z..... 09/09/2019
HQ EBAL (Edição Maravilhosa Nº 16 - 2ª edição - 1959)
Interessante como uma mesma obra pode diferenciar em visões interpretativas...
Nessa HQ, o que fica em primeiro plano não é o oportunismo de dominação, um tanto soberbo, do yankee sobre a Inglaterra arthuriana (como percebi em outra HQ e numa adaptação em resumo do romance), mas na necessidade de responsabilidade dos governos, do que seja fundamental e supérfluo. A falta dessa percepção pode gerar governos injustos, criando privilégios, falta de equidade, insatisfações, revoltas e ruptura na estabilidade, tudo decorrente de como a necessidade e supérfluo foram tratados. Exatamente o que aconteceu na história de várias nações, e o que ocorreu, de maneira bastante nonsense, na corte do rei Arthur nessa aventura.
Modernizou o reino, mas o pensamento medieval persistia, onde as classes desejavam seus privilégios. O que era fundamental e o que era supérfluo?
Hank, já na condição de líder, perdeu a mão enfrentando os exércitos revoltosos e agiu como ditador, com bomba e tudo sobre os do contra, matando para manter seu governo... Esses rumos finais são impactantes, mesmo nessa HQ que achei atenuada...
Foi o que a leitura fez-me pensar... Até gostei dessa adaptação, que é mais interessante que as versões anteriores que havia lido. Um sujeito cheio de ideias e boas intenções (aparentemente), de repente transformou tudo num caos... Por quê isso? Acho que a HQ faz viajar nessa percepção...
É uma HQ diferente da 1ª edição, com desenhos mais elegantes e atrativos, textos dinamizados para leitura fluida, e roteiro que instiga a visão dos aspectos anteriormente citados.