulheres em um mundo onde elas não tem direitos, só deveres. Onde devem servir ao marido e gerar filhos homens para dar continuidade a família.
Fareeda é uma sogra dominadora que exige de Isra um neto homem fazendo com que ela engravide todos os anos em busca do menino. Enquanto isso, Isra, que casou obrigada aos 16 anos em um casamento arranjado, tem quatro filhas mulheres e sofre com com a violência do marido a cada nova gravidez. Nesse clima de tristeza Deya , que é a filha mais velha, percebe o quanto a mãe sofre e deseja um futuro diferente para ela e as irmãs.
Em meio a tudo isso, a autora nos conta sobre o amor aos livros de algumas personagens e o quanto a leitura pode ensinar e encorajar as pessoas em busca de um futuro melhor. Gostei muito!!
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Manoelly 11/06/2020

É uma história sobre vozes reprimidas, violência contra mulher, patriarcado. E como a verdade pode destruir e ao mesmo tempo transformar a percepção e vida de uma mulher.
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Juliana 02/11/2020

Etaf escreve com maestria ?
Um mergulho na cultura palestina, fala sobre abusos, opressão (sofrida principalmente pelas mulheres, mas parcialmente também pelos homens) religião (obviamente) e a intimidade de uma familia palestina que mora no Brooklin.

Começa com a perspectiva de Isra, em 1990, saindo da palestina depois de um casamento arranjado, para morar nos EUA com a família do noivo. Sofre muita pressão para dar um filho homem ao marido. Afinal, é motivo de vergonha, até incompetência, parir meninas.

Vemos também a vida de Deya, em 2008, filha de Isra. Deya vive dividida entre a liberdade ocidental e a tradição familiar. Deseja estudar, ir à universidade, e esse é um dos maiores problemas que tem com a família, que insiste em procurar um marido. São agendadas visitas com possíveis pretendentes e Deya precisa seguir as regras.

Descobrimos um pouco também da vivência de Fareeda, avó de Deya e sogra de Isra. Apesar de sentir desprezo por ela na maior parte da leitura, em um flashback sobre ela senti compaixão.

É um livro que recomendo pra qualquer pessoa.
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ritita 13/04/2021

Quem precisa de uma guerra?
Esse tipo de leitura me acha, e eu acho ótimo, apesar da dor que dá no coração.
É sabido por todas as mulheres que a estrada da luta contra o machismo, conservadorismo e tabus religiosos é longa é aguerrida, feita alí, na rotina do dia a dia desde que somos novinhas.

"Menina, senta direito", "você vai ficar falada", "este short tá muito curto", "quando vai casar?".... Na Palestina ou no Brooklin, muçulmanos ou cristãos a coisa é beeeem pior.

A "tradição" - seja lá o que isso for para eles, reza que a mulher seja obediente à família - principalmente ao pai, e depois à família do marido - o próprio e sua mãe - a sogra, mas obediente no mais estrito conceito da palavra; nunca dizer não, nunca questionar, nunca sair de casa só. Sempre nunca. Sempre não, só lhes é permitido e obrigatório engravidar, cuidar das crias, lavar, cozinhar, passar, limpar....

Daí que as meninas, sim, meninas de 14/15 anos já são consideradas prontas p o casamento e maternidade; maternidade esta só amplamente reconhecida quando se concebe um filho homem.

Estudar apenas para aprender apenas os livros santos - A bíblia ou Alcorão.
Interessante que toda esta tradição deve ser seguida apenas pelas mulheres. Aos homens é dado todos os direitos masculinos, sem reservas, inclusive o de espancar filhas e esposas em caso de desobediência, ou apenas por estar cansado ou de mal humor.

A narrativa é absolutamente seca, direta, sem enfeites ou desculpas para ser como é.
Apesar de ser um pedaço de nossa história ancestral, mas ainda atualíssima - acontece nos dias de hoje, eu levei muito tempo para terminar; como fico irada com estes relatos, tenho sempre que intercalar com um livro mais suave, senão piro.

Se recomendo? Para quem gosta de livros muito fortes, sim.
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Julia.Martins 16/04/2021

É um livro muito bom que possui um storytelling bem instigante e que nos envolve completamente na vida dos personagens. Fala sobre o silenciamento de mulheres migrantes da Palestina que moram nos EUA. Acompanhamos duas timelines diferentes: uma na década de 1990 e a outra nos anos 2000, ambas interligadas. Não gostei muito do tom usado para falar de violência de gênero em uma cultura não-ocidental islâmica, primeiro porque pode favorecer um discurso islamofóbico e segundo porque faz parecer que nos EUA violência contra mulheres é algo completamente superado e que o país apresenta um nível civilizatório melhor do que outros países, o que não é verdade. Tirando isso, é um bom livro de estreia que trata ainda sobre identidades híbridas, cultura tradicional, confinamento doméstico e silenciamento de mulheres.
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Andrezza.Santos 29/04/2021

Até onde uma cultura pode decidir seu futuro?
O livro traz três personagens principais: Fareeda, Isra, e Deya e uma história de vozes silenciadas, onde o que importa são os valores e a crença cultural.
Devido a guerra Fareeda sai da Palestina com o marido e vai morar no Estados Unidos em busca de uma vida melhor, porém mesmo mudando de país se esforçam para manter viva sua crença e cultura.
Isra é uma adolescente que se casa com Adam ( Filho de Fareeda) e vai morar nos Estados Unidos na casa da sogra. Ela carrega consigo um sonho de oportunidades que nunca tivera em seu país por ser mulher. Porém a cada dia vivido por Isra em outro país ela passa a desacreditar nos seus sonhos devido a brutalidade de uma cultura onde a mulher não tem direitos e somente deveres.
Diante de todos os acontecimentos com Isra, Deya sua filha mais velha não deseja ter uma vida igual a da sua mãe e mulheres de sua cultura, com isso ela luta com todas as forças para ser ouvida e conseguir realizar seus sonhos.
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Cássia 10/05/2021

Mulheres sempre seriam mulheres
Como mulher palestina, Isra casou o homem escolhido pelos pais, Adam. Vai para os EUA, morar com os sogros, cunhados e parir filhas, seu grande pecado. Não deu um filho ao marido. E, para as filhas, o mesmo destino dela, da mãe, de todas as mulheres: servir, apanhar do marido, cuidar dos filhos e da casa.
E Deya, a da filha mais velha, que destino teria? Deixar-se controlar por Fareeda, a sogra, guardiã de mistérios, segredos e mentiras?
Como mudar o destino numa família com tradições tão arraigadas?

"Mulheres sempre seriam mulheres.Mama estava certa. Era verdade para ela, e seria também para sua filha. A solidão inscrita nessa realidade parecia saltar do piso e paredes brancos do hospital sobre ela"

"Os livros faziam companhia a Isra. Ela só precisava mergulhar neles para aquietar suas preocupações. Um instante, seu mundo deixava de existir e um outro desabrochava. (...) Ela ia dormir confusa por terse sentido tão viva em outro lugar e quase podia jurar que o mundo real era o que vivenciava à noite e quero ficcional era onde existia de fato".

"Preferia viver em conflito, mas com os livros, do que atormentada e sozinha".

"Desde que comecei a ler de novo, eu sinto como se eu estivesse em transe, ou talvez que eu tenha fugido do meu próprio corpo".

"Mas talvez a vida seja assim mesmo (...). Talvez entendamos a vida só depois que já passou, depois que já é tarde demais".
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dalbo1201 16/05/2021

Tem coisas que talvez nunca endenderemos
De forma maravilhosa, comovente e acolhedora somos levados a história de 3 gerações de mulheres que lutam com as ferramentas que lhes são dadas a difícil tarefa de serem mulheres numa sociedade que se não ignora as diminuiu esconde.
Um soco no estômago.
Não importa o quanto a gente tente entender e conhenhecer, mas nunca serei capaz de compreender completamente como são as sensações na vida de uma mulher. Ainda mais numa cultura tão diferente quanto a que estou inserido.
Isso não significa que não tenhamos que continuar nessa busca de conhecer, entender, compreender as dificuldades. Só assim teremos as ferramentas para colaborar na melhora das situações.
Por que estando numa situação de privilégio e nossa obrigação participar.
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conceicaolari 01/06/2021

Um choque de realidade
"Uma mulher não é um homem é uma história que dá voz aos gritos reprimidos. É sobre a família e as formas como o silêncio e a vergonha podem destruir aqueles que juramos proteger."

Este livro gira em torno de três personagens: Isra, Deya e Fareeda. São mulheres de uma família que tem as suas vozes silenciadas por uma cultura na qual a mulher precisa ser submissa, casar, cuidar da casa e ter filhos (homens).

Isra é uma adolescente Palestina que vive às margens da sociedade com a sua família, pois o exército israelense invadiu sua casa e os expulsou. Isra era um peso para a família, pois nasceu mulher, ela precisava casar logo, e assim foi, a menina tinha 16 anos quando se casou com Adam, filho de Fareeda. Adam morava nos Estados Unidos, a menina achava que fora da Palestina as mulheres tinham mais liberdades, mesmo sendo árabes.

Isra vai morar nos EUA na casa da família de Adam, ela tem consigo que as coisas vão melhorar, que finalmente ela vai ter o amor que ela sempre sonhou, o amor que não teve com sua família. Mas a cada dia fora de seu país, longe de todos que ela conhecia, Isra percebe que a vida ali não era muito diferente da que ela vivia na Palestina, que ela não teria o amor que lia em seus livros e sempre sonhara, que a vida da mulher era cheia de deveres, não tinha direito nenhum. Afinal, como mama e Fareeda diziam, uma mulher não é um homem. Em casa sofre com a pressão de dar um filho homem ao marido, de cuidar da casa e fazer a comida. Cada gravidez uma tristeza, pois se sentia incompetente, como pode ela só parir meninas?

Além da visão de Isra, temos a de sua filha mais velha Deya, que devido à acontecimentos que vão se destrinchando ao decorrer da história encontra-se cada vez mais triste e, assim como a mãe sente a cultura pesar sobre ela. Ela quer estudar, ir à faculdade como outras garotas americanas, não quer um casamento arranjado como outras garotas árabes. Mas sua avó Fareeda insiste em lhe arranjar pretendentes.

Por fim, temos também a visão de Fareeda, avó de Deya e sogra de Isra. Fareeda teve que fugir de seu país por conta da guerra, criar seus filhos em um país que nem a língua ela conhecia, e aguentar um marido que muitas vezes a desprezava. Fareeda tentava colocar a família em primeiro lugar, mesmo quando isso não era certo.

Este livro mexeu comigo de uma maneira que eu não consigo explicar, me doeu o coração, fiquei angustiada, chorei e me indignei.

Este livro nos mostra uma visão da cultura árabe/palestina que não é muito explorada. Etaf Rum aborda temas super importantes, que precisam ser discutidos, como abusos, exploração, opressão, trata de um povo que foi jogado às margens da sociedade e como as mulheres desse povo são tratadas. Mostra que não é a religião e sim a cultura que oprimem tanto às mulheres.

É uma narrativa direta, sem firulas e por muitas vezes até seca, que mostra exatamente como as coisas são, ela não tenta defender personagens, nem dar desculpas para ser como é, ela só É. Por isso, ela pode ser pesada para algumas pessoas, mas acho que este é um livro que deveria ser lido por todos.
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skuser02844 04/07/2021

É bom, é. Mas vou deixar uma outra dica de livro pra quem gostou desse... Chama-se "As boas mulheres da China", nesse segundo eu senti muito mais o impacto sofrido pelas mulheres no oriente. Não que nesse não dê pra sentir... Mas eu gosto da sensação "soco no estômago" e sei lá, pra mim faltou isso nesse livro.
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Bruna 04/11/2021

Uma mulher nao é a [*****] de um homem
Acho impossível ser mulher e ler esse livro sem se identificar em algum nível e sem sentir, em alguma medida, as dores que as personagens sentem.
Um retrato da opressão que o machismo e a estrutura patriarcal exercem sobre todos nós, homens e mulheres, embora de maneira mais direta e cruel sobre elas.
A autora não usa meias palavras pra descrever as violências sofridas pelas personagens e me causou revolta e tristeza em varias passagens, ao mesmo tempo em que a mensagem por trás disso é ?o que você vai fazer a respeito??.
Etaf Rum não encontrou um livro que desse voz as mulheres palestinas como ela e resolveu escrever ela mesma.

Sensacional
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day t 09/11/2021

Incrível!
Uma mulher não é um homem conta a história de três gerações de mulheres palestinas (uma delas palestina-americana), que tem pouco ou nenhum controle sobre suas vidas, seus corpos, seus destinos. Mulheres que nasceram com um futuro pré-determinado, com espaço e funções limitadas: dentro de casa, sendo mães, esposas & servindo aos homens.
É um livro forte, triste, envolvente, com uma escrita fluida, uma história contada a partir de perspectivas femininas, mas guiada pelo patriarcado. E, por mais que seja sobre uma outra cultura (a autora inclusive é palestina-americana), é uma representação que não está nem um pouco distante do que se passa desse lado de cá. Uma mulher é uma mulher em qualquer lugar que ela vá.

Indico demais demais!
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Deh 24/01/2022

Emocionante!
"Uma mulher é uma mulher em qualquer lugar que ela vá"

Melhor leitura do ano e vai ficar entre as melhores até o final do ano tenho certeza.
Não tem como não se identificar de alguma sendo mulher.
Três gerações de mulheres, todas muito forte a sua maneira!
Emocionante é o mínimo que posso dizer!
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dandgrandi 28/02/2022

Uma Mulher não é um Homem
MEU DEUS EU AMEI

Um livro verdadeiro e sincero, sobre a realidade das mulheres da palestina. Me encantei pelos personagens e por o quão verdadeiros eles eram.

Achei muito bem construído e a autora sobre montar os personagens. Em nenhum momento achei a história cansativa.

Não sei nem que palavras usar para descrever o que senti lendo esse livro, mas eu simplesmente amei!!!!!!!!!!!
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Adiel.Guimaraes 21/03/2022

???
Não ligo para a felicidade. ? A expressão de espanto devia estar estampada no rosto de Deya, porque Sarah continuou. ? É comum até demais as pessoas confundirem a felicidade com passividade ou segurança. Ser feliz não exige qualquer habilidade, nenhum caráter, nada extraordinário. É a insatisfação que mais impulsiona a criação, a paixão, o desejo, a rebeldia. Revoluções nunca começam em uma situação de felicidade. No máximo, acho que a tristeza, ou pelo menos a insatisfação, é a raiz de toda a beleza que existe.
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