O Retorno do Rei

O Retorno do Rei J. R. R. Tolkien




Resenhas - O Retorno do Rei


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Thales Duart3 01/08/2023

Essa obra é maravilhosa. Mas não é para todos. Acredito que o tipo de escrita do Tolkien assuste o leitor comum. Porém, para os amantes da Alta-Fantasia, temos aqui um belo banquete.
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sirlani.lopes 16/05/2022

Foi uma leitura densa?
Apesar de ser exaustivo principalmente este último livro, gostei muito de conhecer a história de Bilbo, Frodo e Sam. Foi uma longa aventura os detalhes me deixaram louca mas perseverei!
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luisasfreitas 16/07/2020

Não sei nem o que dizer
A guerra do Anel termina 80 páginas antes do final do livro e o desenvolvimento para o desfecho é emocionante. As despedidas que acontecem são de quebrar o coração pois chega um momento em que eles percebem que ali é a última vez em que a Sociedade do Anel estará junta em sua totalidade. Se separar desses personagens foi penoso.
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Guilherme.Bochinia 09/05/2023

Final da jornada. O Frodo conseguiu terminar a missão de destruir o anel, mas pagou caro com peso que ele vai carregar para sempre a escuridão no seu coração.
Sam o grande amigo para qualquer momento, ele ajudou frodo até fim e ele roubou a cena dessa última parte.
O Aragon a jornada dele foi crescendo, ele negava o destino dele, até o momento de difícildade que precisou aceitar o destino.
O Gandaf foi sábio e líder que no meio da escuridão aprendeu ser a luz.
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Mariana Cunha 21/06/2023

Fantástico
Assim como a maioria das pessoas, vi primeiro os filmes e só depois li os livros..

Vamos lá, entre os filmes e os livros há uma grande diferença. Os livros contém uma riqueza de detalhes e também personagens que não são mostrados nos filmes.

Também alguns dos personagens nos impressionam nos livros, como também tem um destaque e uma participação diferente, como a exemplo de Pippin e Marty. Eles se mostram surpreendentes e tem um papel incrível na caminhada para a destruição do anel.

Outro personagem que me surpreendeu foi Aragorn, ele tem o devido destaque que tem nos filmes, mas o que me surpreendeu foram suas habilidades, que podemos dizer que superam os elfos e até mesmo Gandalf.

Gmili e Legolas são uns personagens bem cativantes, é ótimo ler como se deu a amizade dos dois. Sem falar a lealdade que eles oferecem a Aragorn.

Em relação a Frodo e Sam, eu não achei que eles tiveram tanto destaque, apesar de que se mostraram personagens importantes. E a descrições que tiveram sobre os dois foram bem relevantes.

Enfim, os livros são maravilhosos e te levam a uma verdadeira viagem. Confesso que há algumas partes maçantes, que deixam a leitura arrastada. Mas vale muito a pena ler.
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Master 26/06/2023

O culminar majestoso de uma trilogia épica!
Sam, o hobbit de coração nobre e de lealdade inabalável, emerge como o verdadeiro herói dessa história. Sua devoção incansável a Frodo Bolseiro, seu amigo e mestre, é o fio condutor que mantém a esperança viva em tempos sombrios. Enquanto a própria sombra de Frodo é corroída pelo peso do Um Anel, é Sam quem se mantém forte e determinado.
Através de inúmeros desafios, perigos mortais e a tentação de desistir, Sam permanece como a voz da razão, o suporte emocional e o símbolo de perseverança. Ele representa os valores mais nobres da amizade, lealdade e sacrifício, iluminando a jornada com sua determinação e compaixão. É o amor de Sam por Frodo que o impulsiona a superar os obstáculos, a enfrentar a escuridão e a proteger seu amigo a qualquer custo. Ele nos lembra que, mesmo diante das circunstâncias mais desesperadoras, o heroísmo pode ser encontrado nos atos mais simples de bondade e persistência.
"O Retorno do Rei" é uma obra-prima que combina ação, drama, amor e sacrifício em proporções perfeitas. As cenas de batalha são grandiosas e cheias de emoção, enquanto os momentos íntimos entre os personagens tocam profundamente nossos corações. Tolkien habilmente explora temas como redenção, coragem e esperança, oferecendo uma reflexão sobre a natureza humana e o poder da resistência contra a tirania.
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neo 17/12/2014

Eu já perdi a conta de quantas pessoas já me pediram para fazer uma resenha de LOTR nos últimos quatro anos (sério, foram muitas), mas eu sempre as respondi dizendo que as chances de isso acontecer eram mínimas e o porquê é bem simples: eu adoro O Senhor dos Anéis. Tipo, muito. Para vocês terem uma ideia, minhas amigas brincam que eu não conseguiria ficar com alguém que não goste desse livro e elas estão, feliz ou infelizmente, provavelmente certas. Não por questão de mimimi você não gosta de LOTR, então você está errado e eu estou certa!!!, já que, graças a todos os deuses conhecidos, nunca passei por essa fase, mas sim porque eu não acho possível que uma pessoa que não viu nada de bom em O Senhor dos Anéis veja algo de bom em mim. Sim, esse é meu nível de paranoia com esse diabo de livro. Então, se ainda não deu pra perceber...

//////////!!!!!FANGIRL ALERT!!!!!\\\\\\\\\\\\\\

Eu vou ser piegas, gente. Vai ser vergonhoso.

Essa é sua última chance de escapar; depois não digam que eu não avisei.

Enfim, eu li LOTR quando era bem mais nova do que a maioria das pessoas que já leram esse livro eram na primeira vez que o leram. Faltava mais ou menos um mês para o meu aniversário de onze anos e eu estava aqui em Salvador de férias (na época eu morava em uma cidade do interior) quando meu pai resolveu arrastar todo mundo para a casa de um amigo dele. A coisa toda foi muito chata; enquanto os adultos bebiam e se divertiam, eu e meu irmão ficamos encarando um ao outro e então encarando a piscina (obviamente que ninguém tinha avisado que tinha piscina, logo a gente não tinha vindo preparado pra isso) e então encarando um ao outro novamente. Ficamos assim por um bom tempo até alguém lembrar que o amigo de meu pai tinha dois filhos que poderiam emprestar uma roupa para meu irmão depois. Ele, sendo o bom irmão que sempre foi (haha), me abandonou sem pensar duas vezes e se jogou na piscina na maior alegria. E eu fiquei lá, sozinha, sentindo muita pena de mim mesma, ressentindo o babaca do meu irmão e torrando no sol. Horas depois (sim, horas) alguém finalmente se apiedou e, sabendo por meio do meu pai que eu gostava de ler, perguntou se eu não queria dar uma olhada nos livros dos filhos do amigo do meu pai. Como eu meio que não tinha mais o que fazer, fui.

No meio de um monte de livros clássicos que na época não me atraíam nem um pouco (bem, ainda não o fazem, mas), acabei encontrando os quatro volumes de As Brumas de Avalon e os três de O Senhor dos Anéis. A mulher do amigo de meu pai me disse que eu poderia pegar uma coleção emprestada, já que passaria as férias todas em Salvador, e depois de pensar por um ou dois instantes acabei escolhendo O Senhor dos Anéis. Eu já tinha assistido aos filmes uma vez, mas para falar a verdade as únicas coisas que eu lembrava deles eram montanhas brancas e um bicho de fogo que mais tarde descobri ser o balrog (bem, eu tinha uns seis anos quando o primeiro filme foi lançado, so...), então peguei LOTR mais pela fama dele do que por qualquer outra coisa. Também já tinha ouvido falar de As Brumas de Avalon, mas acho que desde aquela época eu já tinha uma certa aversão a história e fantasia misturadas. Mesmo assim, às vezes eu me pego pensando no que teria acontecido se eu tivesse escolhido Brumas ao invés de LOTR; meu gênero preferido talvez fosse fantasia histórica e não alta-fantasia hoje em dia. Quem sabe?

Enfim, levei os três livros pra casa e os li em menos de duas semanas, o que foi um feito fantástico para o eu de 10 anos. O único livro "grosso" que eu tinha lido antes de LOTR foi o sexto de HP, O Enigma do Príncipe, e nesse eu levei um ano, duas desistências, longos períodos sem ler e releituras de vários trechos (em minha defesa, eu tinha nove/dez anos), então ler LOTR tão rápido foi tipo um milagre. E eu adorei os livros. Mais do que eu tinha adorado os quatro filmes de HP + o sexto livro (sim, eu li o sexto livro sem ler ou assistir o quinto filme), e até então eu achava isso meio impossível. Mas por que eu adorei tanto esses livros?

Responder essa pergunta é um tanto complicada. Veja bem, quais são as maiores críticas aos livros de O Senhor dos Anéis? Dizem que a narrativa é lenta, muito descritiva, que o mundo é maniqueísta demais e que os personagens secundários não recebem tanta atenção assim, certo? Certo. Mas essas críticas, esses "defeitos" não me afetam. Por quê?

Primeiro, O Senhor dos Anéis foi a primeira série de fantasia que eu li. Sim, eu li um livro de Harry Potter antes, mas de fantasia mesmo, sobre mundo secundários, elfos e a coisa toda, LOTR foi sim o primeiro. E foi justamente por isso que a narrativa lenta e muito descritiva não me incomodou nem um pouco. Como eu nunca tinha lido nada do gênero antes, pensei que aquilo fosse normal, fosse a regra, dei de ombros e segui lendo. E adorei as descrições, adorei a narrativa, adorei a história. Foi só depois, quando fui ler outros livros de fantasia, que percebi que a escrita de Tolkien não era (infelizmente pra mim) a regra. Ler O Senhor dos Anéis antes desses outros livros meio que tirou um pouco da qualidade do gênero para mim, já que até hoje eu não consigo me impedir de comparar a escrita deles à de Tolkien e de me sentir um pouco decepcionada. É meio estranho, mas, inconscientemente, me convenci de que essa narrativa lenta e descritiva era o normal e a considero como tal até hoje. O resultado disso é que 90% dos livros que leio acabam não alcançando essa normalidade. Ficam sempre "abaixo da média".

Em conclusão: eu provavelmente deveria ter lido LOTR agora, com 18 anos, e não com 10/11. Acredito que minha vida literária teria sido bem mais feliz, mas né...

¯_(ツ)_/¯

Então sim, eu sou fã de narrativas lentas e descritivas. Os únicos livros além de LOTR que "chegaram na média" pra mim foram As Crônicas de Gelo e Fogo, A Canção do Sangue e O Nome do Vento. O resto volta pra casa com nota baixa, infelizmente.

Segundo, eu não gosto de livros maniqueístas em 95% das vezes que leio um assim. E O Senhor dos Anéis, meu livro preferido de todos os tempos, é pra lá de maniqueísta. O bem e o mal são muito bem definidos em Arda, e poucos são os personagens que sequer tentam se aproximar de um equilíbrio entre esses dois pólos. É tudo muito preto no branco, quase o tempo todo. Então por que diabos eu gosto dessa história?

Pode parecer um tanto estranho, mas acho que gosto tanto de O Senhor dos Anéis porque o próprio mundo parece ser o personagem principal da história. É como se os personagens dos livros fossem apenas manifestações desse personagem maior. Sabe aqueles desenhos animados em que os personagens ficam com um anjinho e um diabinho em cada ombro e ambos tentam convencer o personagem a fazer as coisas certas/erradas? É nessa linha de pensamento. Nunca me incomodei com o maniqueísmo de O Senhor dos Anéis porque para mim ele nunca foi apenas uma questão de mal x bem externa, mas sim uma espécie de "metáfora" para a disputa interna que cada um enfrenta diariamente. Podemos ver uma amostra dessa disputa em Boromir, uma pessoa boa que acaba tomando uma decisão errada, Gollum, uma criatura gananciosa e egoísta que ainda assim mostra alguns sinais de simpatia/bondade, e até mesmo em Frodo, que, como Boromir, é uma pessoa boa e determinada a fazer o bem, mas que acaba sendo também corrompida pelo Um Anel.

Vale comentar que Tolkien odiava alegorias. Ele diz isso já no prefácio de LOTR, e se não me engano foi esse o motivo de ele ter brigado com C.S. Lewis, autor de As Crônicas de Nárnia, seu amigo, já que Nárnia é basicamente uma alegoria ao cristianismo. Tolkien mesmo era cristão, e há alguns elementos que podem ser associados ao cristianismo em LOTR, mas diferentemente de Nárnia, esses elementos se resumem mais a valores e não são uma "recontagem" da história cristã.

(Não gente, eu não odeio Nárnia. Na verdade adoro os livros e filmes também).

Tolkien também lutou na Primeira Guerra Mundial e teve que ver um de seus filhos lutando na Segunda (O Senhor dos Anéis foi inclusive escrito durante ela), então, para mim, muito do que ele presenciou nesses períodos acabou personificado na figura do Um Anel. O Um Anel representa poder, mas um poder perverso, que corrompe e que causa o mal; até mesmo alguns dos personagens mais poderosos da história, como Galadriel e Gandalf, se recusam sequer a tocá-lo por medo de cederem a tentação. Uma boa parte da obra de Tolkien é justamente sobre ter poder, desejar poder e ser corrompido pelo poder, tanto aqui em LOTR quanto em O Silmarillion. E, para quem não sabe, Tolkien não era lá muito a favor da tecnologia, talvez justamente por ter presenciado a Primeira e a Segunda Guerra Mundial; para ele, a tecnologia que a humanidade estaria desenvolvendo, principalmente a tecnologia de armas, acabaria trazendo sofrimento para todos nós, mesmo se usada para o bem. Exatamente como o Um Anel (e as Silmarils, até certo ponto) que, como eu disse, é sim poderoso, mas que mesmo se usado pensando no bem acaba provocando o mal. Muitos até pensaram que o Um Anel seria uma alegoria à bomba atômica na época em que LOTR foi lançado, mas, como já dito, Tolkien meio que odiava alegorias e negou com veemência que O Senhor dos Anéis fosse a história das Grandes Guerras contada de outro modo. O Um Anel seria, portanto, apenas o mal. Ou melhor, a possibilidade de qualquer um se tornar mal se lhe for dada a oportunidade de ceder a uma tentação, seja ela qual for. E em LOTR essa tentação é justamente o poder. Ou, nas palavras do próprio homem, do já mencionado prefácio:

"Mas eu cordialmente desgosto de alegorias em todas as suas manifestações, e sempre foi assim desde que me tornei adulto e perspicaz o suficiente para detectar sua presença. Gosto muito mais de histórias, verdadeiras ou inventadas, com sua aplicabilidade variada ao pensamento e à experiência dos leitores. Acho que muitos confundem “aplicabilidade” com “alegoria”; mas a primeira reside na liberdade do leitor, e a segunda na dominação proposital do autor. É claro que um autor não consegue evitar ser afetado por sua própria experiência, mas os modos pelos quais os germes da história usam o solo da experiência são extremamente complexos, e as tentativas de definição do processo são, na melhor das hipóteses, suposições feitas a partir de evidências inadequadas e ambíguas."


Ou seja, o Um Anel pode ser basicamente o que você quiser que ele seja. Tada.

Concluindo, o maniqueísmo de LOTR não me incomoda porque não o vejo presente apenas como personagens do bem que nascem do bem e morrem do bem ou personagens maléficos que nascem maléficos e morrem maléficos. Vejo-o mais como uma luta interna constante entre ceder ou não a algo ruim, e talvez uma amostra de que é possível sim "vencer" sem se voltar para tais meios maléficos e que tempos de horror, como as Grandes Guerras para Tolkien e qualquer outro momento para qualquer outra pessoa, sempre acabam passando. E esse é um pensamento pra lá de reconfortante, certo?

Terceiro, os personagens secundários que não recebem tanta atenção quanto os principais. Sim, isso é verdade, mas acho que o tópico anterior (personagens sendo manifestações de um personagem maior e coisa e tal) ameniza esse defeito para mim, assim como o fato de que muitos e muitos desses personagens de LOTR aparecem em O Hobbit, O Silmarillion e em Contos Inacabados, livros que na maior parte das vezes lhes dão maior profundidade. Não deixa de ser algo que poderia ter sido explorado mais, mas é uma falha pequena diante do resto da história para mim.

Agora que já "respondi" porque as "falhas" de O Senhor dos Anéis não são falhas para mim (talvez apenas a última), posso explicar melhor porque gosto tanto dessa história. Boa parte desse porquê já está nas entrelinhas do que escrevi aí em cima, mas vamos lá.

Um dos motivos de eu gostar de LOTR é Arda. Arda é, para mim, o mundo imaginário mais complexo e bem feito que eu já li (sinto muito, Martin, mas nem mesmo seu mundo chega perto de Arda para mim). Como eu disse lá em cima, Arda parece um personagem de verdade. Arda é um mundo que tem suas próprias características e não, não estou falando de lagos, rios, continentes, ou do modo como o clima funciona ou qualquer outra coisa física, mas sim de personalidade mesmo. Há uma sensação de perda enorme no mundo de O Senhor dos Anéis, presente nos elfos, que sabem que seu tempo na Terra-média acabou, nos anéis, grandes fontes de poder que acabam definhando, nas Silmarils, que se perderam para sempre, e em vários personagens, principalmente nos hobbits, que perdem a "inocência" que tinham antes da guerra e que passam a carregar suas marcas após seu término. Grandes reinos, dos elfos ou dos homens, já existiram, mas tiveram fins horríveis. Vários heróis encontraram morte trágicas, e os que não o fizeram não viveram de todo felizes. Coisas belas e maravilhosas, como as já citadas Silmarils, os anéis, as árvores que iluminavam o mundo no início, acabam morrendo ou desaparecendo para sempre. Arda é simplesmente melancólica, e nela tudo tem um fim.

Mas mesmo assim há alguns indícios de um novo começo, de superação dessa perda, tanto no Condado quanto em Ithilien e na era dos homens que se inicia nas últimas páginas de O Senhor dos Anéis. Arda é interessante por sua melancolia, mas também o é por essa esperança de algo novo ou de uma nova chance.

O único mundo que chega perto de ter tanta personalidade quanto Arda, para mim, é o de As Crônicas de Gelo e Fogo. Gosto mais de O Nome do Vento do que de ASOIAF, mas o mundo de Martin é sinceramente melhor. Outros mundos de outros livros de fantasia sequer me causam impressão o suficiente para que eu me lembre deles após terminar a leitura.

Gosto dos personagens (embora meus preferidos estejam mais em O Silmarillion e em O Hobbit do que em LOTR), gosto dos lugares, do plot e do que ele representa, gosto da história de Arda e adoro a escrita. Mas O Senhor dos Anéis é meu livro preferido justamente por ser tão sombrio e tão difícil, muitas vezes simplesmente triste, e mesmo assim ser divertido e alegre. A aventura de Frodo e da Sociedade e os próprios acontecimentos de Arda sempre vão me deixar mais amarga do que qualquer cena de violência, estupro ou egoísmo presente nas fantasias de hoje em dia. Ao contrário do que esses livros atuais parecem pensar, eu já sei que o mundo no geral é um lugar ruim, com violência, estupro e egoísmo, então são os personagens e como eles reagem e lidam com esse mundo o que realmente importa para mim. O melhor jeito de conquistar o leitor, na minha opinião, não é lhe mostrar o que ele já sabe e esperar que isso o choque, mas sim mostrar como pessoas, importantes ou não, boas ou não, ainda assim sobrevivem e vivem em um mundo assim. Então sim, não há cenas terríveis de violência em LOTR, muito menos de estupro e há poucas de egoísmo, mas Frodo e Sam se arrastando até a montanha para destruir o Um Anel, completamente ferrados, feridos, sem comer, sem beber e sem dormir, totalmente desesperados e no final de suas forças sempre vai me chocar mais do que qualquer cena banal de violência por aí, porque, adivinha!, eu leio o jornal e já vi coisas feias demais em manchetes para ser abalada por uma cena de tortura aleatória. Essa é a realidade normal de qualquer pessoa normal que preste o mínimo de atenção no nosso mundo normal. Tada.

Além disso, como eu já disse, Arda é um mundo excepcional, e isso torna fácil mergulhar completamente na história. O Senhor dos Anéis é o tipo de história que realmente te transporta para outro lugar por completo. O efeito, pelo menos em mim, é tão grande que sempre que me interrompem quando o estou lendo eu sinto como se estivessem me puxando para fora d'água. Enquanto o leio, fico "submersa" e o resto do mundo desbota e parece distante, exatamente como quando estamos dentro de uma piscina ou dentro do mar. Poucos livros me dão essa impressão além de LOTR; na verdade, só consigo pensar em ASOIAF, O Nome do Vento, Aprendiz de Assassino e Captive Prince.

Mas, acima de tudo, O Senhor dos Anéis tem significado. Esse é um assunto meio polêmico porque cada livro tem um significado diferente para cada pessoa, mas O Senhor dos Anéis, pra mim, é mais do que plots intricados, personagens bem construídos e um mundo bem feito, e é por isso que eu nunca fui muito fã da ideia de fazer essa resenha. Eu adoro O Senhor dos Anéis porque dou valor às mesmas coisas que a história dá e acredito no que ela diz (ou no que eu acredito que ela diz, ao menos), e falar disso acaba sendo, você sabe, too close for comfort e coisa e tal. A situação só piora porque foi LOTR quem me fez começar a escrever de verdade, e apesar do meu livro hoje ser (eu espero) bem diferente de LOTR, pretendo escrevê-lo seguindo a fantasia tradicional de Tolkien e não essa moderna, que eu espero sinceramente que morra em breve.

Ironicamente, muito da minha relação com O Senhor dos Anéis pode ser explicado em uma própria cena do filme de O Senhor dos Anéis, mais especificamente em As Duas Torres, pra mim uma das melhores já feitas em adaptações de livros. É essa aqui, com um tico de spoiler, e que eu até pensei em transcrever, mas olha minha cara de quem vai escrever mais depois dessa Bíblia inteira. Nem rola.

Em conclusão: O Senhor dos Anéis sempre será meu livro preferido por todos esses motivos aí e um dia eu ainda queimarei certos livros dessa nova fantasia Grimdark em uma fogueira enquanto canto a canção que Bilbo fez para Aragorn. Apenas observem.

E que tal falar sobre as mulheres, hm? Ia me esquecendo disso Sim, LOTR tem poucas mulheres (Galadriel e Éowyn basicamente, nos livros, e Arwen também nos filmes), mas elas são incríveis. Quem se lembra de Celeborn se Galadriel é a mulher dele? Quem luta contra o sistema, contra a ideia de que mulher só serve para ficar em casa, se não Éowyn? Isso sem falar nas mulheres de The Silmarillion, que continuam poucas se comparadas aos homens, mas que são igualmente incríveis e bem construídas. LOTR tem uma sociedade medieval onde mulheres não são muita coisa, como centenas de livros por aí, e ainda assim consegue mostrar que esse sistema está errado e que mulheres incríveis são capazes de existir nele. LOTR foi escrito há mais de 60 anos. Livros de hoje, século XXI, não conseguem e/ou não querem fazer o que um livro escrito por um cara que nasceu no final do século retrasado fez. Ha.

LOTR não tem nenhuma diversidade sexual (dá pra entender um pouco porque foi lançado há 60 anos, mas ainda assim, né, não deixa de ser um defeito na minha opinião) e a diversidade de etnia/raça existe, mas essas pessoas de cor sempre são vistas como o inimigo. Não faço a menor ideia se Tolkien era racista ou não, mas mesmo que ele não fosse não é muito legal associar toda pessoa de cor de sua história ao inimigo terrível que destruir o mundo.

Apesar disso, no entanto, não consigo dar nada menos do que a nota máxima para O Senhor dos Anéis. Há defeitos nesse livro e nunca irei negá-los, mas essa história significou (e significa) muito para mim como pessoa e como escritora, então, né. 5.0 estrelas.

site: http://chimeriane.blogspot.com.br/
Jhony 18/12/2014minha estante
Resenha sensacional... a forma como escreves, parece que estás conversando com o leitor. Awesome !


neo 18/12/2014minha estante
Fico feliz que tenha gostado. Obrigada!




hobbitusille 12/05/2022

os livros proibidos
quando eu era pequeno meus pais, sempre muito rígidos e cristãos acima de qualquer coisa, me mantinham longe de qualquer livro ou filme que envolvia muita magia. eu fui privado de ter contato com obras como harry potter, avatar, e, dentre muitos outros - especialmente - o senhor dos anéis. era terminantemente proibido ler tolkien ou ver os filmes. mas, como eu sempre adorei nárnia desde meus 8 - aslam era tolerável aos olhos do meu pai -, sempre tive muita vontade de ler o hobbit e senhor dos anéis. mesmo não vendo sentido naquilo tudo, eu não podia.

quando eu me tornei adolescente, toda essa regra contra magia foi enfraquecendo bem de vagar. me lembro de uma vez, final de semestre escolar, todos reunidos para ver um filme até dar o horário de ir para casa. tínhamos muito tempo livre, um aluno sugeriu os 3 filmes de senhor dos anéis e os professores adoraram. mas eu, ainda com muito medo de ser descoberto cometendo "o crime", fiz de tudo para sair da sala a todo momento, não prestar atenção e acabei não vendo o filme direito, de propósito, mesmo a contra gosto. eu queria ter prestado atenção.
o tempo foi indo e eu passei por muita coisa nesses últimos anos de adolescência e começo de vida adulta que, mesmo fazendo de tudo pra assistir o hobbit no cinema (e eu consegui! e me viciei na trilogia de filmes que são meu conforto até hoje, não relevante se são boas adaptações ou não) eu não tinha tempo ou motivação para realmente sentar e ler os livros tão proibidos. confesso que ainda tinha medo de ser descoberto e ter o olhar de ódio penetrante do meu pai sobre mim mais uma vez.

hoje eu tenho 24 anos e no começo desse ano, com meu amor por leitura voltando com tudo nesses últimos anos e usando isso como válvula de escape, decidi que seria esse o momento para ler os livros que sempre chamaram por mim, mas que nunca pude atendê-los.

e, ao finalmente ler o hobbit e senhor dos anéis foi como um banho de conforto, um escape da minha realidade enfadonha e dolorida. uma bomba de serotonina e êxtase. não tem outra palavra para usar de exemplo além da mais óbvia: magia. a magia que sangra das páginas de um bom livro cura qualquer coração menosprezado como o meu.

senti como se minha criança interior estivesse em festa, conhecendo o mundo tão incrível do qual ela foi privada injustamente. queria muito ter sido uma criança mais rebelde e quebrado essa regra mais cedo, dado ao meu pequeno eu mais conforto e consolo para passar por tudo o que eu passei.

mas, não estou triste que eu tenha demorado tanto a ler, estou imensamente feliz que eu finalmente atendi o chamado. agora eu tenho esse conforto e sei que posso sempre voltar às histórias tão maravilhosas que li aqui sempre que precisar.
Luiza 13/05/2022minha estante
Nunca li uma resenha mais emocionante... Estou muito feliz por você!!! ??


hobbitusille 13/05/2022minha estante
obrigado!!! ?


Thay262 22/09/2022minha estante
Mano, que é isso!! Sua resenha quase me fez cair uma lágrima aqui! Dá pra sentir sua felicidade, que bom que finalmente você conseguiu ler esses livros e que tenham sido um acalento e pra seu "eu adulto" e "eu infantil".

Achei curioso isso de não lhe deixaram ler Tolkien, pois já ouvi muitos pais religiosos proibirem os filhos de ler Harry Potter (oque discordo pois não achei nada demais lá), mas que permitem ler Nárnia (dado a alusões que Lewis faz a bíblia aqui e ali, dado que era cristão e colocava tais coisas lá de propósito, inclusive Tolkien detestava Crônicas de Nárnia, apesar de serem amigos). Mas em relação a Tolkien eu nunca conheci pais proibitivos, até porque tem um monte de religiosos que adoram pegar a obra de Tolkien pra fazer alusão a passagens bíblicas.

As duas coisas que ouvi sobre Tolkien antes de conhecê-lo foi: a) suas obras tem profundidade acadêmica e podem ser densas e difíceis, as vezes (oque concordo Tolkien tem seus méritos e marcou a literatura fantástica, mas acho que alguns fãs exageram e passam a idolatrar o autor e acho nocivo). E b) como ele era católico, muitos adoram fazer "alusões" e "alegorias" bíblicas com a obra dele (mas no fundo ele próprio não tinha essa intenção, então esse povo "religioso" adora forçar uma barra, seja pra desprezar uma determinada obra, seja pra adora-la). Kkk

Enfim, parabéns por sua leitura!! Espero que a obra continue lhe cativando sempre (acho que o problema geral de ser "fã" ou "hater" de algo é só quando a pessoa exagera no "amor" ou no "ódio", quando oque tem que vir primeiro é o respeito ao próximo).




gdo.faria 21/10/2020

É incontestável a obra de Tolkien, é uma aventura sem igual. Sobre este terceiro livro, é bem acelerada a leitura no começo, mas o final é bem arrastado, e os apêndices fazem mais sentindo após a leitura de outros livros de Tolkien (segundo informações).
Sou super fã da Saga, mas é uma leitura difícil (para MIM), os três livro são ricos em detalhes e (para MIM) esses muitos detalhes quebram tem hora o clímax da história ( reforçando, isso para MIM) e por vezes desgastante, por isso dizem que é uma leitura difícil, mas ao mesmo tempo, isso nos coloca imersos na história.

SOBRE A EDIÇÃO (capas pretas)
- Esteticamente muito bonitas. Perfeitas diria.
- Reforço, como dito nas outras resenhas, que EU, não gostei da tradução, é uma obra consagrada e antiga, não sei o que tentaram fazer mas realmente não gostei. E triste ter q ler o poema do anel e ver que ele esta modificado, ou ter que ler "Pônei Empinando" no lugar de Pônei Saltitante, e ler "setas" no lugar de flechas.
- Outra coisa ruim dessa edição, é a idéia ridícula de deixar as páginas contínuas. Neste terceiro livro, as páginas começam em 1081.
- E pra terminar, sobre MINHA opinião sobre essa edição, o uso de aspas "" no lugar de travessões durante os diálogos, não me agrada nem um pouco

SOBRE OS FILMES
Eu acho um porre a guerra que existe entre filmes e livros. Claro, existem filmes baseados em livros que fogem completamente e são horríveis, ou que omitem demasiadas coisas.
Mas em relação de O Senhor dos Anéis, isso não pode ser dito, há divergência? Há divergência, mas o Filme é tão bom quanto o Livro. Tanto que os filmes são recordistas em prêmios e de longe os melhores filmes de fantasia de todos os tempos.
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AdilsonPtS 10/01/2022

Uma excelente conclusão.
Tolkien em "O Retorno do Rei" conseguiu concluir a sua história de maneira brilhante. Batalhas gigantescas, reviravoltas e despedidas tocantes são a toada desse livro.
Os eventos mais cataclísmicos ocorrem neste volume e o livro encerra com um enorme gosto de quero mais. Embora eu ache que esse livro passa rápido demais, é uma conclusão que não deixa ponto sem nó; além disso, os apêndices servem para o aprofundamento na mitologia da Terra Média.

"O Retorno do Rei" foi uma leitura muito boa, mas ao mesmo tempo muito angustiante por saber que a minha estadia no mundo criado por Tolkien estava com as "páginas contadas". Independente disso, é um livro épico e de uma sensibilidade absurda.

Tolkien fechou sua trilogia com maestria ??
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Danilo546 03/07/2020

Fantástico
Tolkien mostra, mais uma vez, que é o mestre da fantasia, numa história repleta de ação, amizade, romance, aventura, perigos e, claro, ensinamentos valiosos.

O fundo católico da obra é evidente, o que tornou a leitura ainda mais prazerosa para mim.

E não poderia deixar de colocar aqui: Sam Gamgi provavelmente é meu personagem preferido de toda a literatura. Ele é incrível!
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EwertonNabuco 05/05/2021

Complicado de explicar a evolução dos livros, em A Sociedade do Anel, nos deparamos com um livro ama lento e sem muita coisa que nos prenda a história. Porém no Retorno do Rei é simplesmente emocionante do começo ao fim. Comcerteza o melhor livro da trilogia.
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Geisiany 31/01/2021

Impecável
Sou suspeita em falar das obras do Tolkien, pois amei tudo o que já li dele. Acho que ele foi muito feliz em suas escritas e assim criou um mundo fantático extremamente rico em detalhes e conteúdo.
A conclusão de O Senhor dos Anéis que traz nesse terceiro volume, é primorosa. Não há pontas soltas, sendo clara a evolução da história e dos personagens trazidos até aqui, inclusive com muitos extras sobre a maioria deles até quase ou até o fim da vida.
E essa edição da Harper Collins então... além de perfeita esteticamente, é muito completa no quesito obra, notas e ilustrações do autor. Acredito que trouxeram tudo aquilo que o Tolkien gostaria de ter visto na própria obra.
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HoneyBookss 28/01/2022

Um encerramento perfeito
Nesse terceiro livro, encerra-se (finalmente) a jornada para a destruição do Um Anel e a queda definitiva de Sauron. Muitas coisas acontecem nesse livro, muitas reviravoltas, novos personagens e alguns plot twists bem inesperados.
De todos os três livros da trilogia, esse se tornou meu favorito, não apenas por ser o encerramento, mas pela maneira como a história foi dirigida. Tolkien foi brilhante, mal respiramos desde que saímos do condado no primeiro livro e neste a coisa finalmente vai pra frente. Acaba bem rápido, diante de todas as expectativas. Imaginava que seria uma luta intensa, com muitas baixas, enfim... fanfiquei legal. Mas Tolkien me surpreendeu.
E o fim... que maravilha.
Super indico esse livro. Não esperava, mas ganhou total meu coração.
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Bruno 08/12/2022

Conclusão épica
Este livro traz a conclusão desta épica saga.
Muitas batalhas importantes travadas em diversos locais, todos personagens mais fortes, muitas decisões importantes, e momentos emocionantes. As batalhas, com suas espadas travadas e mortes, são de pesar o coração. Podemos ver o destino de todos personagens até o final do livro. Importante ler os Apêndices para realmente ver o destino de todos eles.

Tenho a dizer que minha personagem preferida é Éowyn. Que mulher! Sem Mais. Queria ter a habilidade que este povo tem para falar belas palavras, fico aqui como Gimli, que não sabe reagir diante da beleza de Galadriel, assim fico eu para descrever qualquer coisa sobre ela.
Muito forte, valente, linda e educada, como uma rainha guerreira.

Sobre os hobbits, continua a dizer que meus favoritos são Merry e Pippin. Pouco me é o afeto por Frodo e Sam.
Notei que diferente dos filmes, Legolas e Gimli pouco participam.
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