Vivemos tempos em que os abismos existenciais do indivíduo se dilatam com progressiva frequência por todos os lados em nossa sociedade. Os consultórios psiquiátricos estão lotados de fichas de pacientes cujo diagnóstico gira em torno de algo que ficou popularmente conhecido como crise de identidade, e seus complexos.
Com o advento das redes sociais, um inimigo silencioso – porém voraz – tem assombrado o senso de personalidade individual, bem como vem embaçando as lentes pelas quais se inoculam ambições e sonhos pessoais: estamos falando da comparação.
Num eterno desperdício de tempo, pessoas rolam os feeds de imagens, no mínimo manipuladas, de perfis que os encantam pelo fascínio escravizante da estética instagramada; o resultado, após alguns minutos, é a insatisfação e o descontentamento injustificáveis com a vida que estão vivendo, que – em primeira instância e em última análise – foi Deus quem lhes deu. E o resultado do resultado é: ingratidão. Para quem acredita que existe um Deus por trás das bênçãos que recebemos e, também, que nos tornamos, qualquer sentimento de comparação/inveja revela essa mensagem especialmente dedicada a este Ser divino:
“Eu queria ser como fulano, e isso é impossível. Você, Deus, não é bom o suficiente comigo. Não foi sábio ou poderoso o suficiente ao me dar a vida que eu tenho. Obrigado por nada!”.
E é exatamente este descontentamento que tem nos virado as costas para aquEle que, de fato, é o Único que pode nos ajudar a balizar o nosso eu e conhecer nossa real identidade.
Autoajuda / Religião e Espiritualidade