Quando chegaram ao rio, sentindo que havia ultrapassado a cerca que construíra a duras penas ao longo de sua vida, ficou por uns instantes a olhar as ondas; por um momento quis voltar para casa, adiar o banho para outro dia. Resolveu ficar. A momentânea vontade de voltar foi a sua última reação ante as forças existenciais que seriam desencadeadas às margens daquele rio. Tiraram as roupas e pularam na água, nadaram e brincaram; exaustos, sentaram-se na areia. Estavam nus, eram amigos e se conheciam. Olhavam-se de soslaio, examinando-se em silêncio. André sentia o desejo crescer a cada minuto. Márcio respirava ofegantemente.. André pulou na água para esconder sua ereção que não conseguia controlar. Márcio virou as costas fingindo, de cócoras, brincar com a areia molhada. André pôde, de longe, examiná-lo melhor.
Literatura Brasileira / Romance