Vizinhos do Tempo
Somos vizinhos do Tempo, eu e tu.
Peregrinos de luas e invernos, rastros nas calçadas, pedras dos cais das invenções.
Perdidos não somos, sabedores do que choramos no outro.
Segredo meu no teu alforje.
Segredo teu no meu decote.
Habitantes do que nos falta.
Cicerones das tempestades que teimam em guardar destinos.
Sou eu tua caminheira. És meu andarilho.
Ladeio de jardins de pele nua, cada palmo de mim que atravessas.
Poemas, poesias