Nem todo canário é belga

Em contos elaborados num período de aproximadamente 15 anos - do início da redemocratização do país aos anos 90, o escritor gaúcho mantém um clima de pé na estrada que viveu na própria pele, correndo o mundo de Porto Alegre a Paris, Nova York e Atenas, passando por Iowa City e Bahia e terminando no Rio de Janeiro, onde vive hoje. São histórias que remetem às marcas de sua geração no Brasil: a Bossa Nova, Caetano & Gil, o samba de Noel, o Cinema Novo, a ditadura militar, o desbunde e o exílio. Elementos guardados no fundo do baú do autor, que resolveu abri-lo para trazer à luz diversas experiências com maneiras diferentes de se contar uma história, criando uma unidade a partir dessa mesma diversidade. NEM TODO CANÁRIO É BELGA é uma coleção de contos bem-humorados e extremamente bem narrados, de identificação imediata com os que viveram na mesma época de Flávio. Um livro que mostra às novas gerações como, mesmo com os problemas que o Brasil passou depois de 1964, "é preciso estar atento e forte" porque "nem todo canário é belga".