Bia Franzoi 04/06/2024
Inspirador e necessário
A leitura foi rápida e muito, muito interessante. A autora reúne informações de pesquisa na Rússia e conversas com a última "bruxa da noite" ainda viva na época.
Conhecer essa parte tão relevante da história da Segunda Guerra Mundial foi incrível! Eu não fazia ideia de que havia existido uma equipe militar apenas com mulheres, e muito menos que elas haviam sido tão importantes para os desdobramentos da guerra.
Com uniformes improvisados que estavam sobrando de soldados homens e sem receber nenhum crédito por se dispor voluntariamente ao país, tiveram que fazer muito mais e muito melhor do que os homens para receber algum reconhecimento.
Tiveram que, além de enfrentar os inimigos e as dificuldades impostas pela guerra, abrir mão de suas vidas, desenvolver as habilidades técnicas e emocionais necessárias e suportar muito descaso de colegas e comandantes.
As "bruxas da noite", como foram apelidadas pelos alemães, fizeram o terror nas madrugadas, bombardeando de forma silenciosa e ágil os acampamentos nazistas. Deram suas vidas por isso.
Ao final da guerra, seus esforços foram reconhecidos, e logo após, receberam a notícia de que já podiam voltar às suas vidas e cumprir seu "papel de mulher na sociedade".
Apesar de ser louvável e pioneiro que a URSS tenha aceitado a criação de um regimento feminino, a atitude do governo foi e ainda é de completo descaso para com esse grupo tão forte de mulheres.
No museu em Moscou, por exemplo, a autora relata que há apenas uma vitrine com alguns artefatos do regimento 588, e nada menciona que era composto completamente por mulheres, de mecânicas a pilotas.
É por isso que sua história ainda não é tão conhecida como deveria ser. Apenas fico feliz por ter dado tempo de a autora se conectar com Irina e coletar detalhes, direto da fonte, sobre esse feito incrível das mulheres soviéticas.