Uma criança deixada em um posto de gasolina pelo pai. Uma criança sozinha com um velho muito velho em uma cabana miserável. Uma criança que não sabe muito sobre si mesma, além do próprio nome. Uma criança que precisa sobreviver. Em Nó corrediço, sua estreia no gênero romance, Geanneti Tavares Salomon cria no leitor uma sensação de premência. Algo vai acontecer, o que vai acontecer, quando vai acontecer? A habilidade de narrar da autora gruda os nossos olhos no texto. Queremos saber mais um pouco, avançamos uma página, depois outra e, quando o livro acaba, a sensação é de que existe uma narrativa que se segue para além da obra. Na literatura, existem histórias que terminam com o livro. E existem outras que continuam a ser contadas de alguma forma dentro do leitor. Nó corrediço compõe o segundo grupo. O universo ficcional criado por Geanneti extrapola os limites do papel. A menina sozinha, abandonada pelo pai, a menina que não sabe quase nada sobre si, que precisa sobreviver, continua a existir quando fechamos o livro. — Maria Fernanda Elias Maglio
Literatura Brasileira / Romance