Este livro é um mergulho na memória como fio capaz de suportar e dar sentido à condição de exilado e à experiência radical do dissidente. Por isso inicia com a epígrafe emblemática de José Martí: "Cuba nos une em solo estrangeiro". E é Cabrera Infante quem adverte: "Cuba não foi descoberta para a história há cinco séculos, e sim para a geografia [...] A história, ou seja, o tempo, passará, mas permanecerá sempre a geografia, que é nossa eternidade".
Trago amargo dessa gênese que já é, desde logo, êxodo. Dos amigos perdidos, das pequenas histórias esquecidas, de utopias mal sonhadas: disso tudo falam-nos um pouco estas crônicas. De quem é a culpa por tantos extravios, tantas perseguições, tantas mortes? Frente à tirania, a inteligência muitas vezes termina só. E sofre na lembrança de uma ilha distante.
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