“Para um olhar descompromissado com o humano não há realmente possibilidade alguma de perceber o que acontece quando o material fica totalmente perdido. É a partir daí que precisamos pensar no outro enquanto matéria abstrata. Viver o outro, sentir o outro em sua plenitude existencial, principalmente quando o calar define a derrota ou a vitória de uma vida. De que adianta ver o sol se não posso tocá-lo, senti-lo? Talvez a tão exaltada consciência acabe por enredar seu usuário temporário na mais alta complexidade do engano, amparado por discursos mecânicos eloquentes e pelo medo do desconhecido inesperado.”
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