Os olhos de Ulrike veem o mar, a fúria da arrebentação que desestabiliza os corpos em seu caminho. Tiros, bombas e uma multidão perturbada. Alguém se afoga antes mesmo de agarrar sua mão. Olhos que também veem o céu: mãos suaves, manchas de tinta, sopro de hálito quente nas orelhas, noites de alegrias intermináveis que ficam cravadas na memória. A substância que não pode se prender entre os dedos. Atrás de si há uma realidade de concreto e aço; logo ali, onde termina a praia. No entrelaçado sólido das ruas do Rio de Janeiro existem espectros de uma realidade em vertigem que nos será apresentada através de vozes que, na ausência, buscam se encontrar.