Este trabalho pretende contribuir com a historiografia brasileira da escravidão privilegiando uma região ainda muito pouco estudada. Vale lembrar que a região de Bragança Paulista era uma importante área produtora de alimentos de subsistência (milho; feijão e criação de porcos) e que somente no último quartel do século XIX o café alcança o status de primeiro produto da economia local. Talvez; por essa razão; a região Bragantina era naquele período caracterizada pelo predomínio de pequenos e médios plantéis de escravos. A cidade de Bragança Paulista possui ainda outra peculiaridade o Club dos Escravos uma associação constituída por escravos que inclusive contava com uma escola para alfabetizar os sócios cativos. A pesquisa baseou-se em variados tipos de fontes; tais como: os apontamentos estatísticos de 1836; o censo de 1872; o jornal O Guaripocaba; ofícios da câmara local; documentos judiciais (inventários post-mortem; testamentos; processos criminais, sumários de culpa; denúncia crime; queixa crime; inquérito policial ; ações de liberdade, auto de liberdade; auto de manutenção de liberdade; arbitramento de valor de escravo; depósito de escravo; exames de corpo de delito; auto de justificação de embargo; autos de perguntas e interrogatórios; lista de compra e venda de escravos; relação de meias sisas de escravos). A análise conjunta dessas fontes ampliou o alcance de expectativa e ajudou-nos a ampliar o entendimento daquela sociedade permeada pelo regime escravista.
História