Biodiversidade

Biodiversidade E.O. Wilson...




Resenhas - Biodiversidade


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JPHoppe 11/06/2011

"O valor da biodiversidade é o valor de tudo que existe"
Em 1986 foi realizado o Fórum sobre Biodiversidade, reunindo mais de 60 cientistas e convidados, para discutir questões da conservação da diversidade da vida. Cada um dos autores atacou um ângulo da questão de acordo com sua experiência de vida e trabalho. No final, o resultado foi esse livro.

A obra conta com diversos autores conhecidos no meio e além, como Edward Wilson e Peter Raven, e por outros que deveriam ser assim conhecidos, como Michel Soulé, David Raup e Tom Cade. Talvez o mais reconhecido de cara seja James Lovelock, autor da Teoria de Gaia, que fala em breves páginas sobre isso.

Pontos fortes? A imensa variedade de tópicos abordada, indo desde restauração de ambientes (e diferentes modos de fazê-lo), reintrodução de espécies no meio selvagem, conservação in-situ e ex-situ, e farmacologia.

Alguns são bem incisivos: Tom Cade fala que “os conservacionistas gastam tempo demasiado conversando uns com os outros. Não precisamos convencer-nos uns aos outros da importância do que estamos tentando fazer. Precisamos convencer a grande maioria das outras pessoas! Precisamos falar menos e agir mais.”.

Robert Goodland afirma que o governo, meio acadêmico, ONGs e agências de financiamento devem cooperar, mesmo que não seja fácil, pois a “alternativa consiste de extinções cada vez mais aceleradas.”.

Não poderia concordar mais com Tom Cade. E mais: deveria ser passado que cada espécie possui um valor intrínseco, e merecer ser preservada e conservada apenas por existir. Há economistas que discutem qual o valor que deveria ser dado a uma espécie. Por isso, gosto da conclusão de Bryan Norton: “O valor da biodiversidade é o valor de tudo que existe.”.

E esse é um problema do livro. Enquanto alguns autores abordam essa questão, outros procuram defender a conservação sob uma perspectiva de uso antropocêntrico. “Devemos conservar a Amazônia porque a cura do câncer pode estar lá.”. Acho a proposta incompleta. Arriscaria que a grande maioria das formas viventes não tem a menor utilidade humana, mas isso não diminui o seu valor. Mas, também, imagino que seja um mal necessário…

Afinal, boa parte não se move se não for em busca de um ganho próprio. Se fosse diferente, talvez nem teríamos problemas de conservação da biodiversidade em primeiro lugar.
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