Gabriel 16/07/2018
"Febre de bola" é uma obra que prende o leitor do início ao fim. Mesmo o sujeito mais apático ao futebol, ao fim da leitura, deve fazer um gesto de reverência ao Hornby e se prostrar diante da arrebatadora emoção exposta nas páginas apaixonadamente redigidas.
Como um torcedor fanático, Nick Hornby disseca o que talvez seja o elemento fundamental do futebol: a torcida. Através de crônicas e ensaios divertidos, com um teor levemente sarcástico, somos levados a conhecer as raízes do futebol inglês nas décadas de 60, 70, 80 etc. A memória invejável de um torcedor que acompanhou seu clube em diversos momentos, ruins e não tão ruins -- já que fica evidente no decorrer da obra que, assim como na vida, os bons momentos são intervalos curtos entre um sofrimento e outro -- nos é exposta aqui numa espécie de autobiografia do próprio autor, mas que certamente também se confunde com a nossa própria vida de torcedor.
Ao fim de tudo, pode-se questionar se a obra versa sobre futebol ou sobre o homem como torcedor, ou ainda sobre as vivências particulares do Hornby. A resposta que eu encontrei foi que esta obra não é senão um raio-x do torcedor, seja do Arsenal, Tottenham, Bahia, Vitória, Flamengo ou Fluminense.